[Resenha] Trono de Vidro - Reino de Cinzas


Olá, pessoal! Como vocês estão? Eu ando um pouco sumida, mas é que os últimos dias foram muito corridos e, no pouco tempo que tive, me dediquei a uma leitura maravilhosa. Estou falando de Reino de Cinzas, o livro que encerra a série Trono de Vidro, da Sarah J. Maas. E como está sendo difícil me despedir de livros tão amados.
Essa na verdade, foi uma releitura para mim, pois eu li o livro quando foi lançado nos Estados Unidos. Mas não pensem que eu passei imune às emoções desse livro só por já ter lido. Reino de Cinzas é um final simplesmente épico, com ação, tensão e emoção do começo ao fim. Não dá para passar por essa leitura sem ser impactado por ela, não importa quantas vezes eu leia.

Sarah J. Maas construiu ao longo dos seis livros anteriores uma trama complexa, com personagens bem construídos e reviravoltas que deixam qualquer leitor enlouquecido para saber o que aconteceria no último volume. E digo seis livros anteriores, porque Torre do Alvorecer é fundamental para entender os acontecimentos de Reino de Cinzas (então, quem não leu, leia!) Porém, nada do que aconteceu antes poderia ter me preparado para as emoções que viriam.

Atenção! Essa resenha contém spoiler dos livros anteriores, incluindo Torre do Alvorecer. Então, não é recomendada para quem não leu todos os livros anteriores.

Autora: Sarah J. Maas
Tradução: Mariana Kohnert
Editora: Galera Record
Páginas: 938
Onde comprar: Amazon
Exemplar recebido de parceria com a editora

Sinopse: “A conclusão épica e inesquecível da série Trono de vidro. Trancada em um caixão de ferro, Aelin luta para permanecer forte e resistir às torturas de Maeve, pois sabe que a sobrevivência de seu povo depende disso. Mas a cada dia que passa, parece mais difícil manter a determinação. Em Terrasen, Aedion, Lysandra e seus aliados se esforçam para conter a ameaça iminente, porém a força dessa aliança pode não ser o suficiente para barrar as hordas de Erawan e proteger Terrasen da destruição total. Enquanto isso, do outro lado do oceano, Rowan não irá desistir de encontrar seu amor, sua parceira, sua rainha. À medida que os fios do destino se entrelaçam no explosivo final da série Trono de Vidro, todos devem lutar se quiserem uma chance de sobreviver.”

Em Império de Tempestades, Aelin terminou presa por Maeve e levada para longe de seus amigos. Ela foi aprisionada em um caixão de ferro, impossibilitada de usar seus poderes e precisando suportar as torturas de Maeve para proteger seu povo e aqueles que ama. Porém, a cada dia vai se tornando mais difícil resistir, especialmente por ser difícil discernir o que é real e o que é invenção.
Era uma vez, em uma terra há muito queimada até virar cinzas, uma jovem princesa que amava seu reino...
Enquanto isso, os demais aliados dela se dividiram. Rowan, Gavriel, Lorcan e Elide, sem saber para onde Aelin foi levada e os horrores que ela estava enfrentando, tentam desesperadamente localizá-la e descobrir uma forma de resgatá-la de Maeve. Já Dorian, Manon e as Treze partiram em busca da última chave de Wyrd e de uma potencial aliança com as bruxas Crochan. E Aedion e Lysandra, se passando por Aelin, marcharam para reunir o exército que tinham em Terrasen e tentar defender o território dos ataques de Erawan.
Porém, Chaol Westfall retorna com a ajuda que foi buscar no sul. Mas apoio do que esperava conseguir. Ele leva consigo sua esposa, Yrene Towers, um exército cedido pelo kaghan e as habilidosas curandeiras da Torre Cesme. Era muito mais do que Chaol sonhava conseguir quando partiu para o sul. Porém, ao retornar, ele percebe que poderia acontecer de nem mesmo o exército que estava levando ser o suficiente para mudar os rumos daquela guerra.


