[Dica da Malu] The heart of betrayal

Autora: Mary E. Pearson
Editora: Darkside Books
Páginas: 395

A resenha de hoje é sobre o livro “The heart of beatryal”, da Mary E. Pearson, que é o segundo volume da série Crônicas de Amor e Ódio. Portanto, se você ainda não leu o primeiro livro, o restante do texto contém spoilers sobre o desfecho dele. Recomendo, então, que leia a resenha sobre The kiss of deception aqui, e deixe esta para ler somente depois que tiver lido o primeiro volume da série.

Aqueles que já leram o primeiro livro, devem imaginar o quanto eu estava ansiosa para ler The heart of betrayal. A história havia se encerrado de um jeito totalmente emocionante, me deixando muito curiosa para saber o que aconteceria com os personagens.
Em The kiss of deception, Lia e Rafe são levados como prisioneiros para o reino de Venda. Rafe se faz passar por um emissário do príncipe de Dalbreck e diz ter uma mensagem importante para o Komizar. Já Lia tem sua vida poupada, porque Kaden afirma que ela tem o dom, e que isto poderia ser útil ao Komizar. Deste modo, tanto Lia quanto Rafe são mantidos prisioneiros até o Komizar decidir se eles são úteis para venda ou não.
O primeiro livro teve um final tão aberto que começamos este com muitas perguntas para serem resolvidas. Como ficaria a relação de Lia e Rafe agora que ela sabe que ele é o príncipe de Dalbreck? Como eles vão escapar de Venda? Qual é o mistério em relação ao passado daqueles três reinos? Enfim, muitas dúvidas que fazem com que o leitor fique mergulhado na leitura desde a primeira página, procurando por respostas.
Apesar de envolvente desde o início, o livro começa em um ritmo um pouco mais lento do que eu esperava, considerando o final eletrizante de The kiss of deception. No entanto, acabei percebendo que isto foi algo natural na história, pois a autora estava apresentando um novo reino, muito diferente de tudo que havia sido mostrado até então. Assim, a história flui mais devagar para que possamos descobrir aos poucos o funcionamento daquela sociedade.
Uma das coisas que mais gostei neste livro é o modo como a visão que Lia tinha de Venda e o que ela realmente encontra naquele local se confronta. Ela consegue enxergar mais do que um reino cheio de bárbaros, o que torna sua situação ainda mais complexa. Além disso, os questionamentos sobre o modo de vida das pessoas e a maneira de governar da sua própria terra natal são inevitáveis.
Desta maneira, algo que esteve muito presente no primeiro livro, acontece ainda mais intensamente neste: a quebra de estereótipos. Não apenas no que se refere à imagem que se tinha de cada reino, mas também em relação aos personagens. Em vários momentos somos surpreendidos por comportamentos que não esperávamos e por revelações surpreendentes que quebram a imagem que tínhamos de alguns deles.
Além disso, aos poucos Lia vai descobrindo mais sobre o passado de Morrighan, Dalbreck e Venda. Ela começa, então, a perceber que há contradições entre a história que ouviu durante todos os seus anos de estudo e aquela que está conhecendo. Essas descobertas contribuem não só para deixar o universo em que se passa a história mais complexo, mas também para tornar difícil o posicionamento do leitor em relação aos três reinos. É cada vez mais complicado ver quem está com a razão e definir quem são os civilizados e quem são os bárbaros.
Mas, para mim, o grande mérito deste livro foi a construção dos personagens. Assim como no seu antecessor, vemos em The heart of betrayal personagens complexos e muito bem construídos, com conflitos interessantes e compreensíveis. Claro que o destaque é a Lia, que mais uma vez demonstra sua força e sua coragem, mas que está muito mais madura devido aos acontecimentos do livro anterior e à sua nova realidade. Além disso, conhecemos mais sobre Rafe e Kaden e conseguimos entender melhor os dilemas deles e as escolhas que eles fazem ao longo da história.
O livro traz também novos personagens, tão complexos e interessantes quanto os que já conhecíamos. O Komizar é, sem dúvida, um dos personagens mais bem construídos da série. Longe de ser o vilão bárbaro que esperávamos, ele é frio, calculista, extremamente inteligente e com um caráter difícil de decifrar, sendo capaz de atos terríveis, mas que parece se importar de fato com seu povo. Por outro lado, conhecemos Aster, uma menina muito esperta e corajosa, que passou por dificuldades, mas aprendeu a se defender e se cuidar. Ela rapidamente se torna amiga da Lia e é impossível não ser cativado por sua postura valente e leal.
Com relação ao ritmo da história, como eu havia dito, o início é mais lento do que em The kiss of deception, pois há um novo reino sendo apresentado, juntamente com novos personagens. No entanto, a segunda metade flui muito melhor. A história ganha um clima de urgência e tensão, cheia de conspirações e mistérios, deixando o leitor cada vez mais preocupado com o destino dos personagens e as escolhas que eles terão que fazer. O desfecho é daqueles de tirar o fôlego e deixar o leitor sem palavras. Muitas coisas acontecem e mais perguntas são deixadas sem respostas, aumentando muito a curiosidade para o terceiro livro.
Sem dúvidas, Mary E. Pearson soube desenvolver essa trama com imensa habilidade. O leitor é envolvido tanto pelos personagens fortes e complexos, quanto pelo universo rico, bem construído e cheio de mistérios. Para completar, a DarkSide preparou uma edição maravilhosa, com o cuidado e a beleza que este livro merece. Assim, o amor por The heart of betrayal começa do momento que vemos a sua linda capa e só aumenta a cada página que lemos.

