Autor: Chuk Wendig
Editora: Aleph
Páginas: 408
Finalmente, tive oportunidade de ler um livro do
universo expandido da série Star Wars. Sou fã declarada dos filmes, então minha
expectativa estava bem alta quando comecei a ler Star Wars: Marcas da Guerra,
um dos livros mais elogiados deste universo. De um modo geral, posso dizer que
o livro correspondeu muito bem ao que eu esperava.
A trama se passa após os eventos de Star Wars VI: O
Retorno de Jedi. Os rebeldes conseguiram destruir a segunda Estrela da Morte, o
imperador Palpatine está morto, assim como seu antigo discípulo, Darth Vader, e
a Nova República começa a ser construída. No entanto, ainda há pessoas leais ao
império, que estão se preparando para reergue-lo. Apesar da vitória dos
rebeldes em Endor, a guerra ainda não acabou. Assim, o livro mostra justamente
as dificuldades para a implementação da Nova República e os planos daqueles
leais ao império para retomarem o poder.
A trama mistura personagens novos com alguns presentes nos filmes, sendo que toda a primeira parte do livro é dedicada a apresenta-los
e mostrar como eles se posicionam frente a esse novo cenário da galáxia. Além
disso, a maneira como a história é construída ao longo do livro é muito similar
a dos filmes, especialmente da trilogia original (episódios IV, V e VI), o que
eu considero um aspecto muito positivo. Se trata de uma história nova, com
personagens novos, mas que preserva o universo de Star Wars, trazendo para o
livro a mesma atmosfera presente no cinema.
Um dos aspectos que mais gostei é que a
trama não é centrada em um personagem principal, mas em vários, permitindo que
o leitor tenha uma visão mais ampla do que está acontecendo na galáxia. Deste
modo, em muitos momentos é possível ver a mesma situação sob perspectivas diferentes,
o que deixa a leitura mais interessante.
Outro ponto a ser destacado é a diversidade de
personagens, que são diferentes tanto fisicamente quanto em termos de
personalidade. Os que têm maior destaque são: o capitão Wedge Antilles, um dos
principais pilotos rebeldes, que participou da destruição das duas Estrelas da
Morte, a almirante Rae Sloane, que tenta liderar a reconstrução do império, a
piloto rebelde Norra Wexley, que se divide entre o desejo de ajudar a Nova
República e a culpa por ter abandonado o filho, a caçadora de recompensas Jas
Emari, Sinjir Rath Velus, antigo agente imperial, e o jovem e esperto Temmin
Wexley (filho de Norra). Independentemente do lado em que lutam, quase nenhum deles é totalmente
herói ou vilão, sendo que os motivos que os guiam durante o livro tornam suas
ações, se não justificáveis, ao menos compreensíveis.
Por outro lado, o excesso de personagens foi um problema.
Apesar de ter achado que o grupo principal foi muito bem desenvolvido, outros
personagens que apareceram ao longo da trama foram pouco explorados e, alguns sequer
tiveram um desfecho, deixando o leitor sem saber qual a relevância deles. Por
se tratar de uma trilogia, pode ser que nas continuações esses outros
personagens ganhem destaque e sejam mais desenvolvidos, mas, nesse livro, isso
acabou pesando negativamente.
Apesar de inicialmente ter tido uma certa dificuldade
em me envolver completamente com a história, a partir da segunda parte a trama
ganha um ritmo mais intenso que me prendeu. Além disso, a maneira como Chuck
Wendig escreveu preserva a essência da história criada por George Lucas, o que
era algo que realmente me preocupava. O meu maior medo era achar que esse livro
não se parecia em nada com o universo de Star Wars que eu conhecia. Mas, para
meu alívio e alegria, Marcas da Guerra traz os melhores elementos de Star Wars
em uma história nova e empolgante. Assim, enquanto os próximos filmes da saga não
chegam ao cinema, com toda certeza vou querer ler os outros livros e conhecer
mais sobre o universo expandido.