A importância de Harry Potter na minha vida


O dia 31 de julho pode não ter nenhum significado especial para você, mas, para milhares de fãs no mundo inteiro, é uma data a ser celebrada. Este dia ficou conhecido como Potter Day, ou Dia de Harry Potter, pelo fato de ser o dia do aniversário do jovem bruxo, bem como de sua autora, J. K. Rowling. Então, como potterhead assumida, eu não poderia deixar de fazer uma pequena homenagem aqui no blog. Para isto, resolvi contar a importância que esta série, tanto os livros quanto os filmes, tiveram na minha vida.
Primeiro, vem o óbvio: Harry Potter me permitiu entrar em um universo mágico e lúdico, que me acompanhou durante minha infância e adolescência e permanece na minha vida adulta. Mergulhar naquele mundo fantástico estimulou minha imaginação e reforçou o meu gosto pela leitura. Se eu tinha alguma dúvida de que me tornaria uma ávida leitora, Harry Potter acabou com ela.
Além disso, os livros de J. K. Rowling trouxeram mensagens que pretendo guardar comigo para a vida. Ao longo de sete livros (em breve, oito), a autora levou aos leitores mensagens sobre a importância do amor (em todas as suas formas), a verdadeira amizade, lealdade, caráter, tolerância com as diferenças, e a necessidade de fazer o que é certo ao invés de optar pelo caminho mais fácil. Através de um mundo mágico, J. K. Rowling transmitiu ensinamentos importantes para o mundo real. Acredito que se mais pessoas levassem as mensagens destes livros a sério, o mundo seria um lugar muito melhor.
Mas mais do que a possibilidade de mergulhar em um universo mágico e aprender lições importantes com ele, Harry Potter me proporcionou alegrias que eu mal consigo descrever. Essa séria me permitiu formar novos vínculos de amizade. Sabe aquele momento que você descobre que uma pessoa gosta do mesmo livro/filme/série que você e vocês imediatamente começam a conversar? Muitas amizades que fiz na escola e até na universidade, começaram com o gosto em comum por Harry Potter.
E as lembranças das estreias dos filmes? Estas estão entre os momentos mais divertidos da minha adolescência e fase adulta. Sim, eu continuei indo nas estreias mesmo quando já estava na faculdade. Eram horas de espera na fila onde ficava aguardando ansiosamente o filme começar, enquanto conversava com colegas e até com outros fãs que não conhecia. Afinal, estávamos todos unidos por amor àquela série.
Harry Potter representou um outro momento marcante na minha vida. Foi o primeiro livro que eu li em inglês. Estava tão ansiosa para saber o que aconteceria no último livro, que não aguentava esperar a edição brasileira. Assim, resolvi ler em inglês mesmo. O problema é que eu nunca tinha lido um livro em inglês antes. E, pior, eu não tinha feito um curso de inglês ainda. Todo meu conhecimento do idioma, vinha das aulas que tinha no colégio. Mas, meu amor pela série foi maior que esse “pequeno” detalhe. Com um dicionário do lado, comecei a ler “Harry Potter and the Deathly Hollows”. Para surpresa de todo mundo, inclusive minha, consegui ler o livro em seis dias e sem grandes dificuldades. Depois disso, minha mãe me matriculou no curso de inglês (comecei no avançado).

Ainda hoje, quase dez anos depois do lançamento do último livro, me emociono todas as vezes que mergulho nessa história. Harry Potter marcou minha infância, minha adolescência e permanece na minha vida adulta. Estes livros tiveram grande influência na pessoa que sou hoje, seja pelos valores que transmitiram, pelas boas lembranças que me proporcionaram, por tererem revelado minha facilidade para o inglês ou por firmar o meu gosto pela leitura. Por este motivo, serei sempre grata a J. K. Rowling por ter criado este universo e estes personagens que eu aprendi a amar. Então, feliz aniversário J. K. Rowling! Feliz aniversário, Harry!

Das páginas para o cinema - Harry Potter e o Cálice de Fogo

Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Michael Gambom, Maggie Smith, Alan Rickman, Ralph Fienes, Brendan Gleeson, Miranda Richardson, Robert Pattinson, Clémence Poésy, Stanislav Ianevski, David Tennant
Direção: Mike Newell
Ano: 2005 / Nacionalidade: Reino Unido/ EUA

Ontem falei sobre a experiência de releitura de Harry Potter e o Cálice de Fogo. Portanto, a coluna Das Páginas para o Cinema de hoje não poderia falar sobre outro filme que não fosse a adaptação deste mesmo livro.
Com direção de Mike Newell, Harry Potter e o Cálice de Fogo é, para mim, um dos filmes mais divertidos da franquia. Ele combina aventura, momentos mais sombrios, diversão, romance, além de algumas reviravoltas importantes na trama. Neste filme, assim como no livro, o universo de Harry Potter é expandido, apresentando ao público novos personagens, lugares e criaturas mágicas, além de trazer desafios ainda mais difíceis a serem superados pelo jovem bruxo.


O aspecto que mais gosto nesse filme é o dinamismo com que a história é contada. Apesar de ser um tanto longo, contando com aproximadamente 2 horas e meia de duração, o filme não é cansativo. Mantendo um bom equilíbrio entre as sequências de ação e os momentos mais leves e divertidos, Harry Potter e o Cálice de Fogo passa rápido, fazendo com que o espectador não sinta o tempo passando. Além disso, a história é construída de um modo eficiente, criando toda a tensão necessária nos momentos decisivos do filme.


