[Resenha] A filha do conde


Oi, pessoal! Como vocês estão? Hoje eu decidi começar a semana com uma resenha especial, porém, um pouco diferente. Normalmente, eu posto as resenhas de livros de séries na ordem. Porém, quando terminei de ler A filha do conde, da Lorraine Heath, precisei vir comentar sobre ele mesmo sem ter postado resenha dos livros anteriores.
No entanto, já aviso que cada livro conta a história de um casal diferente e eu não vou mencionar nada sobre os volumes anteriores. Então, mesmo quem não leu Desejo e Escândalo e O amor de um duque pode continuar lendo a resenha tranquilo, tá? E não se preocupem que em breve vou falar sobre esses dois livros também.

Então, sem mais delongas, vamos logo à resenha e o que eu achei da leitura de A filha do conde. 

Autora: Lorraine Heath
Editora: Harlequin Books Brasil
Tradução: Daniela Rigon
Páginas: 398
Onde comprar: Amazon
Sinopse: “Era revoltante ver que ela estava ainda mais bonita do que quando a vira pela última vez, quando trocaram juras de amor e fizeram promessas que foram quebradas poucas horas depois… Os anos e a maturidade tinham acrescentado uma graça que Lavínia não possuía aos 17, quando Finn declarara o seu amor. Será que ela ainda se lembrava dos momentos com carinho ou a memória também rasgava seu coração, como fazia com o dele? Lavínia o fizera de tolo. Nenhuma das lembranças que tinha dela deveriam ser agradáveis. Mas, em algumas noites, ainda ficava na cama encarando o teto, porque a imagem dela surgia sempre que fechava os olhos. Cinco anos de sua vida em isolamento, e a única coisa para lhe fazer companhia, para mantê-lo são, era a lembrança que tinha dela. Aquelas memórias eram seu sustento. No começo, ele as invocava para alimentar a sede de vingança, de retribuição, mas a solidão fora aumentando até transformá-las em sonhos. As lembranças traziam a esperança de que o amor estaria esperando em algum lugar, que voltaria a tê-la, sorrindo para ele, rindo com ele, enchendo-o de alegria. Lavínia não era mais sua — na verdade, nunca fora — mas, ainda assim, uma parte tola de si não conseguia se esquecer de quando quase a tivera, aquela garota que amara no passado.

Lady Lavínia Kent, filha do conde de Collinsworth, se apaixonou quando ainda era muito jovem. Porém, era um romance que estava destinado a acabar. Além do fato de que ela havia sido prometida ainda muito jovem a um duque, o rapaz por quem se apaixonou era pobre e filho bastardo de um nobre.
Finn Trewlove tinha muitas qualidades, era inteligente, trabalhador, esforçado e muito bonito, porém, sempre soube que seu berço fazia com que ele fosse inelegível para a filha de um nobre. Mas, mesmo sabendo disso, Finn não conseguiu evitar se apaixonar por Lady Lavínia e viver um lindo romance com ela. Porém, essa relação acabou de forma abrupta, deixando os dois com marcas e mágoas que carregariam para sempre.
“Passara a vida inteira tentando se convencer de que sua origem não importava, mas, no fim das contas, talvez importasse justamente para a pessoa de que ele mais precisava em sua vida.”
Depois dos acontecimentos do passado, Finn e Lavínia se tornaram pessoas diferentes daqueles jovens sonhadores que foram um dia. Ele se dedicou ao trabalho e em reconstruir sua vida. Já Lavínia tentou seguir com os planos que sua família tinha para si, até dar um basta e seguir em busca de um novo rumo para sua vida. E é com essa mudança que os caminhos dos dois voltam a se encontrar e revelações do passado mudam tudo que eles consideravam saber.



