[Dica da Malu] A Princesa Adormecida

Autora: Paula Pimenta
Editora: Galera Record
Páginas: 189

Sou fã do trabalho da escritora mineira Paula Pimenta desde que li Fazendo Meu Filme, em 2008. De lá para cá, ver o nome dela na autoria já era o suficiente para saber que iria gostar do livro. E não podia ser diferente com A Princesa Adormecida.
O livro é uma releitura do famoso conto da Bela Adormecida. Nessa versão criada por Paula Pimenta, a princesa é a jovem Áurea Roseanna Bellora, descendente da família real de Liechtenstein que cresceu acreditando se chamar Rosa e que seus pais morreram em um acidente de carro. A história de Áurea é que ela foi criada sem saber quem realmente era devido às constantes ameaças de Marie Malleville, uma mulher que nunca aceitou o casamento dos pais da menina.
Para proteger Áurea, os pais dela simularam sua morte em um acidente de trânsito e a entregaram aos cuidados de três tios, Florindo, Fausto e Petrônio, que a trouxeram para o Brasil. Assim, Aurea cresceu como Rosa, mas foi excessivamente protegida pelos tios, que não a deixavam sair ou conhecer outras pessoas além das colegas do colégio interno onde estudava.
A situação muda quando, no aniversário de 16 anos de Áurea/Rosa, as amigas dela resolvem leva-la para sair escondido. No bar para onde elas vão, um menino, Phill, se encanta por ela e consegue seu telefone. Depois, os dois começam a trocar mensagens sem se encontrar pessoalmente. Rosa acaba se apaixonando por ele, porém, o que ela não sabia é que esse envolvimento podia colocá-la em perigo novamente.
A trama desse livro é leve e envolvente. Gostei muito do modo como a Paula Pimenta trouxe a história clássica da Bela Adormecida para os dias de hoje, preservando o clima de conto de fadas. Além disso, a autora conseguiu transformar uma história conhecida no mundo todo e trazer algo diferente e original.
Outro aspecto que destaco é que, como já é marca dos livros da Paula, os personagens são extremamente cativantes, apesar de não serem muito desenvolvidos ao longo da história. A Áurea/Rosa é uma menina meiga e inteligente, que tem muito carinho e respeito pelos tios, mas sente falta de ter a vida de uma adolescente normal.  O mocinho Phil é um fofo, gentil e romântico, e dá para entender perfeitamente o que faz Áurea se encantar por ele. Já os tios de Áurea são divertidos e carinhosos, tornando impossível não simpatizar com eles e pelo modo como se dedicam à sobrinha.
Gostei muito também do layout do livro, que ajuda a transmitir o clima de conto de fadas moderno. Tem ainda os balões de mensagem das conversas entre Áurea e Phill que deixam o livro ainda mais charmoso, demonstrando o cuidado da edição.
Um detalhe que me chamou a atenção e que eu adorei foi a referência ao conto Cinderela Pop, que Paula Pimenta escreveu para O Livro das Princesas e que, posteriormente foi ampliado e publicado em um livro individual. Adorei o fato das duas histórias se encontrarem e podermos descobrir um pouco mais sobre o que aconteceu após o desfecho de Cinderela Pop.

Em resumo, A Princesa Adormecida é um livro leve e romântico, universal como todos os contos de fadas. Apesar de a história original ser tão conhecida, essa releitura de Paula Pimenta traz elementos novos e originais, coroados com um desfecho encantador, digno dos mais lindos desenhos da Disney.

[Dica da Malu] O Teorema Katherine

Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 302

Quando se trata de garotas (e, no caso de Colin, quase sempre se tratava), todo mundo tem seu tipo. O de Colin Singleton não é físico, mas linguístico: ele gosta de Katherines. E não de Katies, nem Kats, nem Kitties, nem Cathys, nem Rynns, nem Trinas, nem Kates, nem – Deus o livre – Catherines. K-A-T-H-E-R-I-N-E. Já teve dezenove namoradas. Todas chamadas Katherine. E todas elas – cada uma, individualmente falando – terminaram com ele.