P.S: Para quem terminar de ler o livro e ficar morrendo de curiosidade pela continuação, o terceiro volume já foi publicado nos EUA e já está disponível na Amazon. Vou deixar então o link para todos os livros da série disponíveis abaixo, assim vocês podem aproveitar que as promoções da Black Friday hoje:

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A magia está de volta


            Eu finalmente assisti Animais Fantásticos e Onde Habitam e, claro, não poderia deixar de comentar a experiência com vocês. Mas, não se preocupem, este texto não terá spoilers. Primeiro, porque eu acho um absurdo estragar a experiência de quem ainda não viu. Segundo, porque eu não pretendo fazer aqui uma análise do filme em si, quero simplesmente falar sobre como foi a sensação de retornar ao universo mágico criado por J. K. Rowling.
            Quando eu assisti Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 há mais de cinco anos atrás, pensei estar vivendo ali o fim de uma era. Acreditei que nunca mais viveria a experiência incrível que era assistir aos filmes do bruxinho no cinema, junto com vários outros potterheads, vibrando do momento em que o logo da Warner aparecia na tela até os créditos finais.
           Assim, quando soube que a Warner iria filmar Animais Fantásticos e Onde Habitam e que o roteiro seria escrito pela própria J. K. Rowling, não poderia ter ficado mais feliz. Depois que passou a euforia, veio um certo receio de que o filme tivesse sido planejado com objetivos puramente comerciais e que a trama deixaria muito a desejar em relação a franquia original. No entanto, quando os trailers começaram a ser divulgados e a data de estreia foi se aproximando, meus receios ficaram em segundo plano comparados com a expectativa de retornar àquele universo mágico.
          Pois bem, eu fui ao cinema (infelizmente não na estreia) com a expectativa muito alta, esperando algo realmente digno de Harry Potter. O que posso dizer, é que o filme não só atendeu a tudo que eu esperava, mas superou com folga. Foi um retorno muito especial, capaz de agradar aos fãs antigos e conquistar toda uma nova geração.
            Quando o símbolo da Warner apareceu e a música começou, foi impossível não ficar com os olhos marejados ao constatar a saudade que eu sentia de viver momentos assim no cinema. No entanto, não tive muito tempo para ficar emocionada, pois o filme começa em um ritmo muito intenso e eu fui rapidamente envolvida pela história. Aliás, algo diferente desta experiência é que eu estava acostumada a assistir aos filmes de Harry Potter já sabendo o que iria acontecer, uma vez que havia lido os livros antes. No entanto, desta vez, a história é completamente nova, então, fui constantemente surpreendida pelo filme.