Com relação ao elenco, é neste longa que mais gosto da interação do trio principal. Pela primeira vez, vemos que Harry, Rony e Hermione estão crescendo, passando de crianças a adolescentes, e Daniel, Rupert e Emma souberam explorar essas mudanças dos personagens. Sobre os três campeões do Torneio Tribruxo, Cedric Digorry, Fleur Delacour e Viktor Krum, gostei dos atores escolhidos (Robert Pattinson, Clemence Poesy e Stanislav Ianevski), porém, acredito que estes personagens poderiam ter sido mais explorados no filme, especialmente o Krum.


No entanto, para mim, o grande destaque deste filme foi a escolha de Ralph Fienes para dar vida ao vilão Voldemort. Sinceramente, não consigo imaginar alguém melhor para interpretar o papel. É impressionante como o personagem soa muito mais cruel e ameaçador quando o ator usa um tom de voz mais baixo e calmo. Em poucas falas, ele consegue transmitir toda a frieza de Voldemort, criando a base para o desenvolvimento do personagem nos filmes seguintes.
Este filme pode não ser a adaptação mais fiel ao livro, mas foi muito eficiente ao contar a história. Muita coisa acontece em Harry Potter e o Cálice de Fogo, pois é a partir dele que mudanças significativas acontecem na trama. O livro é recheado de eventos, sequências de ação, personagens novos e revelações importantes. Adaptar este livro, com toda certeza, não é uma tarefa fácil, sendo impossível abordar tudo que está presente na obra original. Assim, acredito que o roteiro foi eficiente em levar para o filme os elementos principais e contar a história de uma maneira clara, preservando a essência do livro de J. K. Rowling.

De todos os filmes da série, Harry Potter e o Cálice de Fogo é um dos mais competentes na tentativa de transportar o espectador para aquele universo de magia. Nele assistimos a Copa Mundial de Quadribol, acompanhamos ansiosos as tarefas do Torneio Tribruxo e nos deslumbramos com a beleza do Salão Principal durante o Baile de Inverno. Assim, trazendo alguns das cenas mais marcantes de toda a série, este filme proporciona muitos momentos de diversão e magia, ao mesmo tempo que indica com clareza as mudanças que estavam por vir na história.

Assista ao trailer:

Especial - Harry Potter e o Cálice de Fogo

Autora: J. K. Rowling
Editora: Rocco
Páginas: 535


Retomando o projeto de releitura da série Harry Potter, este mês foi a vez do quarto livro, Harry Potter e o Cálice de Fogo. De todos os livros da série, esse sempre foi o meu “menos favorito”. Por causa disso, quando era mais nova, li todos os livros mais de uma vez, com exceção do Cálice de Fogo. Não que eu não tenha gostado, amo toda a série, mas gostava um pouco menos deste do que dos outros.
Felizmente, tive a ideia de começar essa coluna especial para Harry Potter e, finalmente, peguei Harry Potter e o Cálice de Fogo novamente. Digo felizmente, porque, desta vez, apreciei muito mais a leitura do que da primeira. Consegui me envolver mais com a história e achei que ela flui muito mais rápido.
O maior problema que senti quando li O Cálice de Fogo pela primeira vez é que achei a leitura arrastada. Ao contrário dos outros livros da série, não consegui mergulhar na história desde o início, prejudicando a leitura. Já nessa releitura, senti a história um pouco cansativa no começo, mas, à medida que a trama foi se desenvolvendo, consegui me envolver completamente.
Neste quarto volume da série, J. K. Rowling expande o universo de Harry Potter, apresentando novos personagens, lugares e criaturas mágicas, além de revelar mais sobre o passado deste universo. As aventuras vividas por Harry são mais perigosas e as ameaças mais concretas. Mesmo já conhecendo a história, é impossível não sentir a tensão constante, tanto pelas provas do Torneio Tribruxo, quanto pelos perigos e mistérios que rondam o castelo e ameaçam a segurança de Harry.
Não me lembrava como as provas do Torneio Tribruxo eram bem escritas. J. K. Rowling conseguiu transmitir toda a tensão que os personagens sentem tanto antes quanto durante a prova. Além disso, ela descreve tudo em detalhes, o que permite ao leitor compreender e imaginar com clareza os acontecimentos.
Outro aspecto que destaco é o modo como a autora aborda o início da adolescência. Harry, Rony e Hermione já não são mais crianças, surgem os primeiros romances e eles se preocupam mais com a aparência. Tudo isso é abordado na história de uma maneira leve, natural e divertida. Em especial, as tentativas de Harry e Rony de convidarem garotas para sai estão entre os momentos mais engraçados do livro e da série, como um todo.
Algo que me chamou a atenção durante a leitura foi perceber como, apesar de toda a magia daquele universo, Harry Potter se enquadra perfeitamente no momento que o mundo está vivendo. Ao final do Cálice de Fogo, somos apresentados a uma mensagem de respeito ao próximo e às diferenças, de união entre os povos e de combate ao preconceito. Além disso, a autora nos lembra dos perigos vindos da intolerância, do radicalismo e da desunião. Basta dar uma olhada nos noticiários para ver como essa mensagem se aplica ao nosso mundo.
"Repito a todos, (...) seremos tão fortes quanto formos unidos e tão fracos quanto formos desunidos."
"As diferenças de costumes e língua não significam nada se os nossos objetivos forem os mesmos e os nossos corações forem receptivos."
Desde que comecei esse projeto de releitura, tenho adorado voltar ao universo de Harry Potter e reparar em aspectos que não tinha percebido antes. No entanto, foi relendo Harry Potter e o Cálice de Fogo que senti isso mais intensamente. Me surpreendi com o modo como me envolvi com esta história e passei a vê-la com outros olhos, admirando ainda mais a mensagem importante e tão atual que a autora transmitiu. Além disso, fiquei mais uma vez fascinada com o talento e a imaginação de J. K. Rowling, bem como com a grandeza e complexidade do mundo e dos personagens criados por ela.
Se eu já estava feliz em desenvolver esse Especial Harry Potter, agora estou completamente encantada por retornar a este universo. Não vejo a hora de começar a releitura de Harry Potter e a Ordem da Fênix, quinto volume da série, e trazer novamente a magia de Harry Potter aqui para o blog.