Eu não sei nem por onde começar a falar sobre esse livro. Para começar, ele encerra uma série muito especial para mim e isso sempre traz muitas emoções. Além disso, é um livro enorme, que une muitas pontas deixadas ao longo da série e que tem muitos acontecimentos. E podem acreditar que são muitos mesmo! Cada uma das mais de 900 páginas desse livro foi justificada, pois havia muitas coisas a serem desenvolvidas e explicadas nesse último volume.
Para começar, os personagens principais estavam espalhadas. Com isso, a autora precisou ir desenvolvendo as jornadas deles separadamente até que os caminhos deles pudessem se unir novamente em algum momento. Esse foi um ponto que conferiu muita tensão ao livro e tornou a leitura muito envolvente, pois sempre que parávamos em um momento muito impactante de algum personagem, o capítulo seguinte trazia o que estava acontecendo com outro grupo, o que me alimentava minha curiosidade e me instigava a continuar lendo.
“Enquanto todas as outras tinham passado, o Senhor do Norte permanecia, a estrela imortal entre a galhada apontando para o caminho de casa. Para Terrassen.”
Além disso, houve espaço na trama para o desenvolvimento de todos os personagens. Todos eles tiveram suas jornadas bem construídas pela autora e foi possível acompanhar o quanto cada um deles evoluiu. Aliás, Sarah J Maas foi muito habilidosa em lembrar o leitor de outros momentos importantes ao longo dos livros anteriores, mostrando o amadurecimento que os personagens tiveram durante a série.
Claro que isso é mais evidente na protagonista, tanto pelo caminho que ela trilhou desde o primeiro livro quanto por tudo que enfrenta em Reino de Cinzas. E acreditem que ela passa por muita coisa aqui. A autora retratou todo o sofrimento de Alein nas mãos de Maeve e como essa tortura vai quebrando a personagem física e emocionalmente. Essas são cenas angustiantes e dolorosas, mas também aumentaram minha admiração por essa protagonista incrível. Ela demonstra uma resiliência e uma força que me surpreenderam muito e me fizeram desejar entrar no livro para ajudá-la.
“Dias, meses, anos – escorriam assim como seu sangue escorria sobre o piso de pedra, em direção ao rio. Uma princesa que deveria viver por mim anos. Ou mais. Aquilo fora uma dádiva. Agora era sua maldição.”
Além disso, a evolução em relação à Celaena que conhecemos lá no primeiro livro é óbvia. Embora Aelin mantenha o jeito cínico e arrogante, as camadas que ela tem por dentro são muito mais evidentes do que antes. Ela amadureceu, se tornou mais consciente de suas responsabilidades e, principalmente, muito mais capaz de se doar por aqueles que ama.
Com relação aos demais personagens, adorei como Sarah J Maas explorou os conflitos de todos eles. Rowan tem muitos conflitos e traumas com que lidar ao longo de sua jornada, assim como seus companheiros Gavriel e Lorcan. Já Aedion e Lysandra tiveram seu relacionamento afetado pelo fato da metamorfa ter concordado em assumir o lugar de Aelin. Confesso que tive vontade de bater no Aedion pela forma como tratou Lysandra em alguns momentos, mas também sofri muito por ele ao ver o fardo pesado que estava carregando.
Mas os destaques do livro foram mesmo Dorian, Manon, Chaol e Yrene. Manon já tinha conquistado meu respeito e admiração em Rainha das Sombras e Império de Tempestades. Porém, aqui ela aprende a lidar com emoções que ainda não conseguia encarar e assume suas responsabilidades de uma maneira que me deixou realmente orgulhosa. Já Chaol e Dorian são provavelmente os dois personagens que mais amadureceram ao longo da série. Eles tiveram as perdas mais dolorosas, mas cresceram com isso. Não tenho palavras para descrever o que eles fizeram nesse livro, mas quando lembro do príncipe e do chefe da guarda lá de Trono de Vidro fico impressionada e emocionada com o quanto eles se transformaram. Já sobre Yrene, ela é uma das personagens mais incríveis que já li e demonstrou isso em todos os momentos que apareceu.
“Seu filho passou os últimos meses forjando alianças com o khaganato, e agora todos os exércitos do khagab velejam para este continente para salvar seu povo. Então, enquanto fica aí na sua fortaleza infeliz, atirando insultos a ele, saiba que Chaol fez o que ninguém mais conseguiu fazer, e se sua cidade sobreviver, será por causa dele, não de você.”

