Autora:
Kiera Cass
Editora:
Seguinte
Páginas:
Vol.1 - 368 / Vol.2 - 360 / Vol.3 - 352 / Vol.4 - 361
Amanhã
vai ser lançado no Brasil o livro A Coroa, último livro da série A Seleção, da
escritora Kiera Cass. Para entrar no clima, resolvi fazer a resenha falando um
pouco sobre a série e o que eu achei dessa leitura.
A
história se passa em um futuro distópico, em um país chamado Illéa, que no
passado havia sido os Estados Unidos da América. A sociedade descrita é
dividida em oito castas, cada uma delas é responsável por um tipo de
profissão. No topo da pirâmide social, está a família real. Uma jovem
terá a oportunidade de subir para a casta mais alta através do casamento
com o príncipe herdeiro, Maxon. Para escolher essa jovem, é realizada a Seleção:
uma competição que reúne 35 jovens vindas de diferentes partes do país que irão disputar o amor do rapaz.
Apesar
de grande parte das jovens encararem a Seleção como a oportunidade de viver um conto de fadas, para América Singer, uma jovem artista da casta 5, isto parece uma
ideia terrível. Não só ela é forçada a deixar para trás Aspen, um rapaz de
casta inferior à dela por quem é apaixonada, como terá que viver com outras 34
garotas, desesperadas para conquistar o príncipe e a coroa, em um palácio longe
da família e sob constante ameaça de ataques de rebeldes insatisfeitos com a
existência das castas.
A
opinião de América começa a mudar quando ela conhece o encantador príncipe.
Diferente de tudo que ela imaginava sobre ele, Maxon se mostra um rapaz pelo
qual a disputa valeria a pena. A partir daí, América luta para entender seus
sentimentos em relação a Maxon e a Aspen, enquanto tenta imaginar se poderia se
adequar à uma vida que ela nunca imaginou desejar.
Preciso
dizer que essa história me conquistou logo no primeiro livro. Diferente de
outras distopias que já havia lido, o contexto político daquela sociedade fica
em segundo plano, enquanto o foco maior é o romance. Isso não significa seja menos interessante do que outras histórias distópicas. Apesar desse universo não provocar tantas reflexões quanto outros livros
do gênero, a trama é bem amarrada e os personagens muito cativantes.
A
protagonista América é também a narradora da história, por isso conhecemos
aquele universo e os demais personagens sob a sua perspectiva. Ela é tão
teimosa, que em vários momentos chega a ser irritante. Mas, por outro lado, é
justa, corajosa, espontânea e tem uma personalidade forte, se mantendo firme em
seus princípios e não se intimidando por sua posição social.
Já
o príncipe Maxon é aquele tipo de mocinho ideal: romântico, sensível, generoso
e nobre. Apesar de muitas vezes ser teimoso e um pouco orgulhoso, esses
aspectos são compensados pelo jeito doce dele e, também, pelo peso que ele
carrega. Além do medo de fracassar na escolha de sua futura esposa, que deve
ser adequada para o papel de futura rainha, Maxon é sobrecarregado pela
responsabilidade de se preparar adequadamente para quando se tornar rei e pela
dificuldade de atingir as altas expectativas de seu pai. Como não amar um rapaz
tão sensível e generoso, que, além de tudo, carrega um fardo tão pesado pelas
obrigações e escolhas importantes que deve fazer?
Completando
o triângulo amoroso, tem Aspen. Sendo justa, eu torci por Maxon desde o começo,
por isso tenho uma grande dificuldade para simpatizar com o Aspen. Mesmo assim,
reconheço nele um personagem forte, leal e íntegro, que, apesar de um pouco
grudento e insistente, também faz por merecer o amor de América e torna a
dúvida dela compreensível.
Apesar
de achar que a narração em terceira pessoa prejudica um pouco o desenvolvimento
dos demais personagens, sinto que Kiera Cass conseguiu fazer com que o leitor
se envolva até mesmo com aqueles que não têm tanto destaque. A trama é
desenvolvida de uma maneira que leva o leitor a se importar com o destino de
todos os personagens, inclusive daqueles mais irritantes.
