As romantasias estão conquistando cada vez
mais leitores, mas confesso que eu mesma tenho um pouco de dificuldade para ser
cativada por esses livros. Normalmente, acho que é romance demais e sinto falta
da fantasia. Mas eu tive uma ótima surpresa esse ano que foi A Serpente e as
Asas Feitas de Noite.
Primeiro volume da duologia Nascidos da
Noite, da autora Carissa Broadbent, esse livro chamou minha atenção desde
antes de ser anunciado pela Editora Suma. A capa linda e a premissa que combina
vampiros, humanos e uma disputa mortal me deixaram intrigada, mesmo sendo um
gênero que tenho minhas ressalvas. Mas a leitura entregou muito mais do que eu
esperava.
Então, hoje vim contar um pouquinho sobre
essa história e os motivos para ficar tão feliz com a leitura.
Autora:
Carissa Broadbent
Tradução:
Jana Bianchi
Editora:
Suma
Páginas:
448
Onde
comprar: Amazon
Exemplar
recebido de parceria com a editora
Sinopse: “Oraya é a filha adotiva do rei dos vampiros Nascidos da Noite. Humana em meio a predadores naturais, ela passou a vida lutando em um mundo que desafia sua existência. A única chance que tem de sobreviver é vencendo o Kejari, um lendário torneio promovido pela própria deusa da morte. Mas derrotar seus adversários, vampiros das três casas do reino, não será um desafio simples e, para resistir à brutalidade das batalhas, Oraya será obrigada a se aliar a um rival misterioso.
Raihn é um vampiro atroz, inimigo do rei e o oponente mais poderoso que Oraya encontra. Ainda assim, o que mais a assusta é a inesperada afeição que sente por ele. Quando a Casa da Noite é ameaçada, Raihn parece ser o único capaz de entender e ajudá-la, mas, em um mundo em que nada é mais mortal que o amor, essa relação pode colocar tudo a perder.”
Em A Serpente e as Asas Feitas de Noite,
acompanhamos a jornada de Oraya, uma humana que vive em um mundo dominado pelos
vampiros. Ainda pequena, ela foi adotada pelo rei dos vampiros e, desde então,
cresceu em meio aos seus predadores naturais. Seu pai é a sua única proteção,
mas até isso é frágil.
Com as constantes disputas entre os clãs
de vampiros, se uma casa inimiga derrotar o pai de Oraya e um novo rei for
nomeado, ela ficará à mercê. Sua única alternativa é vencer o Kejari, um
torneio criado pela própria deusa da morte. O problema? Ela será a única humana
competindo com vampiros treinados, representantes das três casas.
Em meio a esse torneio mortal, Oraya se vê
obrigada a formar uma inesperada aliança com Raihn, um vampiro extremamente
poderoso e inimigo do rei. E, quando uma ameaça além da disputa coloca a Casa
da Noite em risco, ele parece ser o único capaz de ajudá-la. Só que em um mundo
onde não há nada mais perigoso do que o amor, essa aproximação entre eles será
o maior risco que irão correr.
Para começar a falar sobre A Serpente e
a Asas Feitas de Noite eu já preciso dizer que esse livro não é só mais uma
história de humanos e vampiros. E, apesar de ter um aspecto ou outro que me
lembre outras histórias, a autora construiu um universo interessante, com
elementos que fogem do comum e que foi bem aproveitado dentro da história. Ao
longo do livro, ela estabelece bem a divisão entre os diferentes clãs, as
disputas políticas e rivalidades, além da situação dos humanos em um mundo
dominado por vampiros.
E posso dizer que esse aspecto foi
fundamental para que eu gostasse tanto da leitura. Normalmente, o que me
incomoda muito em romantasias é a falta de desenvolvimento do universo e a
fragilidade nas explicações. Muitas vezes sinto o foco totalmente voltado para
o romance e a fantasia sendo deixada de lado. E, definitivamente, isso não
acontece nesse livro. Pelo contrário, a autora demonstrou cuidado em equilibrar
bem esses elementos e dar consistência para o universo que estava apresentando.
Mas não pensem que o romance não tem seu
espaço garantido. Só que ele acontece aos poucos e de forma natural. Os
sentimentos entre Oraya e Raihn demoram a começar a aparecer e, quando isso
acontece, já vimos os dois construindo uma relação que passou da desconfiança e
trocas de farpas e foi evoluindo até a cumplicidade. Então, quando eles
finalmente percebem o que estão sentindo, não apenas estamos torcendo pelo
casal como acreditamos nos sentimentos deles. E já adianto que a química é de
milhões!
E esse desenvolvimento mais lento do
romance foi importante porque deu tempo para que a autora construísse bem os
protagonistas, especialmente a Oraya. Ela é forte, inteligente e determinada,
mas está longe de ser aquelas mocinhas incrivelmente poderosas que resolvem
tudo só porque elas são incríveis. Oraya foi bem treinada pelo seu pai adotivo
para poder se proteger em um mundo que é hostil a ela, mas a autora em momento
algum esconde as fragilidades da personagem. Pelo contrário, deixa bem claro as
vulnerabilidades e inseguranças da Oraya, o que fez com que ela se tornasse uma
personagem muito mais interessante e convincente.
Outro ponto importante é que a trama é
muito dinâmica e repleta de ação. Esse é daqueles livros em que não dá para
piscar um minuto, porque a todo momento tem um momento de tensão na história. E,
mesmo adotando um ritmo intenso para a trama, a autora conseguiu equilibrar bem
para que o desenvolvimento não fosse prejudicado. Nada é apressado demais ou
mal explicado.
Como ressalva, tenho apenas que o final
foi um pouco apressado e previsível. Porém, por se tratar do primeiro livro, é
algo que não chegou a ser um problema para mim. Acho que o livro deixa um
gancho bom o suficiente para me deixar curiosa para ler o segundo livro e que
tem muito potencial para ser ainda melhor.
De um modo geral, A Serpente e as Asas
Feitas de Noite foi uma leitura que conseguiu superar muito as minhas
expectativas e entregou tudo que eu gostaria de encontrar mais vezes em
romantasias. A autora soube desenvolver bem e com equilíbrio cada elemento da
trama e trouxe uma ótima introdução para esse universo. Agora só me resta
torcer para o segundo livro chegar logo e ser ainda melhor.
E vocês, já conheciam A Serpente e as
Asas Feitas de Noite? Gostam de fantasia com romance? Me contem aí nos
comentários.