Com relação à trama, achei que foi muito bem desenvolvida pela autora. Ela conseguiu encaixar todos os personagens e ir unindo as pontas que foram deixadas nos livros anteriores de uma maneira coerente. Além disso, temos o tempo todo o clima de urgência que a história pedia e isso deixou a leitura ainda mais instigante. O tempo todo ficava preocupada com o que poderia acontecer a seguir, porque a sensação de que tudo daria errado era constante. Então, não espere um livro que você tem a certeza de que tudo ficará bem no final. Sarah conduziu a história de uma forma capaz de deixar o leitor angustiado e tenso a todo momento, pois os riscos são imensos e muito reais. 



Outro grande mérito do livro é que as cenas são descritas com muita habilidade. A autora utilizou descrições que não deixavam a leitura cansativa, mas que permitiam visualizar com clareza o que estava acontecendo em cada momento. Mesmo nas batalhas, era possível compreender como cada lado estava atacando, sentir a tensão da guerra e entender onde cada personagem estava no conflito.
“Eles não tem nada. Não tem nada pelo que lutar. E, embora estejamos em menor número, nós temos algo que vale a pena defender. E, por causa disso, podemos superar o medo. Podemos lutar contra eles, até o fim. Por nossos amigos, por nossa família... Por aqueles que amamos... Por aqueles que amamos superar esse medo.”
Não posso deixar de citar também o quanto esse livro traz de empoderamento feminino. Foi maravilhoso ver personagens femininas ganhando tanto destaque e, principalmente, se unindo. Desde o primeiro livro, Sarah J Maas apresentou personagens femininas fortes e determinadas. Porém, em Reino de Cinzas se torna ainda mais evidente. Claro que os homens também são muito importantes nessa história e têm destaque. Porém, as mulheres ocupam uma posição central e foi incrível vê-las se unindo em torno de um objetivo e se apoiando em todos os momentos.
Acredito que nessa altura não preciso nem falar muito sobre a escrita da Sarah né? Esse foi um dos livros mais incríveis que já li da autora e que demonstra toda a capacidade dela de criar uma história maravilhosa. Aqui, percebi que tudo teve um motivo ao longo da série e que o universo criado por ela é rico, complexo e instigante. A trama está bem longe de ser simples e a autora soube conduzi-la bem e levar a um final coeso e corajoso.
Aliás, fiquei muito feliz pelo fato de que, nesse livro que encerra a série, Sarah J. Maas fugiu de um final óbvio ou clichê. Tive medo de que ela fosse seguir por um caminho seguro ou, pelo menos, mais fácil. Mas a autora teve muita coragem e trouxe algumas decisões corajosas e surpreendentes. Ela soube ousar e, mesmo assim, se manteve coerente com tudo que vinha construindo ao longo dos livros anteriores.
Não posso deixar de mencionar a edição da Galera Record e, principalmente, a tradução. Eu simplesmente amei a escolha da capa, que considero a mais bonita da série até aqui. Além disso, as folhas são amareladas e a fonte tem um ótimo tamanho de leitura. Mas, o grande destaque mesmo foi a tradução impecável da Mariana Kohnert. Esse não é um livro fácil de ser traduzido, mas vi nada para reclamar do trabalho feito nesse livro.
Deste modo, o que posso dizer é que eu não poderia ter ficado mais feliz com o desfecho dado para série Trono de Vidro. Reino de Cinzas foi um final épico, tenso, instigante, emocionante e grandioso. Exatamente como essa série e sua protagonista mereciam. Foi uma jornada e tanto acompanhar esses livros, que já têm um lugar garantido na minha lista de favoritos. Para quem gosta de uma fantasia envolvente, bem construída e repleta de surpresas, não pode deixar de conferir.


[Resenha] Agora e sempre


Olá, pessoal! Como você estão? Hoje eu venho trazer uma resenha que venho enrolando há bastante para escrever, porque ainda não me sentia preparada. O livro Agora e Sempre, da Judith McNaught me despertou emoções muito fortes e foi difícil encontrar palavras para expressar bem o que senti enquanto lia e explicar o que despertou esses sentimentos.
Ouvi muitos comentários de que Agora e Sempre era um romance de época bem diferente do que estamos acostumados a ver e eu é mesmo. Porém, ele é também muito mais polêmico e eu não passei imune a isso. Portanto, se preparem que eu tenho muito a falar sobre essa leitura. Mas não se preocupem que eu não vou contar quais acontecimentos causaram tanta discórdia.