A primeira coisa que eu preciso falar sobre A filha do conde é que ele é um romance de época diferente de todos que já li. Essa série tem fugido do padrão desde o início por focar em personagens bastardos e não nos nobres que estamos acostumados a ver. Porém, esse livro foi além e trouxe um assunto que eu ainda não tinha visto sendo abordado em nenhum livro.
Não vou adiantar o assunto por considerar que seria um spoiler, porém, é um tema difícil e que mexeu muito comigo. Acho que a autora foi sábia ao trazer uma questão tão pertinente ao período histórico em que a trama se passa. Isso contribuiu não só para enriquecer a contextualização história – e já adianto que a autora conseguiu fazer um retrato muito interessante da sociedade da época – como ainda trouxe mais profundidade para a história e os personagens.
“– Sem nunca experimentar a dor, Vivi, como é possível apreciar a alegria quando não se está sofrendo?”
Aliás, o realismo das questões apresentadas foi fundamental para que esse romance se tornasse tão especial. As situações que Finn e Lavínia enfrentaram foram tão críveis e tão dolorosas que foi impossível não sofrer e se emocionar com eles. Confesso que no começo não estava achando o livro tão maravilhoso quanto as pessoas falaram e tive um pouco de dificuldade de acreditar no romance quando eles apareceram ainda jovens. Porém, quando as revelações começaram eu percebi que a trama não seguiria pelo caminho previsível que imaginei e me vi realmente sensibilizada por todos os acontecimentos.
Mas não posso deixar de destacar também o casal principal e o quanto eu me apeguei a eles. Finn e Lavínia são carismáticos e muito fofos como jovens, mesmo que o romance tenha me parecido um pouco forçado no começo. Mas eu me apeguei a eles de fato quando vi a evolução que os dois tiveram ao longo dos anos. Mesmo antes das revelações começaram, já era evidente que os dois precisaram amadurecer no período que ficaram sem se ver. E entender as causas dessa transformação deu um significado ainda maior e me fez amar mais esses personagens.
“Vivendo por conta própria nos últimos três meses, ela se acostumara a tomar as próprias decisões, mas ninguém jamais expressara a crença de que faria as escolhas corretas, de que suas opiniões teriam mérito.”
Lavínia é uma personagem doce e cativante desde o início, mas ver como ela se transforma em uma mulher mais consciente e determinada foi o que me fez admirá-la. Ela deixa de ser a jovem sonhadora que já foi e começa a enxergar o mundo além dos salões de baile e, mais que isso, tenta dar sua contribuição para mudar esse mundo. Não tenho nem palavras para descrever o quanto sua força e determinação me emocionaram. Por tudo que ela passou e por tudo que faz ao longo livro, Lavínia se tornou uma das minhas protagonistas preferidas da vida.

Já o Finn... posso dizer que ele é perfeito e só? Que mocinho encantador e único que Lorraine Heath trouxe para esse livro. No início, Finn é um jovem tentando enxergar uma possibilidade de uma vida melhor em um mundo que era tão cruel com pessoas como ele. Mas as rasteiras que ele levou da vida o tornaram um homem mais forte e determinado, lutando para se reerguer e construir seu futuro. E acreditem que só isso já seria motivo para admirá-lo. Mas Finn ainda é personagem integro, justo e com um coração tão generoso que me encantou. Sinceramente, não consigo pensar em outro personagem que poderia ser mais digno de uma mocinha tão incrível quanto a Lavínia.
“E ali estava uma das razões por que a amava tanto. Lavínia não o considerava inferior. Lutara a vida inteira para não deixar as circunstâncias de seu nascimento influencia-lo, mas quando a conheceu, percebeu que nunca acreditara de fato que sua origem não importava.”


E não posso deixar de falar dos personagens secundários. A sensação que tenho é que, se não for para escrever personagens complexos e interessantes, a Lorraine Heath nem se dá ao trabalho de começar a escrever. A família do Finn vem sendo apresentada desde os livros anteriores e adorei ver os protagonistas dos dois primeiros volumes novamente, além dos personagens que estarão nos próximos. Particularmente, estou ansiosa pelo livro do Fera. Porém, preciso dizer que quando decidi escrever personagens odiosos, a autora também se sai muito bem. Não vou revelar quem para não dar spoiler, mas quem leu sabe que nesse livro temos uma personagem tão cruel e asquerosa que conseguiu superar meu ranço pela Umbridge de Harry Potter (o que não é pouca coisa).
Com relação a trama, como eu já disse, teve um momento em que não estava me convencendo muito e cheguei até a achar um pouco lenta. Mas isso não durou muito e rapidamente as revelações começaram, o que deu mais dinamismo para a história. A partir desse ponto eu me vi completamente envolvida, querendo respostas para alguns segredos e torcendo para que o Finn e a Lavínia alcançassem sua merecida felicidade.
“Tinham mudado uma vez e mudariam de novo, e não sabia como permanecer apaixonada por alguém, se todos estavam em constante metamorfose. O sucesso os transformaria, o fracasso os transformaria ainda mais. Todas as provações, tribulações e os desafios que a vida lançaria na direção deles – mesmo sem a família dela para estragar tudo – acabariam por alterá-los.”
Não posso deixar de destacar também a edição da Harlequin que faz jus a esse livro tão especial. A capa é sem dúvida uma das mais lindas que eu já vi de romances de época. Além disso, com exceção de um único erro de tradução que foi bastante significativo, a revisão do livro está excelente.
Assim, só posso dizer que A Filha do Conde foi uma leitura que me pegou desprevenida e me emocionou de formas que não esperava. Mais do que superar minhas expectativas, esse livro trouxe assuntos que eu nunca tinha esperado encontrar em um romance de época e que tornaram essa história muito mais complexa do que sua sinopse deixa transparecer. Trata-se de um livro forte, reflexivo, intenso e muito sensível, daqueles que vêm de mansinho e abalam nossos corações. Pela primeira vez, um romance de época me levou às lágrimas e me deixou com um nó na garganta toda vez que pensava em tudo que aconteceu. Foi uma leitura mais do que especial e que me fez entender o motivo da Lorraine Heath ser uma autora tão admirada.
Agora, só me resta aguardar os próximos livros da série e torcer para que sejam tão encantadores quanto esse. Mas quero saber se vocês já leram esse ou algum livro da autora. E quem ainda não leu, ficou curioso para ler essa série? Me contem aí nos comentários.

