Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 459
Quando terminei de ler Cidade dos Ossos, primeiro
volume da série Instrumentos Mortais, a única coisa que conseguia pensar era:
Por que não li esse livro antes? O livro, da escritora Cassandra Clare, me
prendeu da primeira à última página e me deixou realmente ansiosa para ler suas
continuações.
O livro traz a história Clarissa Fray, uma adolescente
de quinze anos que vive com a mãe em Nova York. Em uma noite, aparentemente,
normal, em que ela estava em uma boate com seu melhor amigo, Simon, Clary
presencia um assassinato. No entanto, apenas ela conseguia ver a suposta vítima
e seus assassinos.
O fato de que ela conseguisse ver o que estava
acontecendo faz com que eles também se surpreendam. Jace, um rapaz pouco mais
velho que Clary e com cara de anjo, explica a ela que eles são Caçadores de
Sombras: guerreiros responsáveis por proteger a terra das criaturas do submundo
(demônios, vampiros, lobisomens, entre outros). Pessoas normais, “mundanas”
como Jace as chama, não são capazes de ver os caçadores de sombra nem as
criaturas sobrenaturais. No entanto, Clary conseguiu vê-los naquela noite e, a
partir de então, sua vida mudou.
Uma das coisas que me chamou a atenção nesse livro é o
modo como o universo é apresentado. Ao contrário da maioria das fantasias, a
história aqui não se passa em um mundo totalmente mágico, mas mistura elementos
sobrenaturais com elementos reais. Essa combinação de mundo real e fantasia foi
feita de uma maneira convincente que permite ao leitor se envolver realmente
com a história.
Esse foi o primeiro livro da Cassandra Clare que eu
li, e gostei muito do estilo da autora. A história é muito dinâmica e cheia de
reviravoltas que surpreendem e deixam ansioso pelo que vai acontecer a seguir.
Além disso, acho que a autora consegue transmitir a emoção adequada para cada
momento da trama, especialmente nas partes de ação, onde o leitor fica
realmente tenso e preocupado com o destino dos personagens.
Falando nisso, outro aspecto que gostei muito nesse
livro foi o modo como os personagens foram sendo construídos ao longo da
história. Eles começam muito planos, com uma caracterização muito superficial.
No entanto, a medida que a história avança, outros elementos da personalidade
de cada um vão sendo apresentados, tornando-os mais complexos e interessantes.
A história tem ainda um triângulo amoroso entre Clary,
Jace e Simon. Confesso que não gostei muito desta parte, por ter um preferido
entre um dos rapazes e não ter muita paciência com o outro. No entanto, vejo
como positivo o fato de que esse triângulo não é um aspecto central na trama,
ficando em segundo plano.
Ao longo da leitura, percebi que foram incorporados
alguns elementos de outras fantasias, em especial, Harry Potter e Crepúsculo.
No entanto, ao contrário de outras histórias que já fizeram isso, Cidade dos
Ossos não soa como uma cópia dessas obras. Ao contrário, a autora traz esses elementos
de uma maneira natural, sem soar como um plágio ou uma releitura. Além disso,
ela traz aspectos novos e igualmente interessantes, criando um universo
realmente envolvente.
A série Instrumentos Mortais não poderia ter um começo melhor do que Cidade dos Ossos. Aliás, não é sem motivos que o livro conta
com fãs no mundo inteiro e já ganhou duas adaptações, uma para o cinema e outra
em uma série do Netlix. Se antes eu me perguntava por que as pessoas falam
tanto dos livros de Cassandra Clare, hoje eu entendo perfeitamente. A autora
criou um universo fascinante, que me prendeu durante toda a leitura e me deixou
ansiosa pelos próximos. Por este motivo,
em breve, vocês podem esperar a resenha do segundo volume, Cidade das Cinzas.