[Dica da Malu] Métrica

Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 304

Faz muito tempo que ouço falar sobre a série Slammed, da Colleen Hoover. Vi muitos comentários dizendo ser esta uma das melhores séries para o público Jovem Adulto (YA). Então, finalmente, puder ler o primeiro volume da série, Métrica, e descobri o motivo de tantos elogios.
A história acompanha a jovem Layken, que vê sua vida ser transformada quando está prestes a começar o último ano do ensino médio. Seis meses antes, seu pai havia morrido e, agora, sua mãe decidiu vender a casa onde moravam e se mudar para outro estado com ela e seu irmão caçula, Kel. Layken não poderia estar mais revoltada com a situação, porém, tudo muda quando ela conhece seu novo vizinho, Will. Com ele, Layken consegue se abrir e ver uma perspectiva de felicidade nesta nova vida. No entanto, alguns acontecimentos fazem com que aquele rapaz, que fez com que ela sorrisse depois de tanto tempo, acebe fazendo com que o coração dela seja partido novamente.
Confesso que quando li a sinopse, esperava que Métrica trouxesse uma história previsível e clichê. No entanto, o que não faltou nesse livro foram surpresas e reviravoltas. A todo momento surgia uma revelação completamente inesperada e que mudava completamente o rumo da trama e a visão que eu tinha dos personagens.
Claro que alguns clichês são mantidos, especialmente a rapidez com que Lake e Will se apaixonam. No entanto, os motivos que os afastam são compreensíveis e, principalmente, críveis. Conseguimos acreditar nas dificuldades que eles enfrentam e no seu sofrimento.
Destaco ainda os personagens, que são outro ponto forte deste livro. Não gostei muito da Layken, pois achei que em alguns momentos ela age de modo muito egoísta. Mesmo assim, é impossível não se sensibilizar com a história dela e torcer pela sua felicidade. Já o Will é completamente encantador. Apesar de não agir corretamente o tempo todo, percebemos o quanto ele se esforça para tomar as decisões certas, mesmo que estas não sejam as mais fáceis. Ele carrega responsabilidades muito pesadas, que me fizeram, não apenas entender suas atitudes, mas também admirar sua força e sua integridade.
Já os demais personagens são todos cativantes, apesar de destacar duas. Júlia, a mãe de Lake, é uma mulher forte e admirável. O jeito como ela cuida dos filhos e os conselhos que dá para Lake fizeram com que ela se tornasse uma das minhas personagens favoritas. Destaco ainda a Eddie, uma aluna da nova escola de Lake, que rapidamente se torna melhor amiga dela. Dona de uma personalidade forte, Eddie proporciona alguns dos momentos mais engraçados do livro, Eddie tem uma história surpreendente e comovente.

Fiquei muito tocada com esta história e compreendi completamente os elogios feitos a Colleen Hoover. Ela tem uma escrita leve e envolvente, apresentando personagens realistas e cativantes, com dilemas que o leitor acredita e entende. Me envolvi tanto que, assim que terminei Métrica, comecei a ler sua continuação, Pausa. Em breve, vai ter resenha aqui no blog. Mas, por enquanto, recomendo muito este excelente primeiro volume da série Slammed. Espero que vocês possam se encantar com esta história tanto quando eu. 

[Dica da Malu] O Castelo das Águias


Sinopse: O Castelo das Águias, romance fantástico de Ana Lúcia Merege, é um lugar especial. Localizado nas Terras Férteis de Athelgard, região habitada por homens e elfos, abriga uma surpreendente Escola de Magia, onde os aprendizes devem se iniciar nas artes dos bardos e dos saltimbancos antes de qualquer encanto ou ritual. Apesar de sua juventude, Anna de Bryke aceita o desafio de se tornar a nova Mestra de Sagas do Castelo. Aprende os princípios da Magia da Forma e do Pensamento e tem a oportunidade de conhecer pessoas como o idealizador da Escola, Mestre Camdell; Urien, o professor de Música; Lara, uma maga frágil e enigmática, e o austero Kieran de Scyllix, o guardião das águias que mantêm um forte elo místico com os moradores do Castelo. Enquanto se habitua à nova vida e descobre em Kieran um poço de sentimentos confusos e turbulentos, uma exigência do Conselho de Guerra das Terras Férteis põe em risco a vida e a liberdade das águias. Com o apoio de Kieran, Anna lutará para preservá-las, desvendando uma trama de conspiração e segredos que envolvem importantes magos do Castelo.