O Teorema Katherine é o quarto livro do escritor americano John Green que eu leio¹, e, mais uma vez, o autor trouxe uma história que conseguiu me envolver. Com uma trama leve, que inicialmente parece ser simplista demais, o autor vai desenvolvendo seus personagens aos poucos, tornando-os mais complexos e interessantes a medida que o leitor pode conhece-los melhor e compreender suas ações.
A história começa no dia seguinte à formatura de ensino médio do protagonista Colin Singleton. Sua décima nona namorada havia terminado com ele no dia anterior e Colin não estava lidando bem com o rompimento. É então que Hassan, seu melhor, e único, amigo, sugere que eles saiam para uma viagem de carro, sem rumo, apenas com o objetivo de ajudá-lo a superar o término com sua décima nona Katherine.
Além de seu problema com as Katherines, que sempre terminavam com ele, Colin ainda sofria por não ter conseguido alcançar a genialidade ainda. Ele sempre foi um menino prodígio, uma criança com uma incrível facilidade para aprender, mas nunca tinha conseguido se tornar um gênio. Para alcançar isso, era preciso criar ou descobrir algo importante.
Durante a viagem, Colin e Hassam vão parar em Gutshot, uma pequena cidade no estado de Tenessee, onde conhecem a jovem Lindsey Lee Wells e sua mãe, Holly. Lá, Colin finalmente tem o seu “momento eureca”: ele decide desenvolver uma fórmula, baseado em suas experiências anteriores, que pudesse prever o fim de qualquer relacionamento e quem terminaria com quem. A essa descoberta, ele deu o nome de Teorema Katherine.
Uma das coisas que mais gostei nesse livro é que o autor realmente desenvolveu uma fórmula matemática que se aplicasse a história. Para isso, John Green contou com o auxílio do seu amigo matemático, Daniel Biss. Achei interessante como o autor usa a matemática para contar a história, mas fazendo isso de uma maneira simples e divertida, que permite ao leitor acompanhar o raciocínio envolvido sem dificuldade.
Os personagens também são interessantes. A princípio, achei que seriam um pouco superficiais, mas com o desenvolvimento da trama, eles se tornam mais interessantes. Colin me irritou um pouco no começo com a sua necessidade de se tornar um gênio, bem como sua obsessão com a Katherine XIX. No entanto, a medida que percebemos como foi a infância de Colin como um menino prodígio, bem como sua dificuldade em socializar com outras pessoas da sua idade.
Hassam e Lindsey são os personagens mais divertidos do livro. Ela é uma personagem inteligente e divertida, que surpreende tanto pela sua sensibilidade para entender as pessoas quanto pela sua personalidade forte. Já o Hassam é responsável por contrabalançar a melancolia de Colin, proporcionando diversos momentos engraçados. Além disso, é admirável sua lealdade ao amigo e o modo como, apesar de seu jeito leve e despreocupado, ele está sempre pronto para ajudá-lo, até mesmo deixando seus próprios problemas de lado.
Outro destaque para o livro é o humor irônico adotado por John Green ao longo da trama, em especial nas diversas notas de rodapé. Além de serem inseridas de maneira natural na história, o que faz com que não atrapalhem o seu ritmo, essas notas são engraçadas e sarcásticas, ajudando a deixar o livro mais divertido.   
Em resumo, O Teorema Katherine é um livro ideal para quem procura uma leitura leve, mas também envolvente e bem construída. Ao final, o leitor vai se deparar com reflexões interessantes, mas que foram desenvolvidas de uma maneira divertida e, em alguns momentos, surpreendente.

“Eu serei esquecido, mas as histórias ficarão. Então, nós todos somos importantes – talvez menos do que muito, mas sempre mais do que nada.” (John Green)


¹ Os outros foram: A Culpa é das Estrelas, Quem é você, Alasca?, e Cidades de Papel.

Lançamentos de Abril

Esse mês tem muitos lançamentos chegando nas livrarias. Separei, então, algumas das principais novidades para vocês conferirem.

Vocação para o mal, de Robert Calbraith (Editora Rocco): Terceiro livro da aclamada série escrita por Robert Galbraith, pseudônimo de J. K. Rowling, e protagonizada pelo detetive particular Cormoran Strike e por sua assistente Robin Ellacott,  Vocação para o mal é um suspense diabolicamente inteligente, com reviravoltas inesperadas a cada página, e também a emocionante história de um homem e de uma mulher numa encruzilhada em suas vidas pessoais e profissionais. O livro estreou em segundo lugar na lista dos mais vendidos do The New York Times e alcançou os principais rankings nos Estados Unidos e na Inglaterra. A série protagonizada por Cormoran Strike ganhará adaptação para a BBC One, com produção da Brontë Film and Television. Mais informações aqui.

 Out of Orange, de Cleary Wolters (Editora Rocco): Cleary Wolters estava prestes a desligar a televisão quando se deparou com seu próprio passado: prisão, drogas, homossexualidade. E não era apenas um programa com o qual ela pudesse se identificar, mas literalmente a história de sua vida. Tratava-se de um anúncio da então nova série Orange is the new black, baseada nas memórias de sua ex-amante Piper Kerman. Com o sobrenome de Piper trocado para Chapman e Cleary transformada em Alex Vouse, o sucesso foi imediato – a cada episódio, no entanto, a trama se distanciava mais e mais dos fatos. Out of orange é o relato sincero da verdadeira Alex Vouse. Mais do que um acerto de contas com a sua própria história, o livro traz suas ideias sobre transgressão, punição, escolhas e relações humanas e revela detalhes impressionantes dos bastidores do tráfico de drogas internacional. Mais informações aqui.