[Resenha] História de um grande amor



Olá, meus amores! Tudo bem com vocês? Depois de um tempinho sem postar resenhas por aqui, hoje eu vim falar sobre uma das primeiras leituras que fiz em 2020 e que é um dos lançamentos mais aguardados desse início de ano: História de um grande amor, da Julia Quinn. Esse livro inicia a trilogia Bevelstoke que está sendo publicada no Brasil pela Editora Arqueiro e é claro que eu corri para ler, né?
Para quem ainda não conhece, essa trilogia foi lançada há alguns anos nos Estados Unidos (entre 2007 e 2010). Vi muitas pessoas elogiando quando a Arqueiro anunciou que iria publicar esses livros no Brasil, o que me deixou mais curiosa para conferir. Porém, confesso que me esforcei e fui com as expectativas controladas.
Então, agora venho contar para vocês o que achei desse primeiro livro, se ele conseguiu me surpreender e quais as minhas expectativas para os próximos volumes.

Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Tradução: Thaís Paiva
Páginas: 288
Onde comprar: Amazon
Sinopse: “Aos 10 anos, Miranda Cheever já dava sinais claros de que não seria nenhuma bela dama. E já nessa idade, aprendeu a aceitar o destino de solteirona que a sociedade lhe reservava. Até que, numa tarde qualquer, Nigel Bevelstoke, o belo e atraente visconde de Turner, beijou solenemente sua mãozinha e lhe prometeu que, quando ela crescesse, seria tão bonita quanto já era inteligente. Nesse momento, Miranda não só se apaixonou, como teve certeza de que amaria aquele homem para sempre. Os anos que se seguiram foram implacáveis com Nigel e generosos com Miranda. Ela se tornou a mulher linda e interessante que o visconde previu naquela tarde memorável, enquanto ele virou um homem solitário e amargo, como consequência de um acontecimento devastador. Mas Miranda nunca esqueceu a verdade que anotou em seu diário tantos anos antes. E agora ela fará de tudo para salvar Nigel da pessoa que ele se tornou e impedir que seu grande amor lhe escape por entre os dedos.”

Ainda criança, Miranda Cheever sabia que não se tornaria uma beldade. Porém, aos 10 anos, ela não precisava ser lembrada disso. Por isso, ao sair da festa de aniversário de sua melhor amiga, Miranda acaba desabafando com o irmão mais velho dessa sobre os comentários maldosos de uma das outras convidadas. E quando o senhor Nigel Bevelstoke, visconde de Turner, diz que Miranda um dia seria tão linda quanto era inteligente, ela percebe que nunca poderá deixar de amá-lo.
“– Porque um dia a senhorita vai crescer e aparecer, e será tão bonita quanto já é inteligente. [...] E talvez ainda reste um pequeno sorriso para dedicar a mim quando se lembrar deste dia e desta conversa agradável.”
Com o passar dos anos, Miranda não se tornou uma beldade ou a sensação da temporada, mas uma jovem bonita e bastante agradável. Prestes a viver sua primeira temporada, ela tem tudo para se sair bem. Já para Nigel a vida não foi nada boa. As decepções o tornaram um homem amargo e cínico, sem qualquer traço do rapaz gentil que já foi.
Porém, Miranda disse aos 10 anos que iria amá-lo para sempre. Por isso, ela está disposta a tentar encontrar o antigo Nigel por traz dessa fachada de amargura. Determinada, Miranda não vai desistir de resgatá-lo de sua solidão e finalmente viver a história de amor que sempre sonhou.