            Quem me acompanha aqui no blog sabe que fantasia é um dos meus gêneros preferidos. Portanto, fiquei bastante curiosa quando li a sinopse de O Castelo das Águias, romance fantástico da escritora brasileira Ana Lúcia Merege. A trama envolve vários elementos que despertam o meu interesse: um universo mágico, aventuras, mistérios e, claro, romance.
Confesso que, a princípio, a história não me prendeu muito. A trama começa em um ritmo mais lento para apresentar o universo e os personagens do livro. Por ser narrada pela protagonista, Anna, o leitor conhece a Escola de Magia e os segredos e ameaças às águias junto com ela. Assim, no começo, fiquei um pouco perdida, sem entender muito bem aquele universo fantástico.
No entanto, à medida que a história se desenvolve e os mistérios começam a surgir, consegui me envolver com o livro. A trama é cheia de segredos e intrigas que ameaçavam a segurança e a liberdade das águias, o que leva Anna a viver algumas aventuras.
Com relação aos personagens, gostei muito da Anna. Apesar de jovem, ela é muito forte e corajosa, não se deixando intimidar por seus medos e pelas dificuldades que encontra. Além disso, admiro o modo como ela não se envergonha de sua origem e se mantém firme aos seus princípios.
Outro personagem que gostei muito foi Kieran. Apesar de não ser revelado muito sobre o seu passado, o que confere a ele um ar misterioso, dá para perceber que é um personagem corajoso e justo, que ama os animais e luta para defendê-los. Por outro lado, acredito que o fato da história ser narrada apenas pelo ponto de vista da Anna prejudicou um pouco o desenvolvimento dos outros personagens. Com exceção dela e de Kieran, os demais, apesar de carismáticos, foram trabalhados de uma maneira um pouco superficial.
O que mais gostei em O Castelo das Águias foi a mensagem que a história passa. Ao tratar da ameaça às águias do castelo, a autora trabalha a questão da necessidade de proteção dos animais e a importância de preservamos a liberdade deles. Além de ser um assunto muito importante, Ana Lúcia Merege soube abordá-lo de uma maneira muito bonita e delicada, que realmente leva o leitor a refletir sobre essas questões.
De modo geral, fui cativada pelo universo mágico retratado. A autora apresenta diferentes povos e tradições, e gostei muito da interação entre eles. Além disso, gostei do modo como Anna evolui ao longo da trama, se firmando como uma personagem forte e determinada, que defende suas convicções e princípios, sem nunca se deixar intimidar. Apesar do ritmo mais lento no início, a história me envolveu e fiquei muito curiosa para ler as duas continuações desta série, A Ilha dos Ossos e A Fonte Âmbar. Sem dúvida, é mais um livro que demonstra a qualidade e o potencial da literatura nacional, e que que nossos autores também podem escrever bons livros de fantasia.


Informações:
Autora: Ana Lúcia Merege
Editora: Draco
Páginas: 192

Dia do Amigo - 5 amizades da literatura

Hoje, dia 20 de julho, é comemorado o Dia do Amigo. Considero que as verdadeiras amizades são aquelas que nos acompanham ao longo da vida, em momentos de alegria e de tristeza, estando presentes nas nossas mais importantes memórias, e permanecem conosco independente de falta de tempo ou distância geográfica.
Pensando em celebrar esse dia, resolvi em citar alguns livros que trazem exemplos de grandes amizades. São histórias cujos personagens formam um vínculo forte e sincero, vivendo aventuras, superando momentos de adversidade e celebrando junto as vitórias. Alguns deles são tão cativantes que, ao final do livro, desejamos fazer parte daquele grupo de amigos.
Então, vamos à lista com algumas amizades literárias que me marcaram:



O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry
            Tem como falar sobre amizade e não pensar em O pequeno príncipe? Acho impossível. Para mim, se existe uma obra na literatura que expressa o real sentido de amizade, é O pequeno príncipe.
Na simplicidade das palavras do principezinho, encontramos a mais complexa e bela definição  de amizade:
“Para mim, você não passa de um garotinho igual a cem mil garotinhos. E não preciso de você. E você tampouco de mim. [...] Porém, se você me cativar, precisaremos um do outro. Você será único no mundo para mim. Serei único no mundo para você...”


Série “Fazendo meu filme”, da Paula Pimenta
            Uma das coisas que mais me encantou quando li Fazendo meu filme foi o grupo de amigos apresentado na história, que é, ao mesmo tempo, divertido e cativante. Em especial, considero a amizade entre a protagonista Fani, a Gabi e a Natália muito bonita. As três têm personalidade muito diferente, mas isso não muda a lealdade e o amor que existe entre elas; elas aceitam e respeitam umas às outras como são. A amizade entre o Leo e o Rodrigo é muito bonita também; os dois são muito leais e companheiros e se apoiam sempre nos momentos mais difíceis.
            A Paula Pimenta constrói tão bem a relação de todos esses personagens, que no final do livro sentimos que eles são nossos amigos também.


Série “Os instrumentos mortais”, da Cassandra Clare
            Outra série que, ao longo dos livros, mostra lindas relações de amizade. Admiro especialmente, a amizade entre o Jace e o Alec. Os dois cresceram juntos, se entendem como ninguém e estão sempre prontos para ajudar o outro. Tem ainda a amizade entre a Clary e o Simon, que sobrevive a muitas dificuldades.
            Assim como havia dito a respeito de Fazendo meu filme, nos livros de Os Instrumentos Mortais o vínculo entre os personagens é tão forte e tão bonito, que desejamos fazer parte daquele grupo. Ao final do último livro, confesso que fiquei com uma sensação de saudade desses personagens, como se também fossem meus amigos.  


The kiss of deception, de Mary E. Pearson
            Não me canso de elogiar esse livro e não poderia deixar de incluí-lo nessa lista, uma vez que um dos aspectos que mais gostei nele foi justamente a amizade entre a Lia e a Pauline. As duas são extremamente leais e conseguem compreender uma à outra de maneiras que só verdadeiras amigas conseguem.
            Sem precisar de maiores explicações, Pauline entende o sofrimento de Lia e não pensa duas vezes antes de ajudá-la em seus planos. Acho que as duas tem personalidades muito diferentes, mas que têm em comum o fato de serem personagens fortes, corajosas e muito leais. As duas se amparam nos momentos de maior dificuldade e estão sempre dispostas a se arriscar para defender a outra. Uma amizade tão forte e sincera que criou um vínculo quase de irmãs.