           Outro aspecto que gostei é que, apesar de ter um tom muito mais adulto e sombrio, Animais Fantásticos ainda reserva tempo para a magia e o ar lúdico que tanto me encantaram no universo de Harry Potter. A inocência de Newt e o olhar encantado do não-maj (trouxa) Jacob representam muito a reação do espectador ao ver os feitiços, as criaturas mágicas e as construções impressionantes. Além disso, é impossível não sorrir ao reconhecer elementos que já conhecíamos dos livros e dos filmes de Harry Potter, uma forma de ligar as duas franquias e ainda agradar aos fãs.
           Mas, de tudo, o mais especial para mim foi ver claramente a participação de J. K. Rowling. Quando assisti ao filme, já sabia que ela era a responsável pelo roteiro. Ainda assim, foi maravilhoso ver como a escrita dela está presente no desenrolar da história, na construção daquele novo universo e dos personagens, e, principalmente nos diálogos. Foi tudo tão claramente escrito por ela que a sensação que tive ao assistir foi a mesma que tinha ao ler os livros de Harry Potter. Confesso que, no final, chorei em uma determinada cena, não pelo que estava acontecendo, mas por constatar que eu estava realmente assistindo ao retorno da magia criada por J. K. Rowling.
           Com relação ao filme em si, achei o elenco inteiro maravilhoso, sem exceções. Todos se saíram bem em seus papeis e fizeram com que eu me importasse com o destino de seus personagens. A trama foi bem construída e, apesar de perder um pouco o ritmo em alguns momentos, se recupera e traz um final impactante. Visualmente o filme é lindo e os efeitos são eficientes tanto para provocar o deslumbramento do espectador com o universo apresentado, quanto para criar um clima mais sombrio nos momentos de tensão.
        Só me resta dizer, então, que Animais Fantásticos e Onde Habitam é não só o retorno grandioso que esse universo mágico merecia, mas também o começo perfeito para uma nova franquia. Ao mesmo tempo que me emocionei por ver elementos que já conhecia, fiquei muito empolgada por conhecer novos personagens e ver uma nova história sendo contada. A magia está de volta, e o retorno foi em grande estilo.


[Dica da Malu] Tudo e todas as coisas



Autora: Nicola Yoon
Ilustrações: David Yoon
Editora: Novo Conceito
Páginas: 300


Sinopse: “Minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa – nunca saí em toda a minha vida. As únicas pessoas com quem convivo são a minha mãe e minha enfermeira, Carla. Estava acostumada com minha vida até o dia que ele chegou. Pela janela, olho para o caminhão de mudança, e então o vejo. Ele é alto, magro e veste preto da cabeça aos pés. Seus olhos são azuis como o oceano. Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar pelo Olly. E é quase certo que será um desastre”.