Autora: Judith McNaught
Tradução: Cristina Laguna Sangiuliano Boas
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 350
Classificação: + 18 anos
Onde comprar: Amazon
Exemplar recebido de parceria com a editora
Sinopse: “O premiado romance histórico da autora best-seller Judith McNaught com orelha assinada por Carina Rissi. Após perder os pais em um trágico acidente, Victoria Elizabeth Seaton é enviada para a Inglaterra, onde se espera que reivindique seu lugar de direito na sociedade inglesa. Assim que chega à suntuosa propriedade de Jason Fielding, ela é vista por seu tio Charles como a mulher perfeita para o sobrinho. Assustada com a má fama do marquês de Wakefield, Tory jamais pensaria que sob a frieza e a amargura de Jason haveria lembranças de um passado doloroso a atormentá-lo. Ele, por sua vez, acredita ser incapaz de amar de verdade, quem quer que seja. Juntos, Victoria e Jason descobrirão até que ponto se pode conter um coração que quer se entregar e todos os obstáculos que só um amor verdadeiro é capaz de vencer.” 
Em Agora e Sempre, a jovem Victoria Sealton precisa se mudar com a irmã para a Inglaterra após a morte dos pais em um acidente. Elas deverão viver com parentes da mãe, porém, precisarão ficar separadas. Enquanto a irmã é recebida pela bisavó, Victoria acaba indo viver na casa de um primo distante, o lorde Jason Fielding.
O que ela não esperava é que o primo pudesse se mostrar tão hostil com ela. Porém, sem ter para onde, ela acaba se vendo forçada a conviver com Jason e começa a perceber que, por mais que ele a irritasse e confundisse, também despertava nela uma inesperada atração. E o lorde, por sua vez, também não estava imune a personalidade e ao carisma da menina. Assim, com um grande empurrãozinho do tio dele, Victoria e Jason começam a descobrir sentimentos que não imaginavam que poderiam sentir.

Porém, será que isso seria o suficiente para apagar um passado de traumas e decepções?


A primeira coisa que eu preciso dizer sobre esse livro é que, para mim, ele se divide em dois. Na primeira metade, eu me diverti muito com a leitura e realmente me encantei com a escrita da autora. Da metade para frente, apesar de continuar com um bom ritmo, foi uma sequência de decepções que fizeram com que eu me irritasse mais a cada página. Portanto, vou apresentar primeiro os motivos que me fizeram gostar e depois o que me decepcionou (sem spoilers, não se preocupem).
O que fez com que eu me envolvesse de cara com o livro foi a escrita envolvente da autora e a forma direta com que ela apresenta os personagens e a realidade dos casamentos da época. Além disso, ela desenvolve a história de uma maneira muito dinâmica, dosando bem os momentos mais leves, com o romance e os dramas dos personagens. Assim, a leitura flui muito bem e não dá nem para sentir as páginas passando.
Outro ponto que foi fundamental para o meu envolvimento com o livro logo no início foi o carisma da protagonista. Victoria, ou simplesmente Tory, é uma personagem sensível e cativante, mas também forte, determinada e muito franca. Ela não tem medo de expor sua opinião e não abaixa a cabeça para ninguém, mantendo sua dignidade e suas convicções. Isso fez com que eu me encantasse com ela logo nas primeiras páginas e passasse a torcer muito por sua felicidade.
Já sobre o mocinho, Jason, não dá para dizer o mesmo. Ele é cínico, amargurado e grosso, tendo raros momentos em que se tornava um pouco mais agradável. Isso normalmente não me incomoda em livros, já me encantei por vários personagens que faziam o tipo ranzinza, mas que dava para ver que no fundo eram boas pessoas. Infelizmente, o Jason não me convenceu e eu não simpatizei com ele em momento nenhum.
No entanto, na primeira metade do livro o carisma da Victoria acabou me levando a torcer pelo casal. Ela é tão cativante e tem um jeito tão determinado de colocar o Jason no lugar dele que eu realmente acreditei que isso acabaria tornando o romance convincente e, principalmente, capaz de me cativar. Além disso, os diálogos entre os dois são divertidos e a relação é desenvolvida de um jeito muito natural, o que é um ponto muito positivo do livro.
O problema é da metade para a frente do livro. Há uma cena muito forte (e, na minha opinião, desnecessária), que muda tudo na história dali para frente. Por si só, ela já seria um ponto negativo do livro, ainda mais que acabou com qualquer possibilidade de eu vir a tolerar o Jason. Porém, o desenrolar do livro a partir daí foi extremamente problemático, com outra cena igualmente forte, o que fez com que eu me irritasse mais a cada página.
O que eu vi na segunda metade do livro foi uma sucessão de revelações, nem um pouco surpreendentes, que vieram só para justificar ações do Jason que não podem ser perdoadas. E o pior é que, para romantizar esse personagem, a autora acaba sacrificando todos os pontos que me fizeram gostar da Tory. Ela que era tão determinada e franca no começo do livro, se torna uma personagem passiva, manipulável e que fica se arrastando atrás do macho babaca.
São páginas e mais páginas de vitimização de um personagem que não é a vítima e distorção dos fatos para colocar a culpa na mulher. E isso ainda é justificado com frases do tipo “ah, mas era a sociedade da época”, “era uma cultura muito machista mesmo”, “a autora só estava retratando o período”. Primeiro que retratar uma época é muito diferente de romantiza-la. É possível mostrar o que acontecia em um determinado período sem tentar justificar ações injustificáveis. 