Harry Potter, de J. K. Rowling
            Por fim, mas não menos importante, não podia deixar de incluir Harry Potter nessa lista. Acho que não preciso explicar muito os motivos desta série aparecer nesta lista, né?
            J. k. Rowling conseguiu trabalhar muito bem o tema da amizade ao longo dos livros de Harry Potter. De maneira mais óbvia, pensamos no trio principal. Podemos acompanhar desde o momento que Harry, Rony e Hermione se conhecem e vão se tornando amigos, vendo o vínculo entre eles crescer tanto com as brincadeiras e aventuras compartilhadas, quanto com as dificuldades que enfrentaram juntos. Uma amizade sincera, que se fortalece ao longo do temo.

            Mas a autora trabalha a amizade nas relações de outros personagens também. Em especial, admiro a reação entre Harry e Luna. No começo, Harry a considerava uma menina estranha e meio lunática, mas quando realmente a conhece surge a admiração, o respeito e a amizade. Gosto muito também do modo como Neville cresce e se torna um personagem mais forte para defender seus amigos.
               
"Nós temos uma coisa que Voldemort não tem. Algo pelo qual vale lutar."

        Essas foram algumas amizades que eu considerei marcantes na literatura. Vocês conhecem outros livros que trabalham esse tema de alguma maneira? Me conta aí nos comentários. E, claro, feliz dia do amigo!


Lançamentos de Julho - Editora Draco


Hoje vim divulgar mais lançamentos de julho. A Editora Draco tem várias novidades muito legais chegando este mês.



Boys Love – Os mistérios de Llyr, Dana Guedes e Ericksama
Um amor mais profundo que os mistérios do oceano


Sinopse: Julian vive em uma pacata cidade litorânea, mas nem as delícias da confeitaria onde trabalha podem adoçar os tristes e solitários momentos de quando não está em serviço.
Quando em um encontro do acaso conhece Llyr, um estranho garoto maltrapilho que vive nas ruas, sente que a sua vida nunca mais será a mesma. Sem entender por quê, Julian sabe que precisa proteger esse rapaz tão perdido quanto os próprios sentimentos. Pois Llyr precisa de um lar e de uma chance para sobreviver. Mas Julian precisa de algo mais. Enquanto se conhecem a cada dia, ele se percebe vasculhando cantos de sua alma que não imaginava poder redescobrir.
Boy’s Love – Os mistérios de Llyr é uma deliciosa história de amor de Dana Guedes (Boy’s Love – Flor de ameixeira) com desenhos de Ericksama. Quando a improvável relação começa a transbordar e mergulha os dois jovens em uma paixão arrebatadora, eles precisarão decidir entre a própria felicidade ou encarar a verdade sobre as suas existências. Mesmo que sejam imprevisíveis e implacáveis como os segredos do fundo do mar.

Autora: Dana Guedes
Ilustrador: Ericksama
ISBN: 978-85-8243-177-1
Gênero: Boy’s Love, shonen ai, yaoi, romance
Formato: 14 cm x 21 cm
Páginas: 64
Preço de capa: R$ 19,90 (papel)
R$ 9,90 (e-book)





Medieval – Contos de uma era fantástica
Uma viagem à época onde mora a fantasia

Sinopse: Por cerca de mil anos, a roda da História girou num ritmo vertiginoso: castelos e fortalezas se ergueram e foram destruídos, cidades se multiplicaram, guerras sangrentas se alternaram com períodos de paz. Migrações, invasões, o surgimento da imprensa e, por fim, as grandes navegações expandiram os limites do mundo. Tudo isso marca o período conhecido como Idade Média, que nos legou incríveis narrativas povoadas de seres mágicos, fadas, bruxas e encantamentos.

Foi esse imaginário que inspirou os autores de Medieval – Contos de uma era fantástica a contar suas histórias. Das cruzadas às invasões vikings, passando pela Espanha mourisca, Oriente Médio, China e pelo Japão dos samurais, todos os contos são ambientados em lugares do mundo real – um tempo em que o fantástico e o maravilhoso se mesclavam naturalmente aos eventos do cotidiano.

Organizado pelos especialistas em Idade Média e ficção histórica Ana Lúcia Merege e Eduardo Kasse, eles participam com contos cheios de magia ao lado de Melissa de Sá, A. Z. Cordenonsi, Roberto de Sousa Causo, Erick Santos Cardoso, Nikelen Witter, Karen Alvares e Helena Gomes.

Com este livro você viajará pelo tempo e pelo espaço, para essa época onde sempre se imaginam os mais incríveis mundos de fantasia. Num tapete mágico, num drakkar, num corcel de batalha — ou simplesmente nas asas de sua imaginação.

Contos
Erva daninha – Melissa de Sá
O desejo de Pungie – A. Z. Cordenonsi
A clareira mágica – Roberto de Sousa Causo
Sacrifício – Eduardo Kasse
Kitsune – Erick Santos Cardoso
A dama negra e a donzela de palha – Nikelen Witter
O grande livro do fogo – Ana Lúcia Merege
A flor vermelha – Karen Alvares
Lenora dos Leões – Helena Gomes

Organizadores: Ana Lúcia Merege e Eduardo Kasse
ISBN: 978-85-8243-100-9
Gênero: Fantasia medieval
Formato: 14 cm x 21 cm
Páginas: 232
Preço de capa: R$ 44,90 (papel)
R$ 19,90 (e-book)




Dracomics Shonen, v. 1
Conheça os heróis mais radicais em quadrinhos absolutamente épicos!