           Confesso que, a princípio, não me interessei muito pelo livro Tudo e todas as coisas, romance de estreia de Nicole Yoon. Apesar da capa muito linda, não senti uma grande curiosidade por esta história. No entanto, após ouvir muitos elogios, tive que conferir o que as pessoas tanto falavam deste livro. Resultado: fiquei completamente apaixonada.
          Nessa história, conhecemos Madeline Whittier, uma menina de 18 anos que passou toda a sua vida sem sair de casa. Diagnosticada com Imunodeficiência Combinada Grave, ela fica em isolamento quase total, tendo contato apenas com sua mãe e sua enfermeira, e, ocasionalmente, um professor. Já conformada com sua vida, Madeline passa os dias lendo, estudando, e se divertindo com a mãe, nas horas vagas.
          Tudo mundo, no entanto, quando novos vizinhos se mudam para a casa da frente e Maddy se vê completamente interessada na rotina deles, em especial, no filho mais velho do casal, Olly. Com a ajuda de sua enfermeira, ela consegue ter contato com ele, primeiro por e-mails e, depois, com visitas escondidas. Com o tempo, os dois apaixonam e, mais importante, Madeline começa a se interessar mais pelo mundo fora da sua casa; o mundo que ela nunca havia conhecido.
“Percebo coisas nas quais não prestava menos atenção antes. Ouço os pássaros fofocando pela manhã. Vejo os retângulos da luz do sol que deslizam pelas persianas e abrem caminho pelo quarto ao longo do dia. Dá para marcar o tempo só por meio deles. Quanto mais eu tento deixar o mundo do lado de fora, ele parece cada vez mais determinado a entrar”.
           O primeiro ponto que destaco neste livro não é o romance, mas a mudança de Maddy e os questionamentos que surgem quando ela começa a se envolver com Olly. A menina estava totalmente conformada com sua vida até aquele momento, mas quando percebe que há muito mais no mundo, ela começa a se perguntar se vale a pena viver naquelas condições e se suportaria passar o resto da vida daquele jeito. Para mim, é neste momento que a personagem se fortalece e a trama se torna mais interessante. Maddy começa a descobrir o mundo e, até as coisas mais simples e comuns, se enchem de significado.
           Além disso, como a história é narrada pela protagonista, fica fácil simpatizar com ela e entender todo o sofrimento da menina. Imagina passar uma vida inteira presa dentro de casa, sem poder ver o mundo, ter contato com outras pessoas, ou sentir o calor do sol? Só de pensar, já dá para saber que seria, no mínimo, sufocante. Deste modo, não podemos culpar Maddy por querer se aventurar e enfrentar os limites impostos por sua doença. Ao contrário, torcemos o tempo todo para que ela consiga viver plenamente, fora da proteção da sua casa.
           E o que dizer do Olly? Gentil, carinhoso e inteligente, ele é extremamente cativante, o que torna completamente compreensível que Maddy se apaixone por ele. No entanto, ao contrário do que eu esperava, há mais nesse personagem do que o mocinho perfeito, romântico e idealizado. Olly tem toda a liberdade que Maddy não possui, no entanto, sua história não é mais fácil que a dela. Com uma família completamente desestruturada, ele carrega um peso muito grande, ainda mais considerando se tratar de uma pessoa tão jovem. Deste modo, à medida que o conhecemos melhor, fica mais fácil compreendê-lo e admirá-lo.
           Me encantei também com a escrita de Nicola Yoon. A narrativa deste livro flui muito bem; trata-se de uma leitura envolvente, daquelas que fazem a gente perder a noção. A história, aparentemente simples, traz reflexões profundas sobre a vida e o amor, mas com uma leveza que encanta.
        Outro destaque é a beleza da edição e diagramação deste livro. Além da capa encantadora e muito diferente, encontramos lindas ilustrações feitas por David Yoon (marido da autora), que contribuem para a história e deixam ainda mais evidente o cuidado na edição do livro.
          Só me resta dizer que Tudo e Todas as Coisas superou muito minhas expectativas. Me encantei com Maddy e Olly, tanto na sua trajetória como casal quanto no seu amadurecimento pessoal. Fui arrebatada pelas reflexões que esse livro traz sobre a vida e pela sensibilidade da autora em tratar sobre assuntos muito difíceis sem perder a leveza. Em resumo, recomendo esta leitura por se tratar de uma história sobre o amor (em várias formas), a vida, o crescimento e a descoberta do mundo.
           

            

[Das páginas para as telas] Harry Potter e a Ordem da Fênix

Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Michael Gambon, Alan Rickman, Imelda Stauton, Maggie Smith, Gary Oldman, Evanna Lynch, Helena Boham Carter, Ralph Fienes
Direção: David Yates
Duração:  /Nacionalidade: Reino Unido/EUA

Ontem falei aqui sobre o livro Harry Potter e a Ordem da Fênix, agora é a vez de falar sobre sua adaptação para o cinema. Dirigido por David Yates, este quinto filme funciona como um divisor na série, assim como o livro que o inspirou. O tom aqui é bem mais sombrio e a sensação de perigo iminente permanece durante todo o longa.
Um dos méritos deste filme é, para mim, construir muito bem o contexto político apresentado no livro. Desde o começo fica claro o modo como o Ministério manipula a mídia e as informações por divulgadas de modo a colocar a opinião pública contra Dumbledore e Harry. O Ministro, preocupado demais em manter o próprio cargo, se recusa a admitir o real perigo, o retorno de Lord Voldemort. Deste modo, ao invés de se organizar para combater o bruxo das trevas, Cornélio Fudge concentra suas ações em difamar e vigiar Alvo Dumbledore, a quem vê como principal ameaça.


Por outro lado, todas as outras tramas do livro são abordadas de maneira mais superficial e apressada. A ligação entre os diversos acontecimentos é fraca e faltam muitos acontecimentos importantes dos livros que não são sequer mencionados no longa. Sei que um livro com mais de 700 páginas não poderia ter uma adaptação muito fiel, e que nem todos os momentos que gosto do livro poderiam ser incluídos no filme. No entanto, algumas informações fundamentais para uma compreensão melhor da história foram cortadas, enquanto outras partes que não são tão relevantes foram mantidas. Além disso, revelações fundamentais para a continuação da série foram explicadas rapidamente, sem o devido aprofundamento.