Além disso, o que mais me deixou inconformada foi ver pessoas falando que não tinha problema romantizar as situações retratadas porque era uma outra época, com uma cultura diferente da nossa. Que bom saber que o machismo e as relações abusivas acabaram e a gente pode encarar isso como algo do passado né? Seria tão triste se as mulheres ainda vivessem isso hoje em dia... Ah não, pera! Para quem não sabe, machismo ainda é real e mulheres morrem todos os dias nas mãos dos companheiros.
Não preciso nem dizer que, da metade para frente, é óbvio que eu já não conseguia torcer pelo casal. E, pior ainda, sequer tinha qualquer simpatia por eles. Por mais trágico que seja o passado do Jason, eu só conseguia sentir ranço por ele. E a Victória se revelou tão fraca e manipulável que foi impossível manter qualquer admiração por ela. E se, em um romance, você não gosta do casal principal e não torce para eles ficarem juntos, fica bem difícil aproveitar a leitura né?
Para completar, os demais personagens da trama são tão manipuladores que simplesmente não conseguia simpatizar com eles também. Com exceção dos criados do Jason, que apesar de fofoqueiros eram bastante divertidos, todos os outros tiveram pelo menos algum comportamento no mínimo questionável ao longo trama – o que obviamente foi justificado e romantizado pela autora também.
Com relação à escrita dela, o que eu posso dizer de bom é que é fluida, mantém um bom ritmo para a trama e retrata muito bem o período. As descrições foram muito bem-feitas por ela e não deixaram a leitura cansativa. Porém, ela pecou ao romantizar situações que não poderia e acrescentar situações que não contribuíram em nada para o livro e ainda trouxeram uma mensagem muito negativa.
E não posso deixar de mencionar também a edição da Bertrand Brasil. A capa é lindíssima; para mim, uma das mais bonitas de romances de época. Além disso, as páginas amareladas e o bom tamanho da fonte contribuem muito para uma leitura bastante confortável. Minha ressalva é a ausência de um aviso de que esse livro contém gatilhos. As cenas são fortes e explícitas, portanto, deveria haver algum tipo de alerta.
De um modo geral, Agora e Sempre tinha tudo para ser um romance de época incrível. Ele foge dos padrões e traz um retrato muito mais realista da época do que estamos acostumados a ver. Uma pena que o realismo tenha sido só nos momentos mais chocantes e o restante seja uma sucessão de romantização e tentativas de justificar o absurdo. Me decepcionei ao ver a mensagem de que o amor é capaz de transformar usada de uma maneira tão distorcida e, francamente, perigosa. Porém, sempre defendo que cada um leia e tire suas próprias conclusões. A escrita da autora é boa e certamente vocês não encontrarão uma leitura monótona.