Sinopse: nfluenciados por centenas de mangás e animes, autores brasileiros foram reunidos para criar suas próprias histórias em quadrinhos de aventura. O resultado são eletrizantes narrativas de fantasia e ficção científica influenciadas pelo estilo japonês.

Após uma disputada seleção, a Editora Draco escolheu oito mangás com os melhores elementos do gênero shonen. Entre os mundos criados estão: um garoto cuja única habilidade é mentir, um ônibus do além, um rei dos elementos, magos que manipulam a vida e a morte, um faroeste dominado pela física, uma caçada espiritual, um ladrão protegido pelo maneki neko e um torneio de luta entre contos de fada.

Em seu primeiro volume a Dracomics Shonen, organizada por Erick Santos Cardoso e Raphael Fernandes, traz os mangakás brasileiros Raoni Marqs, Rafael Santos, Wagner Elias, Jun Sugiyama, João Eddie, Rodrigo Ortiz Vinholo, Ericksama, Henrique S. Ribeiro, Eudetenis, Dulcelino Neto, Heitor Amatsu, Gabriel Rodrigues da Silva e Jonas Luiz da Silva Júnior. E eles mostraram que não devem nada quando o assunto é criar as mais divertidas aventuras.

Organizadores: Erick Santos Cardoso e Raphael Fernandes
ISBN: 978-85-8243-184-9
Gênero: mangá, fantasia, ficção científica, shonen, aventura
Formato: 14cm x 20cm
Páginas: 168 PB
Preço de capa: R$ 34,90 (papel)




Quack – v. 2, Kaji Pato
Quando os mocinhos se ferram, só um grupo de garotas poderá salvá-los

Sinopse: Esse é o mundo da perna de pau e do tapa-olho! Os atrapalhados heróis caíram nas mãos de um dos mais terríveis piratas dos céus: o arqueroso Resmo. Sem seu avião e contando apenas com sua “esperteza”, eles serão servidos ao molho pardo. Quem poderá ajudá-los?

Enquanto isso, um grupo de garotas está planejando uma fuga milaborante. No comando estão a destemida Toscana e a rebelde Marte, que terão que enfrentar um navio infestado de homens maus e fedidos para escapar de serem vendidas. Será que nossos abestalhados amigos serão capazes de fugir dessa encrenca que cheira a pururuca e rum?

Quack é um mangá com roteiro e desenhos de Kaji Pato. Prepare-se para loucuras, risadas e diversão, mas acima de tudo uma história de aventura e amizade, que mostra a força do espírito livre e da imaginação.

Roteiro e desenhos: Kaji Pato
ISBN: 978-85-8243-183-2
Gênero: mangá, comédia, aventura
Formato: 14cm x 20cm
Páginas: 96 PB
Preço de capa: R$ 19,90 (papel)


[Dica da Malu] Uma chama entre as cinzas

Autora: Sabaa Tahir
Editora: Verus
Páginas: 432

Sinopse: Laia é uma escrava. Elias é um soldado. Nenhum dos dois é livre. No Império Marcial, a resposta para o desacato é a morte. Aqueles que não dão o próprio sangue pelo imperador arriscam perder as pessoas que amam e tudo que lhes é mais caro. É neste mundo brutal que Laia vive com os avós e o irmão mais velho. Eles não desafiam o Império, pois já viram o que acontece com quem se atreve a isso. Mas, quando o irmão de Laia é preso acusado de traição, ela é forçada a tomar uma atitude. Em troca da ajuda de rebeldes que prometem resgatar seu irmão, ela vai arriscar a própria vida para agir como espiã dentro da academia militar do Império. Ali, Laia conhece Elias, o melhor soldado da academia — e, secretamente, o mais relutante. O que Elias mais quer é se libertar da tirania que vem sendo treinado para aplicar. Logo ele e Laia percebem que a vida de ambos está interligada — e que suas escolhas podem mudar para sempre o destino do próprio Império.

Ao ler a sinopse de Uma chama entre as cinzas, muitas pessoas podem pensar que se trata de mais uma entre as inúmeras fantasias e distopias publicadas depois de Jogos Vorazes. Um governo totalitário, um povo oprimido e explorado, um grupo de rebeldes e protagonistas fortes... todos os elementos estão aí. Ainda assim, não posso dizer que esta seja apenas mais uma entre tantas histórias do gênero. Apesar de possuir elementos semelhantes, a autora conseguiu trabalhá-los de modo a criar uma trama original, envolvente e surpreendente.
O universo criado por Sabaa Tahir é, ao mesmo tempo, fantástico e cruel. O Império Marcial conseguiu, séculos antes, dominar os Eruditos, impedindo que seu conhecimento fosse disseminado. A violência e a opressão são as marcas desta sociedade; qualquer desobediência ou tentativa de se opor ao Império era punida com a morte. No entanto, em meio a tanto brutalidade, ainda há espaço para a magia e o sobrenatural, conferindo um certo mistério à trama.
Outro aspecto interessante é o fato da história ser contada pela perspectiva de dois narradores pertencentes a grupos diferentes dentro daquela sociedade, o que enrique ainda mais a visão que o leitor tem daquele universo. Através de Laia, entendemos melhor como era a vida dos eruditos e dos escravos e como o Império exercia seu domínio sobre eles. Já pela visão de Elias, é possível acompanhar a vida dos marciais, percebendo que eles não eram mais livres do que os eruditos. Assim, essas duas perspectivas contribuíram para tornar o universo retratado muito mais rico e complexo.

