Essa
semana falei sobre alguns livros da Cassandra Clare, a série Os InstrumentosMortais e Lady Midnight, o mais recente lançamento da autora. Então, resolvi
fazer o Das páginas para o cinema de hoje sobre um filme que é a adaptação de
um livro dela: Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos.
O
longa acompanha Clary Fray, uma jovem adolescente que presencia um assassinato
em uma boate, mas fica sem ter o que fazer diante do fato de que o corpo da
vítima sumiu e, aparentemente, só ela consegue ver os assassinos. Para piorar,
Clary vem desenhando símbolos que ela não sabe o que significam e sequer se
lembra de tê-los desenhado. Quando a mãe dela desaparece, Clary descobre que há
muito sobre o seu passado e sobre o mundo que ela não sabia. A partir daí, ela
parte em busca da sua mãe e de respostas sobre seu passado, contando com a
ajuda de seu melhor amigo, Simon, e do caçador de sombras Jace Wayland.
A
trama do filme é interessante e envolve o espectador nos mistérios sobre o
passado de Clary e na busca pela mãe da garota. Além disso, o longa é
beneficiado pelo constante clima de tensão e a eficiência ao apresentar os
elementos fantásticos do universo criado por Cassandra Clare.
Com
relação ao elenco, achei algumas escolhas acertadas, outras nem tanto. Apesar
de muito criticada, achei que Lily Collins se saiu bem no papel de Clary. Ela
conseguiu passar a personalidade forte e a impulsividade da personagem, que
está sempre disposta a tomar a iniciativa e agir, sem ficar esperando alguém ir
resgatá-la. Não considero Jamie Campbell Bowie a melhor escolha para o papel de
Jace, mas, ainda assim, ele se saiu bem, conseguindo transmitir a postura
arrogante e irônica de Jace.
No
entanto, para mim, os destaques positivos do filme são Robert Sheehan e Godfrey
Gao. Robert está absolutamente perfeito no papel de Simon, sendo o alívio
cômico do filme em vários momentos. Já Godfrey está impecável como o enigmático
feiticeiro Magnus Bane.
Por
outro lado, Jonathan Rhys-Meyers não se encaixou no papel de Valentim. O
personagem aparece como um vilão raso e caricato, simplesmente não convencendo
em suas motivações. Acredito que, neste caso, o ator foi prejudicado pelo roteiro,
que modificou muito o personagem e a história.
Confesso
que a primeira vez que assisti esse filme ainda não tinha lido o livro e acabei
gostando bastante. No entanto, quando vi o longa pela segunda vez, logo após
ler Cidade dos Ossos, percebi alguns problemas. As mudanças na história sacrificaram
partes importantes do universo criado por Cassandra Clare e deixaram o longa muito superficial em relação ao livro que o originou.
No entanto, apesar
dos problemas, esse é um filme divertido e com uma história
envolvente, beneficiado ainda por uma protagonista corajosa e independente, e
por personagens carismáticos (a maioria, pelo menos). Assim, é ideal
para quem quer se distrair e se divertir com uma trama de fantasia, cheia de ação,
mistérios e humor.