[Resenha] 36 perguntas que mudaram o que sinto por você


Olá, pessoal! Tudo bem? Recentemente eu recebi um livro da Galera Record junto com uma cartinha tão especial que tive que furar a fila e começar a leitura imediatamente. Estou falando de 36 perguntas que mudaram o que eu sinto por você, da Vicki Grant. Eu confesso que, a primeira vez que vi esse livro, imaginei que se trataria de um livro de contos. Então, fiquei muito surpresa quando vi na carta que se tratava de um romance Young Adult.

E, que fique claro, essa foi uma surpresa muito boa. Fazia tempo que eu não lia algo nesse estilo e já estava sentindo falta. Sabe quando você está precisando de um uma leitura leve e divertida, para relaxar? Então, esse livro veio muito a calhar para mim. Eu acabei devorando desde que ele chegou e agora vou poder contar para vocês o que achei da leitura.

Autora: Vicki Grant
Tradução: Petê Rissati
Editora: Galera Record
Páginas: 252
Onde comprar: Amazon
Exemplar recebido de parceria com a editora
Sinopse: “36 perguntas que mudaram o que sinto por você é inspirado por um estudo real de psicologia, popularizado pelo The New York Times e a coluna "Modern Love". Hildy e Paul têm as próprias razões para participar de um estudo do departamento de psicologia da universidade local que tem o intuito de “facilitar uma proximidade pessoal e, talvez, resultar em um relacionamento”. O experimento consiste em 36 perguntas, algumas inofensivas, como Quando foi a última vez que cantou sozinho?; outras nem tanto, como Qual sua mais terrível memória? As questões ajudam os dois a desnudar para o outro ― e para si mesmos ― sentimentos muitas vezes reprimidos. Segredos são revelados; vulnerabilidades, expostas. Hildy e Paul chegam ao fim do questionário entre risos e lágrimas, e baiacus voadores! Mas a pergunta mais importante permanece: eles se apaixonaram?”

Um estudo popularizado pelo The New York Times afirma que seria possível levar dois estranhos a se apaixonarem, fazendo com que eles respondessem honestamente 36 perguntas e depois se encarassem por quatro minutos. E esse estudo acabou servindo de inspiração para a autora Vicki Grant no livro 36 perguntas que mudaram o que eu sinto por você.
Nele, conhecemos Paul e Hildy, dois jovens que não poderiam ser mais diferentes e que por razões bastante distintas concordaram em participar de um estudo que buscava comprovar essa teoria. Ao começarem a responder às 36 questões propostas, eles logo percebem que elas poderiam levá-los a revelar mais do que estavam preparados para expor e a fazê-los encarar coisas que preferiam deixar de lado.
Assim, entre perguntas inocentes e outras que faziam com que eles abrissem a alma, Paul e Hildy percebem que são capazes de enlouquecer um ao outro, mas também de compreender os segredos que carregavam muito melhor que supunham. Assim, entre as diferentes perguntas, vemos esses dois rirem, se provocarem, chorarem e encararem difíceis verdades. Seria isso o suficiente para fazer duas pessoas se apaixonarem.



Eu preciso confessar que esse livro já me ganhou logo nos primeiros capítulos. Os primeiros diálogos entre Paul e Hildy são hilários e eu já torci pelo casal logo no início. Eles não poderiam ser mais diferentes, mas, apesar de clichê, isso acabou rendendo provocações e muitas ironias que me fizeram dar boas risadas. Além disso, mesmo que à primeira vista os dois parecessem opostos, é evidente que os dois possuem muito mais camadas do que vemos e que têm mais em comum do que imaginavam.
E, falando sobre esses dois personagens, eles começam bastante estereotipados. Hildy é a típica boa menina: dedicada, estudiosa, preocupada com a família, tímida e obediente às regras. Já o Paul é o clássico badboy; arrogante, encrenqueiro, cínico e desleixado. Porém, a cada pergunta que respondem, fica mais claro que essa era só a fachada para esconder os fardos pesados que carregavam.
“Eu gostaria de ter a capacidade de ver como você realmente é por baixo de toda essa pose e palavras difíceis e do sobretudo de homem ou barraca de exército, ou seja lá o que for que você está vestindo. Você pode dizer etéreo e saber o que é bom pra cacete em armários de cozinha sem puxador, mas você não engana ninguém. Só decidiu qual parte do fisco deseja divulgar. Meu palpite é que sua família é tão ferrada quanto todo mundo.”
                                        