Temporada dos Ossos, de Samantha Shannon (Editora Rocco): Fantasia distópica com toques paranormais, Temporada dos ossos é o primeiro de uma saga de sete livros, escrito enquanto Samantha Shannon ainda estava na universidade, aos 21 anos. Shannon apresenta aos leitores uma nova heroína: Paige Mahoney, uma criminosa que age na área de Seven Dials, em Scion Londres, uma cidade sitiada pelo medo e pela desconfiança. Sob o comando de Jaxon Hall, um dos chefões do submundo londrino, Paige ganha a vida “roubando” informações das mentes das pessoas com o seu dom. Mas após um incidente no metrô que leva dois oficiais à morte, Paige é atacada e capturada pela Divisão de Vigilância Noturna, DVN, e enviada para Oxford, agora conhecida como Sheol I, uma cidade prisão. Oculto por duzentos anos, o complexo é dominado por uma poderosa raça de outro mundo conhecida como Rephaim. Cada vidente capturado e levado para Sheol I é escolhido pelos Rephaim, e Paige fica junto do Mestre, o consorte de sangue. Um membro da elite rephaite. Assim começa uma conturbada relação entre os dois. À medida que o tempo passa, Paige descobre um pouco mais sobre os rephaites e seu plano de dominação do planeta. E para conquistar sua liberdade, a jovem precisa aprender a confiar, na prisão onde ela está destinada a morrer. Samantha Shannon apresenta aos leitores um romance surpreendente e arrebatador, e mostra por que é considerada um dos principais nomes da literatura de fantasia atual. Mais informações aqui.

Baía da Esperança, de Jojo Moyes (Editora Intrínseca): No quinto romance da autora de Como eu era antes de você, a melancólica e reservada Liza McCullen é a responsável por um barco de observação de baleias e golfinhos em Silver Bay, na Austrália, onde também administra com a tia o Hotel Baía da Esperança, que já viu dias melhores.
Hospedado no hotel de Liza, Mike Dormer está lá a negócios: depende dele o pontapé inicial do projeto de um resort de luxo. Enquanto sua noiva, em Londres, finaliza os planos do casamento, Mike tem de conseguir a licença para a construção do empreendimento, algo que terá profundo impacto na fauna de Silver Bay e consequências drásticas para a vida dos moradores.
Quando o mundo de Mike e Liza colidem de forma irremediável, eles precisam encarar os próprios medos para salvar o que amam. Com personagens cativantes em um cenário encantador, Baía da Esperança é um romance comovente e irresistível, repleto do humor e da generosidade que marcam as obras de Jojo Moyes.

O amor segundo Buenos Aires, de Fernando Scheller (Editora Intrínseca): Com largas avenidas, cafés em estilo europeu e bairros charmosamente decadentes, Buenos Aires é o lugar perfeito para histórias de amor inesquecíveis. A capital argentina é cenário e, ao mesmo tempo, personagem do primeiro romance de Fernando Scheller, repórter do jornal O Estado de S. Paulo que já passou pelas redações de Gazeta do Povo, TV Globo e Deutsche Welle, na Alemanha.
É por amor que Hugo deixa o Brasil rumo à capital argentina. Embora o relacionamento com Leonor não sobreviva, seu fascínio pela cidade resiste à dor da separação e à descoberta de que sofre de uma grave doença. Hugo cria laços com o arquiteto Eduardo e com a comissária de bordo Carolina, que evidenciam o poder regenerador das amizades verdadeiras. Ele se reaproxima de seu pai, Pedro, que troca a rotina de um casamento desgastado por uma vida em que é possível encontrar profundos afetos.
Em O amor segundo Buenos Aires, Scheller oferece a cada personagem a chance de narrar suas escolhas e percepções sobre diferentes formas de amor, como entre pai e filho, um homem e uma mulher, dois homens e também entre amigos.

Os pilares da Terra, de Ken Follet (Editora Arqueiro): Na Inglaterra do século XII, Philip, um fervoroso prior, acredita que a missão de vida que Deus lhe designou é erguer uma catedral à altura da grandeza divina. Um dia, o destino o leva a conhecer Tom, um humilde e visionário construtor que partilha o mesmo sonho. Juntos, os dois se propõem a construir um templo gótico digno de entrar para a história.
No entanto, o país está assolado por sangrentas batalhas pelo trono, deixado vago por Henrique I, e a construção de uma catedral não é prioridade para nenhum dos lados, a não ser quando pode ser usada como peça em um intricado jogo de poder.
Os pilares da terra conta a saga das pessoas que gravitam em torno da construção da igreja, com seus dramas, fraquezas e desafios.