Em A Herdeira, porém, ocorre um salto no tempo e uma mudança de protagonistas. A
história passa a ser contada pela perspectiva da princesa Eadlyn, a futura rainha
de Illéa, que se prepara não só para governar o país, como para escolher seu
futuro marido. Dessa vez, será a jovem princesa que deverá escolher entre 35
rapazes.
Muita
gente não gosta da Eadlyn, mas, confesso, ela acabou se tornando minha
personagem favorita da série. Ela é um pouco teimosa e, as vezes, arrogante. No
entanto, por traz disso é uma jovem que cresceu com a responsabilidade de um
dia vir a comandar um país. Além disso, ela será a primeira rainha de Illéa
(até o seu nascimento, o trono passava sempre para o primeiro homem na linha de
sucessão), o que aumenta ainda mais a responsabilidade de Eadlyn e as
expectativas em cima dela.
Assim,
na maior parte do tempo, acho as atitudes da protagonista compreensíveis. Ela
tem tanto medo de fracassar e decepcionar seus pais e o seu povo, que adota uma
máscara de superioridade e autoconfiança para convencer as pessoas a sua volta,
e a si mesma, de que está preparada para ser a rainha. Em meio a tudo isso, ela
precisa decidir seu futuro, enquanto é pressionada pela intensificação de
conflitos sociais que ameaçam o país.
Com
relação ao romance, não consegui escolher um favorito entre os rapazes que lutam
para conquistar o coração de Eadlyn. Eu tenho três preferidos, todos com
personalidade diferente, mas dignos de ficar com a princesa: Kile Woodworck, que,
apesar de ter crescido com a Eadlyn, só começou
a conhece-la e se entender com ela quando foi sorteado para participar da Seleção;
Henri Jaakoppi, um rapaz doce e tímido, que apesar de ter uma enorme
dificuldade para se comunicar com a princesa (já que não fala inglês), tem uma
verdadeira adoração por ela; e Eikko/Erik, o intérprete de Henri que não está
inscrito na competição, mas que se mostrou um rapaz íntegro e leal, capaz de
compreender a situação de Eadlyn e, por isso, chamou a atenção dela também.
Destaque também para o trabalho maravilhoso na edição desses livros. As capas são belíssimas e refletem a personalidade das respectivas protagonistas e o que elas viverão na trama. Somente pós ler os livros, é que é possível compreender completamente a sutileza da elaboração das capas e como elas são adequadas para a história.
Assim, mal posso esperar para ler A Coroa e descobrir o desfecho dessa história que me conquistou desde o primeiro livro.O final de A Herdeira é surpreendente e impactante. Fiquei desesperada pela continuação quando acabei de ler, pois o destino dos personagens é deixado totalmente em aberto. A única certeza que tenho em relação ao último livro da série é que irei mergulhar mais uma vez nesse universo criado por Kiera Cass para acompanhar Eadlyn assumindo ainda mais responsabilidades enquanto tenta entender seus sentimentos e decidir seu futuro.
Assim, mal posso esperar para ler A Coroa e descobrir o desfecho dessa história que me conquistou desde o primeiro livro.O final de A Herdeira é surpreendente e impactante. Fiquei desesperada pela continuação quando acabei de ler, pois o destino dos personagens é deixado totalmente em aberto. A única certeza que tenho em relação ao último livro da série é que irei mergulhar mais uma vez nesse universo criado por Kiera Cass para acompanhar Eadlyn assumindo ainda mais responsabilidades enquanto tenta entender seus sentimentos e decidir seu futuro.
Observação: A série
conta ainda com o livro Felizes Para Sempre, que é uma coletânea de contos que traz
a perspectiva de outros personagens em alguns momentos da trama, a história da
rainha Amberly (mãe de Maxon), e alguns acontecimentos que se passam entre A
Escolhe e A Herdeira. Eu ainda não li
esse livro, por isso não pude incluí-lo na resenha.