“Certo. Livres para nos apresentar ao trabalho como servos plenos do Império, após o que lideraremos homens para morrer nas intermináveis guerras de fronteira com Selvagens e Bárbaros. (...) Nós seremos livres, certamente. Livres para saudar o imperador. Livres para estuprar e matar.
Engraçado como isso não me parece liberdade.”

Com relação aos personagens, Laia e Elias foram o principal motivo de eu ter gostado tanto deste livro. Os dois são protagonistas que estão longe de serem perfeitos. Laia não é uma heroína altruísta e corajosa, disposta a se sacrificar por uma causa, assim como Elias não é o mocinho valente que procura fazer sempre o que é certo e proteger a mocinha. Os dois têm falhas, cometem erros, são egoístas em alguns momentos, além de terem medos e inseguranças. Isso, ao invés de ser um problema, se tornou uma grande virtude do livro. As fraquezas e defeitos de Laia e Elias fizeram com que eles se tornassem mais humanos e, consequentemente, mais complexos e interessantes. São personagens muito bem construídos, que evoluem ao longo da trama, conquistando a empatia e a admiração do leitor.
A história é extremamente envolvente também. A medida que os personagens e o universo foram apresentados, fui passando a me importar cada vez mais com o que iria acontecer a seguir. A trama é cheia de conspirações, criaturas sobrenaturais, surpresas e ação, conseguindo prender a atenção e envolver o leitor.

Fiquei realmente fascinada por este livro. Apesar da brutalidade do universo retratado, Sabaa Tahir demonstrou sensibilidade na construção dos personagens e da história. Ela elaborou uma trama envolvente e complexa, que me proporcionou vários questionamentos e quebras de estereótipos. Assim, recomendo muito Uma chama entre as cinzas para quem quer ler uma história forte, que vai além de uma boa fantasia, despertando questionamentos e reflexões. 

[Dica da Malu] A coroa

Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Páginas: 310

Depois de muita espera, finalmente, li A Coroa, o tão comentado último volume da série A Seleção, da Kiera Cass. Como já comentei aqui, me encantei com essa série desde que li o primeiro livro e estava muito ansiosa para saber como ela terminaria. Como a história começa exatamente a partir do final de A herdeira, recomendo que quem ainda não leu os quatro primeiros volumes da série não continue lendo esta resenha, pois ela contém informações importantes da trama.
Em A Coroa, a princesa Eadlyn assumiu como regente após o seu irmão fugir para a França para se casar, e sua mãe, a rainha América, sofreu um ataque do coração. Para que o rei Maxon possa ficar ao lado da esposa, Eadlyn assume todas as responsabilidades relacionadas ao governo. Ciente da rejeição que sofre por parte do povo, ela precisa conciliar as novas tarefas com a seleção para escolher seu futuro marido, o que ela acredita ser fundamental para melhorar sua popularidade.

“Um silêncio perturbador se abatia sobre o palácio [...]. Nada te deixa mais consciente da presença de uma pessoa do que a sua ausência.” 
Ao ver seu mundo desmoronar, Eadlyn amadurece muito, se tornando uma personagem muito mais forte e complexa. Os seus medos e as suas inseguranças são muito mais concretos e justificáveis. Sempre entendi o comportamento de Eadlyn, desde A Herdeira. Sei que muitos não gostavam da personagem por considera-la mimada e arrogantes, mas, para mim, se tratava apenas da postura defensiva de uma menina que sentia o peso de uma grande responsabilidade e que não se permitia falhar. De qualquer forma, em A Coroa, Eadlyn se vê forçada a mudar de atitude, se tornando muito mais humana ao expor seus medos, o que facilita a empatia do leitor por ela.
A trama se desenvolve muito rapidamente, acompanhando como a princesa Eadlyn está lidando com as consequências dos eventos do livro anterior. Além disso, em A coroa, entendemos melhor a situação política de Illéa após a dissolução das castas e o motivo das pessoas continuarem insatisfeitas com a monarquia.

“Era responsável por eles. Mas como poderia ser? Como uma pessoa poderia garantir que toda e cada alma recebesse todas as oportunidades possíveis, tudo de que necessitasse?”
A relação de Eadlyn com os participantes que permaneceram na solução é desenvolvida de uma maneira muito bonitinha. Aos poucos, vamos percebendo o lugar que cada um ocupa no coração dela e como eles se tornaram importantes para ela. Vi que muitas pessoas criticaram a escolha que a princesa faz no final, mas eu achei que o casal combina muito e a decisão de Eadlyn é totalmente justificável. Ao longo livro, a relação de Eadlyn com seu escolhido é construída de uma maneira espontânea e natural.
Faço apenas uma ressalva com relação a este livro: achei o desfecho um pouco apressado. Gostaria que os acontecimentos tivessem sido descritos com mais calma ou que o epílogo oferecesse detalhes de como ficaram os personagens.

De qualquer modo, acredito que foi um bom desfecho para a série. A leitura é leve e flui muito rápido. Além disso, para aqueles que não gostavam da princesa Eadlyn, é uma boa oportunidade para dar uma segunda chance a ela. Recomento muito a série toda, incluindo este quinto volume, que é tão encantador quanto seus antecessores. 


[Dica da Malu] The kiss of deception

Autora: Mary E. Pearson
Editora: DarkSide Books
Páginas: 406

Sinopse: A força feminina é a grande estrela neste romance de Mary E. Pearson. Tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas – menos para a protagonista desta história. Morrighan é um reinado imerso em tradições e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos. O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro? O primeiro volume das Crônicas de Amor e Ódio evoca culturas do nosso mundo e as transpões de forma magnífica. Através de uma escrita apaixonante e uma convincente narrativa, o romance de Pearson é capaz de nos fazer repensar os estereótipos aos quais estamos condicionados. É um livro sobre a importância do amor e como ele pode nos enganar, e de uma protagonista em busca de seu verdadeiro destino e da liberdade a qualquer custo.

