Sinopse: “Numa história contada em 10 contos que revisitam o passado dos Caçadores e aponta para uma nova direção, Cassandra Clare, Sarah Rees Brennan, Maureen Johnson e Robin Wasserman presenteiam os fãs da série com uma jornada de tirar o fôlego, cheia dos personagens que todos já amam. Simon não se lembra do seu passado, das aventuras que viveu ao lado dos amigos... Nem sequer sabe quem é, de fato. Então, quando a Academia de Caçadores de Sombras reabre, o rapaz mergulha nesse novo mundo, determinado a se reencontrar. Mesmo sem ter certeza de que quer voltar a ser aquele velho Simon de antes. Mas o local é muito hostil e Simon acaba enxergando muitos problemas em sua nova escola. Como o fato de os alunos mundanos serem obrigados a viver no porão, ou sofrerem com as piadas e os preconceitos dos Nephilim. Numa jornada para se redescobrir, para voltar a se reconhecer entre os antigos amigos, como Clary Fairchild e sua amada Isabelle Lightwood (mesmo que ele não se lembre desse amor), Simon vai descobrir que pode ser mais do que antes. Que seu destino como Caçador de Sombras vai muito além de sua missão de voltar a ser quem era.” Autoras: Cassandra Clare, Sarah Rees Brennnan, Maureen Johnson, Robin Wasserman / Editora: Galera Record / Páginas: 504 / Skoob / Comprar: Amazon
Exemplar recebido em
parceria com a editora
Atenção! Essa resenha não contém nenhum spoiler do livro, mas não
recomendo sua leitura para quem não terminou de ler a série Os Instrumentos
Mortais, pois narra acontecimentos posteriores ao final de Cidade do Fogo
Celestial.
Eu já falei aqui no blog diversas vezes
sobre o quanto eu gosto da escrita da Cassandra Clare e que a série Os Instrumentos Mortais está entre as
minhas favoritas. Então, qualquer coisa que a Cassandra escrever dentro desse
universo dos caçadores de sombras, sempre vai despertar minha curiosidade. E
não foi diferente com Contos da Academia
de Caçadores de Sombras, publicado esse ano, no Brasil, pela Galera Record.
Nesse livro, são reunidos 10 contos
escritos por Cassandra Clare em parceria com Sarah Rees Brennan, Maureen
Johnson e Robin Wasserman. Esses contos falam um pouco sobre as aventuras de
Simon Lewis durante o período que ele passou na Academia de Caçadores de
Sombras, mas também faz revelações sobre o universo dos Caçadores de Sombras,
resgatando personagens de Os Instrumentos
Mortais e da trilogia As Peças
Infernais.
No primeiro conto, vemos Simon se
despedindo de seus amigos e partindo para a Academia de Caçadores de Sombras,
em Idris. Ele continua sem se lembrar de quase nada da sua vida e é doloroso
para ele conviver com a expectativa de pessoas que o amavam e queriam muito que
ele recuperasse suas memórias, especialmente Clary e Isabelle.
Lembro que eu era uma pessoa, assim como sou agora. Virar um Caçador de Sombras não vai mudar isso, se um dia eu me tornar um Caçador de Sombras. Esqueci muitas coisas. Não vou me esquecer disso.”
Assim, ao longo dos contos, o leitor
acompanha o conflito de Simon entre quem ele era e a pessoa que ele foi antes
de suas lembranças serem alteradas. Além disso, ele tem um medo enorme de
não ser aquele herói que as pessoas esperam e não se mostrar apto a ser um
Caçador de Sombras. Mais do que tudo, Simon teme não ser quem Clary e Isabelle
esperam.
Não vou falar sobre cada um dos contos
especificamente, porque eles são interligados e seguem uma ordem cronológica,
então, eu poderia revelar algum spoiler sem querer. Vou focar essa resenha,
então, no que achei da leitura e do desenvolvimento dos personagens.
Como não poderia deixar de ser, vários
personagens que já amava desde Os
Instrumentos Mortais retornam: Clary, Jace, Isabelle, Alec, Magnus, Jem e,
até mesmo, os Blackthorns. Isso para mim foi um dos pontos positivos do livro,
pois me permitiu ver como eles seguiram a vida depois dos acontecimentos de
Cidade do Fogo Celestial. Claro que eu já tinha uma noção depois de ler Dama da meia-noite (primeiro volume da
trilogia Os Artifícios das Trevas),
mas há uma diferença de cinco anos entre as duas séries e Contos da Academia de Caçadores de Sombras ajudou a preencher essa
lacuna.
No entanto, o livro traz muitos
personagens novos. Quando parte para a Academia, Simon acaba conhecendo várias
pessoas novas; alguns, mundanos recrutados pela Academia e que pretendem
Ascender, ou seja, se tornarem Caçadores de Sombras, ou nephilins que foram
para lá receber treinamento.
Entre esses novos personagens, se
destacaram George, Julie, Beatriz e o arrogante Jon. Confesso que, no começo,
tive uma certa dificuldade para me acostumar com tantos nomes que ainda não
conhecia. No entanto, ao longo do livro, fui conquistada por eles assim como o
próprio Simon e, no final, fiquei surpresa ao ver o quanto tinha me apegado.
Com relação à escrita, alguns contos foram
melhores do que outros. Como Cassandra Clare não escreveu esse livro sozinha,
em alguns momentos tiveram diálogos que não pareciam coisas que os personagens
dela diriam. Além disso, em alguns contos a leitura foi bastante arrastada e os
acontecimentos maçantes, não parecendo algo escrito por ela.
No entanto, nem todos foram assim, e eu
gostei de ler a maioria. O livro trouxe muitas informações interessantes sobre
os Caçadores de Sombras do passado, como Jem Carstairs e Tessa Gray, além de
falar mais sobre o período em que Valentim estava iniciando o Círculo. Além
disso, foi muito legal acompanhar a jornada pessoal do Simon, apesar de algumas
atitudes dele me incomodarem bastante.
Aliás, não posso deixar de mencionar o
quanto o Simon evolui ao longo dos contos. Ele começa confuso e sem saber quem
realmente é: o Simon que ele lembrava ou aquele herói que todos diziam que ele
era. No entanto, é interessante ver como, em sua jornada para se tornar um
Caçador de Sombras, ele amadurece e aprende a tomar decisões difíceis. O
caminho que ele segue não é fácil, e ele fraqueja em vários momentos, mas
sempre percebemos que aquele menino nerd que se tornou um herói em Os
Instrumentos Mortais estava lá.
- É o que significa estar vivo, Simon. Todas as decisões que você toma, fazem de você o que você é. Nunca deixem que os outros escolham quem você vai ser.
De modo geral, mesmo tendo me irritado com
alguns contos, gostei bastante da leitura. Acredito que, se fosse um livro
totalmente escrito pela Cassandra Clare, alguns problemas teriam sido evitados.
No entanto, isso não muda o fato de que foi delicioso matar a saudade daqueles
personagens que eu aprendi a amar e conhecer mais sobre o universo dos
Caçadores de Sombras. Só faço uma ressalva de que essa é uma leitura que eu
recomendo para quem já leu duas outras séries da Cassandra Clare, Os
Instrumentos Mortais e As Peças Infernais (especialmente a primeira). Afinal,
trata-se de um spin-off, com acontecimentos e curiosidades que só farão sentido
para quem já conhece o universo criado pela autora.
Agora, quero saber de vocês se já leram ou
pretendem ler Contos da Academia de Caçadores de Sombras. Quem já leu, me conta
aí nos comentários o que achou e qual seu conto favorito do livro.