Ordem da Fênix Original

Com relação ao elenco, mais uma vez, não há o que criticar. Se tem uma coisa que nunca pode ser dita em relação aos filmes de Harry Potter, é que não souberam escolher os melhores atores e atrizes para cada personagem. Em Harry Potter e a Ordem da Fênix, Daniel, Emma e Rupert demonstram mais uma vez estarem seguros e confortáveis nos papéis do trio principal. Além disso, Alan Rickman, Maggie Smith e Michael Gambon ainda estão perfeitos como os professores Snape, McGonaghal e Dumbledore, respectivamente.
Mas, sem dúvida, os destaques entre o elenco deste filme são três atrizes que aparecem pela primeira vez na série: Evanna Lynch, Helena Boham Carter e Imelda Stauton. Evanna foi a escolhida para viver Luna Lovegood, e não consigo imaginar alguém melhor para o papel. A Luna do filme é exatamente igual ao que eu imaginava quando li o livro. Do mesmo modo, Imelda Stauton foi impecável como a insuportável Dolores Umbridge. Manteve a falsa meiguice e o cinismo que caracterizam a Umbridge, tornando impossível reler o livro sem associar a imagem dela à da personagem. Já Helena Boham Carter, apesar de ter uma participação pequena neste filme, é muito marcante como a vilã Belatriz Lestrange. Em pouco tempo em cena, ela já mostra a loucura e crueldade da personagem, que, completamente fiel a Lord Voldermort, é tão perigosa quanto ele.


Nos aspectos técnicos, é visível a evolução de A Ordem da Fênix em relação aos filmes anteriores. Os cenários do Ministério da Magia, por exemplo, são grandiosos e impressionantes. Além disso, os efeitos visuais presentes na parte final do filme são muito bem feitos. Em especial, a cena de um determinado duelo, que, além de visualmente bonita, conseguiu transmitir a intensidade e o poder dos dois bruxos envolvidos.

Embora seja um pouco frustrante para quem leu o livro, uma vez que deixa muitos aspectos importantes de fora, o filme ajuda a construir um clima mais sombrio e a sensação de ameaça que estarão presentes nas partes finais da franquia. Neste longa, fica evidente que o ar lúdico e inocente de Harry Potter e a Pedra Filosofal ficou para trás; uma guerra estava por vir e toda a comunidade bruxa está em perigo. Assim, de um modo geral, Harry Potter e a Ordem é um bom filme, que conta com um excelente elenco e desempenha bem o papel de ligação entre os quatro primeiros longas da série e os três últimos.