A minha escolha para a resenha de hoje foi The kiss of deception, de Mary E. Pearson. O livro, que no Brasil foi publicado pela DarkSide Books, é o primeiro volume da trilogia Crônicas de Amor e Ódio.
A primeira coisa que destaco é a beleza desta edição. Quando o livro chegou na minha casa, fiquei completamente maravilhada; a edição é de capa dura, com páginas amareladas, e vem com um pôster e mapa dos reinos apresentados na história, além de um lindo marcador. A DarkSide está realmente de parabéns pelo capricho e cuidado com este livro.


Eu já tinha escutado muitos comentários positivos sobre The kiss of deception desde sua publicação no Brasil, em maio deste ano. Foram tantos elogios, que tive medo de criar uma expectativa e me decepcionar. No entanto, o livro correspondeu ao que eu esperava e fez por merecer todos os elogios que recebeu.
A história acompanha a princesa Arabella Celestine Idris Jezelia, Primeira Filha da Casa de Morrighan, ou, como ela prefere, Lia. Tendo apenas 17 anos, ela estava destinada a se casar com o príncipe herdeiro do reino de Dalbreck, a fim de fortalecer a união dos dois países e conter possíveis invasões do exército de Venda. No entanto, Lia tinha outros planos: ela não queria um casamento arranjado com um homem que nunca tinha visto; desejava poder fazer suas próprias escolhas na vida.

“De qualquer forma, nos últimos anos, eu não tinha me mostrado capaz de outra coisa, e quanto mais me empurravam, me moldavam e me silenciavam, mais eu queria ser ouvida”. (Princesa Lia)
Assim, no dia do casamento, Lia foge com sua amiga, Pauline. Elas partem para uma pequena cidade, onde começam a trabalhar em uma hospedaria. O que a princesa não esperava é que dois homens conseguiriam localizá-la: um era o príncipe de Dalbreck, que havia decidido ir atrás de sua noiva; o outro era um assassino enviado para matá-la. Os dois se hospedam no local onde Lia trabalha, embora um não saiba quem é o outro. Lia, sem ter ideia da real identidade deles, acaba se aproximando de ambos.
A partir daí, a autora leva o leitor a uma jornada que o faz questionar estereótipos e conceitos pré-estabelecidos. Além disso, um dos aspectos mais interessantes dessa história foi o fato de, na maior parte do livro, não sabermos quem é o príncipe e quem é o assassino. Apesar de alguns capítulos serem narrados por eles, a autora toma todo cuidado para não deixar claro quem é quem. Assim, o leitor precisa ir confiando nas impressões que tem a partir do comportamento dos dois rapazes ao longo da trama.
Os personagens são outro ponto forte deste livro. A Lia é uma personagem fascinante. Mesmo tendo sido criada com luxo e conforto, ela não tem medo das adversidades. Quando decide fugir, Lia abre mão de sua vida como princesa e parte em direção a uma vida desconhecida, o que é assustador para qualquer um. Além disso, ela precisa desempenhar atividades que não estava acostumada e nem preparada. Lia supera tudo isso sem reclamar ou fraquejar; ao contrário, ela fica feliz com a nova vida que está levando, mesmo sem o conforto a que estava acostumada. Ela ainda é dona de uma personalidade forte e está sempre disposta a arcar com as consequências de suas escolhas, por mais difíceis que elas sejam.
“Não há volta. A escolha foi feita por mim’, respondi. ‘Deste momento em diante, para o bem ou para o mal, este é o destino que terei de viver”. (Princesa Lia)
O príncipe e o assassino também são personagens complexos e interessantes. Nenhum dos dois é um herói perfeito ou um vilão cruel. Ambos são personagens com qualidades e falhas, com motivações e sentimentos compreensíveis. Aliás, isso contribui muito para que a dúvida sobre a identidade deles permaneça ao longo da história.
Destaco ainda a presença de personagens femininas fortes. Longe de apresentar mocinhas que ficam à espera de um herói para salvá-las, The kiss of deception traz mulheres determinadas e corajosas, que, cada uma à sua maneira, enfrentam os desafios da vida e buscam construir seu próprio destino.
A trama foi muito bem construída, de modo a prender o leitor e fazê-lo se importar com o destino dos personagens. Além disso, a dúvida sobre quem é o assassino e quem é o príncipe instiga a curiosidade do leitor, ajudando a aumentar o envolvimento com a história. O ritmo da trama é bem desenvolvido também, sendo que a história não se torna cansativa ou monótona em momento algum.
O universo criado por Mary E. Pearson é fascinante também. A autora conseguiu descrevê-lo de uma maneira clara, facilitando para que o leitor imagine os lugares mencionados e os personagens. Além disso, as descrições são feitas de uma maneira orgânica e natural, sem quebrar o ritmo da história ou torná-la maçante.

Deste modo, recomento The kiss of deception por se tratar de uma leitura apaixonante, com personagens fortes e complexos, que fazem o leitor se envolver e se preocupar com o destino deles. Foi um dos melhores livros, se não o melhor, que eu li esse ano. Mal posso esperar pela continuação, que já foi publicada nos Estados Unidos, mas ainda não tem previsão de ser lançada no Brasil.

Apaixonada por literatura desde pequena, nunca consegui ficar muito tempo sem um livro na mão. Assim, o Dicas de Malu é o espaço onde compartilho um pouco desse meu amor pelo mundo literário.




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