No caso de Hildy, esse peso ficou mais evidente para mim desde o começo. Ela foi criada em um mundo perfeito, que parecia estar desmoronando na sua cabeça. Apesar do seu jeito atrapalhado e divertido logo no começo, dá para ver que é uma menina sensível e que está lutando para juntar os pedaços da sua vida que estão despedaçando. Nesse sentido, eu consegui entender muito melhor essa personagem e até sofrer com ela. Porém, em alguns momentos achei que ela ficou um tanto forçada: é ingênua demais, dramática demais, atrapalhada demais... A autora pesou um pouco a mão e, por mais que no geral eu tenha gostado dela, teve momentos que eu já estava perdendo a paciência.
O Paul, por outro lado, me ganhou logo nas primeiras páginas e não me decepcionou. Ele é cínico e arrogante no começo, mas de um jeito divertido e que deixava ver que havia mais por trás da máscara. E tinha muito mais. Apesar do segredo dele não ser nem um pouco surpreendente, era algo realmente muito doloroso e que justificava muito da personalidade.

“Você gosta de bancar o insensível e fingir que só pensa em você, mas acho que é só teatro. Tenho a sensação de que alguma coisa, como o significado real da verdade, preocuparia você.”

Além disso, achei que a autora acertou muito no desenvolvimento desse personagem. Ele é inteligente, carismático e, apesar do jeito de badboy, muito maduro para sua idade. Quanto mais a fachada que ele construiu ia se desfazendo, mais eu gostava dele. A trajetória de Paul mexeu muito mais comigo do que a da Hildy e isso fez com que ele fosse, de longe, o meu personagem preferido no livro.



Com relação aos personagens secundários, eles não ganham tanto espaço na trama, mas desempenham papéis importantes. Em especial, a família da Hildy é fundamental para compreendermos essa personagem e o que ela estava vivenciando. Apesar de não serem muito carismáticos – com exceção do Gabe, irmão mais novo da Hildy que cativa o leitor em alguns momentos – eles têm uma função na história e cumprem seu papel.
Já sobre o desenvolvimento da trama, não tenho o que reclamar. Achei que a história se desenvolve em um ritmo muito agradável, que permite ao leitor conhecer os personagens e acompanhar o desenvolvimento da relação deles, sem ficar cansativa ou deixar a leitura lenta. O romance é muito fofo e foi construído de uma forma natural, sem soar apressado ou forçado em momento nenhum.
“Sabe, acho que você está bem longe de ser tão mau quanto gosta de fingir que é. Vi aquela centelha de emoção verdadeira em seus olhos quando admitiu ter cantado para alguém, e seu sorriso... Quero dizer, seu sorriso, quando não está sendo totalmente desagradável comigo e ficando inexplicavelmente chateado com o mundo... É bonito, tipo, sabe, adorável.”
E não posso deixar de falar sobre a edição. Além da capa que ficou linda e combina totalmente com a história, o livro é cheio de ilustrações e com fontes que variam para representar os diálogos e as mensagens no Facebook. Fica evidente o capricho da Galera Record, que com certeza pensou em todos os detalhes.
Deste modo, 36 perguntas que mudaram o que sinto por você foi uma grata surpresa para mim. Com uma premissa diferente, mas despretensiosa, ele acaba sendo uma leitura leve, divertida e capaz de deixar o leitor com uma sensação de quentinho no peito. Foi meu primeiro contato com a escrita da Vicki Grant, mas sem dúvida me deixou curiosa para ler outros. Para quem procura um romance leve e tranquilo, é uma leitura que certamente irá agradar.
            

Apaixonada por literatura desde pequena, nunca consegui ficar muito tempo sem um livro na mão. Assim, o Dicas de Malu é o espaço onde compartilho um pouco desse meu amor pelo mundo literário.




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