Dama da meia-noite – Os artifícios das Trevas, de Cassandra Clare (Editora: Galera Record): Em “Dama da Meia-Noite”, Cassandra retoma o universo de fantasia urbana da série Os Instrumentos Mortais, que já ganhou a tela de cinema e agora é série de TV exibida pelo canal Netflix. Cinco anos após os acontecimentos de Cidade do Fogo Celestial, acompanhamos os Caçadores de Sombras do Instituto de Los Angeles enquanto tentam descobrir os responsáveis por uma série de assassinatos que vitimam tanto humanos quanto fadas. Agora Emma Carstairs é uma jovem em busca dos assassinos de seus pais, com a ajuda de seu parabatai, Julian Blackthorn. As crianças cresceram e podem se tornar os melhores Caçadores de sua época. 
 

[Das páginas para o cinema] Harry Potter

Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Maggie Smith, Alan Rickman, Robie Coltraine, Richard Harris
Direção: Chris Columbus
Nacionalidade: Reino Unido/ EUA

Em 1999, a escritora britânica J. K. Rowling vendeu os direitos dos quatro primeiros livros da série Harry Potter para a Warner Bros. No ano 2000, o elenco escolhido foi anunciado e as filmagens começaram. Esses foram os primeiros passos de uma série que marcou a história do cinema.
Como parte do especial Harry Potter, além das resenhas dos livros, todo mês falarei de um dos filmes da série no Das páginas para o cinema. Assim, como eu já falei sobre os dois primeiros livros da série, resolvi falar sobre suas respectivas adaptações em uma mesma postagem, até por que ambas contam com o mesmo diretor e têm características muito parecidas.
Uma confissão que preciso fazer é que, ao contrário de muitos fãs da série, eu assisti a Harry Potter e a Pedra Filosofal antes de ler o primeiro livro. Mas uma das coisas positivas que posso falar sobre esse filme é que ali já identifiquei um pouco da magia presente no universo criado por J. K. Rowling. Para mim, o maior problema de muitas adaptações de livros é, justamente, não conseguir transmitir para o cinema a essência da história original. Felizmente, isso não aconteceu nos filmes de Harry Potter.
Em Harry Potter e a Pedra Filosofal somos apresentados junto com Harry ao mundo mágico. O filme foi pensado em cada detalhe, criando ambientes absolutamente fantásticos, que encantam o espectador e tornam totalmente compreensível o olhar fascinado de Harry a cada novidade.  Além disso, a trama é bastante fiel ao livro e preserva o clima lúdico da história original.
O mérito do filme reside, em grande parte, na escolha do elenco, que foi absolutamente perfeita. Daniel, Rupert e Emma ficaram tão bem no papel do trio principal, que já não consigo ler os livros de Harry Potter sem imaginá-los. Além disso, é visível o cuidado da produção na escolha do restante do elenco, que inclui grandes nomes do cinema britânico como Maggi Smith, e os saudosos Richard Harris (intérprete de Alvo Dumbledore nos dois primeiros filmes) e Alan Rickman. Aliás, este último foi provavelmente a melhor escolha do elenco, responsável por interpretar o personagem mais complexo da série, levando para o cinema o olhar frio e o sarcasmo característico de Snape, além de conseguir deixar o espectador sempre em dúvida sobre a sua lealdade.
Já Harry Potter e a Câmara Secreta mantém a fórmula de sucesso do seu antecessor. O elenco principal foi mantido e outros atores entraram em novos personagens, em especial, Kenneth Branagah como o exibicionista professor Gilderoy Lockhart. Além disso, o filme consegue conciliar muito bem o clima de mistério da história com momentos de humor e leveza, preservando a inocência infantil do primeiro longa.

O que mais gosto nesses dois longas é a maneira leve e divertida com que eles nos apresentam ao mundo de Harry Potter. São os filmes mais infantis da série, acompanhando a idade de seu protagonista, mas funcionam muito bem para apresentar a série e trazer para o cinema algumas das características marcantes da obra de J. K. Rowling: um universo fantástico e rico, com personagens interessantes e uma trama envolvente. 

Apaixonada por literatura desde pequena, nunca consegui ficar muito tempo sem um livro na mão. Assim, o Dicas de Malu é o espaço onde compartilho um pouco desse meu amor pelo mundo literário.




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