[Especial] Harry Potter e a Ordem da Fênix

Autora: J. K. Rowling
Editora: Rocco
Páginas: 703

Finalmente, estamos em novembro e com esse novo mês temos uma estreia muito aguardada no cinema: Animais Fantásticos e Onde Habitam. Inspirada por essa volta ao universo mágico criado por J. K. Rowling, eu venho realizando desde o começo do ano um projeto de releitura da série Harry Potter. Infelizmente, não deu para ser um livro por mês, como eu havia imaginado no início, mas eu não abandonei a ideia.
Sendo assim, ainda em novembro vou publicar as resenhas sobre os três livros que faltam e suas respectivas adaptações para o cinema. Assim, a resenha de hoje é sobre Harry Potter e a Ordem da Fênix. (Para quem não acompanhou o projeto desde o início, as resenhas dos quatro primeiros livros estão disponíveis aqui, aqui, aqui e aqui)
Para mim, este sempre foi um dos melhores e mais importantes livros da série. Neste quinto volume, Harry está mais uma vez tendo péssimas férias na casa dos Dursley. Com poucas notícias dos amigos e sem saber o que Voldemort anda planejando, ele está se sentindo abandonado pelas pessoas que mais confiava e ainda tem que lidar com os pesadelos provocados pelas lembranças dos acontecimentos da final do Torneio Tribruxo.
Quando dementadores aparecem perto a casa dos Dursley, forçando Harry a usar magia para salvar a própria vida e a do primo, Duda, as férias de Harry se tornam ainda mais confusas. O menino finalmente é retirado da casa dos tios e levado para a sede da Ordem da Fênix, um grupo de pessoas lideradas por Alvo Dumbledore e que lutam contra Lord Voldemort. Além disso, o Ministério da Magia convoca um julgamento para expulsar o garoto de Hogwarts por usar mágica fora da escola.
Ao chegar lá, Harry reencontra o padrinho, Sírius Black, além de Hermione e a família Weasley. Depois de um mês vivendo com os trouxas, ele fica sabendo o que estava acontecendo na comunidade bruxa. O Ministro da Magia vem negando sistematicamente o retorno de Lord Voldemort e organizando uma campanha para desacreditar Dumbledore e o próprio Harry. Como consequência, muitos optam por duvidar do diretor e do garoto, o que dá mais liberdade para que Voldemort comece a colocar seus planos em ação.
Mesmo depois de voltar para Hogwarts, a vida de Harry não fica mais fácil. Além dos olhares desconfiados de vários colegas que acreditam nas campanhas feitas para desacreditá-lo, o menino ainda tem que lidar com a odiosa nova professora de Defesa contra as Artes das Trevas, Dolores Umbridge. Ela é uma enviada do Ministério para vigiar o professor Dumbledore e difundir as mensagens aprovadas pelo Ministro entre os alunos.
Como dá para ver por essa “breve” sinopse, Harry Potter e a Ordem da Fênix é o maior livro da série e muitas coisas acontecem nessa história. Podem acreditar que tudo que eu falei aí se trata apenas do início do livro. Harry passa por muitos problemas neste volume, além de alguns sentimentos conflituosos próprios da idade: o sentimento de incompreensão, o primeiro amor e os primeiros planos para o futuro depois que terminar os estudos em Hogwarts.
Harry Potter e a Ordem da Fênix conta com muitos personagens novos e o retorno de alguns antigos. Entre os que vemos pela primeira vez na série, estão alguns membros da Ordem da Fênix, como Quim Shaklebolt, um importante auror do Ministério, o trapaceiro Mundungo Fletcher, e a auror metamorfomaga (que tem a capacidade de mudar sua forma física), Ninfadora Tonks. Já em Hogwarts, é neste livro que vemos pela primeira a inteligente e excêntrica Luna Lovegood, uma aluna da Corvinal que é bastante menosprezada pelos colegas por seu comportamento muito diferente e o modo como sempre fala o que pensa. Por outro lado, somos apresentados a vilã mais sórdida e asquerosa da história da literatura, na minha opinião: Dolores Umbridge. Com um sorrisinho cínico e um ar de meiguice que não convence ninguém, ela é, com folga, a personagem mais odiosa da série. Sinceramente, nunca senti tanta raiva de um personagem quanto sinto desta, e toda vez que releio Harry Potter e a Ordem da Fênix o sentimento é o mesmo.
Dentre os personagens que retornam, estão alguns dos meus preferidos: Remo Lupin e Sírius Black. Além deles, conhecemos melhor o verdadeiro Alastor Moody. Além disso, é neste quinto volume da série que são apresentados alguns Comensais da Morte que antes só haviam sido mencionados ou vistos nas lembranças de Dumbledore, com destaque para Belatriz Lestrange, a mais fiel seguidora de Lord Voldemort.
O ritmo em Harry Potter e a Ordem da Fênix é um pouco mais lento, devido a quantidade de personagens e tramas dentro da história. No entanto, isto não significa que o livro seja monótono ou cansativo. J. k. Rowling mantém a magia presente nos livros anteriores, bem como a habilidade para incluir momentos mais leves e divertidos, mesmo com o tom mais sombrio desta história.
Outro aspecto que destaco é o contexto político deste livro, que, para mim, é o seu grande diferencial. É muito interessante ver a influência do Ministério e as falhas causadas por aqueles que se preocupam mais em manter seu poder do que fazer o que é certo. Assim, através desse contexto da comunidade bruxa, J. K. Rowling faz importantes reflexões sobre a nossa própria sociedade.

Assim, foi maravilhoso reler Harry Potter e a Ordem da Fênix e perceber mais uma vez as mudanças que ele trouxe para a série. Há um grande amadurecimento na história e nos personagens, e a escrita de J. K. Rowling se mostra ainda mais rica neste livro. Fiquei novamente impressionada com o modo como, independente de quantas vezes releio Harry Potter, a sensação de entrar em um universo mágico é a mesma. Além disso, o envolvimento e a emoção que sinto em acompanhar os personagens também permanece. Nos próximos dias, devo concluir a releitura dos dois últimos livros e publicar as respectivas resenhas no blog, mas confesso que já estou com saudades por antecedência. 

Apaixonada por literatura desde pequena, nunca consegui ficar muito tempo sem um livro na mão. Assim, o Dicas de Malu é o espaço onde compartilho um pouco desse meu amor pelo mundo literário.




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