A primeira coisa que preciso dizer sobre História de um grande amor é que ele traz todos os elementos que me conquistaram nos livros da Julia Quinn: trama leve e dinâmica, diálogos divertidos, recheados de ironia, e personagens carismáticos. Há algum tempo não lia um romance de época tão gostosinho, desses em que a leitura flui rápido e com leveza.
Acredito que o principal motivo para isso é Miranda, que é uma protagonista carismática e adorável. Acredito não ter uma forma melhor de definir uma personagem tão doce e otimista. No início, ela é um tanto ingênua e se deixa levar por Nigel em algumas situações. Mas ela amadurece e se torna mais firme com o tempo, e isso sem perder sua generosidade e sua capacidade de enxergar o melhor nas outras pessoas. E foi justamente a capacidade dela de ver a bondade em Nigel mesmo quando ele mesmo não enxergava que fez com que eu admirasse tanto essa personagem.
“Turner não tinha a menor ideia do que fizera com ela – do que causara nela – e talvez nunca viesse a ter. Mas Miranda ainda o desejava. E provavelmente o desejaria para sempre”
Já o Nigel foi um caso mais complicado. Sua postura arrogante e amargurada foi muito irritante. Por mais que Nigel tivesse traumas em seu passado que justificassem o fato de ter se fechado, nada do que viveu era culpa de Miranda. Portanto, as vezes em que ele foi frio ou cínico com ela me incomodaram e fizeram com que eu tivesse dificuldade em simpatizar com ele, sendo a única ressalva que tive no livro.
E, ainda assim, esse foi um ponto que acabou contribuindo para tornar a evolução do Nigel mais interessante e com um peso maior. Pelo comportamento dele no início, era difícil esperar alguma redenção. No entanto, em um processo lento e bem construído, ele foi se transformando e amadurecendo. E observar o quanto ele mudou no final foi um dos aspectos muito interessante no livro.
Mas um bom romance de época não se faz só com o casal principal, não é mesmo? E os personagens secundários de História de um grande amor são ótimos. A irmã e a mãe de Nigel ajudam a trazer um clima de família que é tão característico dos livros da Julia e que eu adoro. Aliás, Olívia, que é a irmã caçula de Nigel e melhor amiga de Miranda, se destacou pelo carisma, senso de humor e lealdade à amiga. É a típica personagem coadjuvante que a gente sabe que merece ser protagonista de sua própria história. E não vejo a hora de ler o segundo livro para saber como ela se sairá com mais espaço na trama.
Com relação ao enredo, adorei como foi desenvolvido e me vi completamente envolvida pela leitura. O romance foi construído aos poucos e adorei o fato de que, mesmo Miranda sendo apaixonada por Nigel desde criança, isso não fez com que a aproximação entre eles fosse rápida. Ao contrário, eles foram aprendendo a se conhecer como adultos. Os dois mudaram muito ao longo dos anos e isso fez com que eles tivessem muito a descobrir um sobre o outro. Além disso, a própria evolução dos personagens foi algo incrível de acompanhar e que tornou a leitura ainda mais interessante.
“Era amor, e um amor de mulher. A garotinha que o via como um príncipe encantado não existia mais. Ela era uma mulher agora. Conhecia cada falha dele, sabia muito bem de suas limitações, e ainda o amava. Amava Turner. Queria cuidar de suas feridas. Queria...Não sabia exatamente. Queria tudo. Queria absolutamente tudo. Queria...”
Quanto à edição, não tenho muito o que falar, pois li em ebook. Confesso que não gostei da capa e acho que ela não combina em nada com o livro. Gostaria que a editora tivesse continuada criando as suas próprias capas, que têm um padrão muito mais bonito, ao invés de adotar uma estrangeira e que era de outra série da autora. Mas, feito esse desabafo em relação à capa, não encontrei nenhum erro no ebook e acredito que o livro físico mantenha o mesmo padrão de qualidade.
Deste modo, História de um grande amor é um ótimo início para essa trilogia. Leve, com diálogos divertidos e afiados, e personagens que passam por um longo caminho de amadurecimento e redescoberta, esse livro me encantou de um modo que eu não esperava e me deixou ansiosa por sua continuação. Para minha alegria, o segundo livro – O que acontece em Londres – já está em pré-venda e deve ser lançado em março (vocês podem adquiri-lo aqui).
E vocês, já leram História de um grande amor? Me contem aí nos comentários se já leram esse ou outro livro da Julia Quinn e o que acharam. Vou adorar saber a opinião de vocês.

Caso tenham interesse em adquirir História de um grande amor ou sua continuação em pré-venda, deixo o link para compra na Amazon aqui. Comprando através dele, vocês me ajudam com uma pequena comissão, sem alterar o valor final da compra.

Apaixonada por literatura desde pequena, nunca consegui ficar muito tempo sem um livro na mão. Assim, o Dicas de Malu é o espaço onde compartilho um pouco desse meu amor pelo mundo literário.




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