Olá, pessoal! O ano está quase acabando,
mas eu não podia deixar 2019 terminar sem eu falar sobre o livro que era um dos
mais aguardados por mim: Rainha do Ar e
da Escuridão, da Cassandra Clare, o último volume da trilogia Os Artifícios das Trevas. A ansiedade
era tão grande que acabei lendo duas vezes, a primeira em inglês e, depois, na
edição incrível da Galera Record.
No entanto, eu acabei demorando para
conseguir escrever essa resenha. Eu sou muito apegada a essa trilogia e por
tudo que a Cassandra Clare construiu nela, por isso, acho difícil expressar
tudo que senti enquanto lia. Porém, chegou o momento de falar o que achei e se
esse foi um encerramento digno dessa trilogia maravilhosa.
Por se tratar de um terceiro volume, é
claro que esta resenha vai conter informações importantes dos outros dois
livros. Portanto, se você ainda não leu Dama da meia-noite e Senhor das
Sombras, é melhor não continuar lendo essa resenha. Porém, podem ler as
resenhas deles aqui e aqui.
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Tradução: Rita Sussekind, Ana Resende
Páginas: 742
Onde comprar: Amazon
Exemplar recebido de parceria com a
editora
Sinopse: “Rainha do Ar e da Escuridão é a conclusão épica para outra grande trilogia do universo de Instrumentos Mortais da autora best-seller Cassandra Clare. Sangue inocente foi derramado nos degraus do Salão do Conselho, e o mundo dos Caçadores de Sombras se encontra à beira de uma guerra civil. Parte da família Blackthorn foge para Los Angeles, em uma tentativa de descobrir a origem da doença que está acabando com os bruxos. Enquanto isso, Julian e Emma tomam medidas desesperadas e embarcam em uma perigosa missão para o Reino das Fadas a fim de recuperar o Volume Negro dos Mortos. O que encontram é um segredo capaz de destruir o Mundo das Sombras e abrir um caminho tenebroso para um futuro que nunca poderiam ter imaginado. Em uma corrida contra o tempo, Emma e Julian devem salvar o mundo dos Caçadores de Sombras antes que o poder mortal da maldição parabatai destrua tudo o que amam.”
Depois dos acontecimentos de Senhor das
Sombras, o mundo dos caçadores de sombras está cada vez mais próximo de uma
guerra civil. Sangue inocente foi derramado e tem pessoas querendo de
aproveitar disso para destruir os integrantes do submundo, dando início a uma
disputa dentro da Clave. E, enquanto a situação fica cada vez mais complicada
dentro de Idris, parte da família Blacktorn retorna a Los Angeles. Eles vão
tentar descobrir a causa da doença que tem afetado diversos bruxos, incluindo
Magnus Bane.
Já Emma e Julian acabam se vendo obrigados
a partir em uma perigosa missão no Reino das Fadas. Eles devem recuperar o
Volume Negro dos Mortos que havia sido roubado por Anabelle Blackthorn. Porém,
ao entrar nesse mundo tão perigoso para os caçadores de sombras, eles descobrem
uma ameaça muito maior do que imaginavam. Os dois precisam correr contra o
tempo para impedir que o Mundo das Sombras sejam destruídos, enquanto ainda
tentam descobrir uma maneira de deter a maldição parabatai, antes que esta destrua
tudo que eles amam.
É sempre difícil encerrar uma série ou
trilogia com a qual nos envolvemos com o universo e os personagens. E eu não
poderia ter ficado mais apegada a trilogia Os Artifícios das Trevas. Eu já era
fascinada pelo universo dos caçadores de sombras desde que a série Instrumentos
Mortais e fui completamente conquistada pela família Blackthorn desde Dama da
meia-noite. Então, após o final devastador de Senhor das Sombras, não é difícil
imaginar o quanto eu estava ansiosa por Rainha do Ar e da Escuridão. E como foi
difícil falar sobre ele depois de ler.
Eu já li esse livro duas vezes esse ano; a
primeira em inglês, e depois na edição da Galera Record. Demorei a trazer a
resenha, por que aconteceu tanta coisa nessa história e ela mexeu tanto comigo,
que foi complicado reunir tudo isso em palavras. Porém, vou fazer o meu melhor. E, para
começar, preciso dizer que a trama de Rainha do Ar e da Escuridão é
simplesmente eletrizante.
Após os acontecimentos do livro anterior,
o mundo dos caçadores de sombras estava muito próximo do caos. O clima de
tensão é constante e o ritmo em que a trama se desenvolve faz com que o leitor
praticamente não sinta vontade de largar o livro. Os personagens se dividem em
diferentes missões, todas elas importantes e perigosas, o que contribui muito
para que a leitura se torne ainda mais envolvente.
Em especial, adorei a jornada do Julian e
da Emma no Reino das Fadas. Não só são momentos com muita ação e perigo, como
foi uma oportunidade da Cassandra Clare expandir ainda mais esse universo. Esse
é um mundo tão rico e complexo, que adorei ver como foi mais explorado nesse
livro e gostaria que aparecesse mais em outras séries da Cassandra.
Outro aspecto que gostei muito foi ver os
irmãos do Julian participando mais da ação. Desta vez, eles têm suas próprias
missões e foi muito importante ver eles ganhando mais destaque na trama. Não
que nos livros anteriores eles não fossem importantes, mas senti que nesse
houve um desenvolvimento maior. Em especial, notei um amadurecimento da Dru e
gostei de vê-la tendo mais voz e espaço na ação.
Além disso, ao contrário dos livros
anteriores, senti que em Rainha do Ar e da Escuridão o perigo é algo muito mais
palpável dentro da trama. Não é difícil perceber as ameaças dentro da Clave e o
perigo iminente de uma guerra civil. E a medida que a trama avança, fica cada
vez mais nítido o que estava em jogo e tudo que poderia ser perdido, o que dá
uma sensação de urgência muito maior. Sabe aquele livro que você vai lendo e só
consegue pensar que vai dar ruim? Pois é, foi exatamente o que aconteceu aqui.
Confesso que muitas coisas que aconteceram
nesse livro foram uma surpresa para mim. E não estou falando somente em termos
de reviravoltas. Mas os caminhos que ela escolheu para conduzir a trama foram
coisas realmente diferentes do que vi em outros livros dela e que nunca teriam
passado pela minha cabeça. Porém, não pensem que isso foi algo ruim. Pelo
contrário, acredito que abriu novas possibilidades e me deixou ainda mais
ansiosa para as próximas séries dela que também vão se passar no universo dos
caçadores de sombras.
E estou muito feliz por ver o quanto a
escrita da Cassandra Clare está se tornando cada vez mais madura. Os
personagens dessa série foram mais complexos e bem construídos e a evolução
deles ao longo dos livros foi algo muito perceptível. Além disso, é
interessante ver como os livros dela têm apresentado um tom cada vez mais
político e não foi diferente com Rainha do Ar e da Escuridão. Aqui não faltam
críticas a regimes de governo opressores, que se guiam por ideias
preconceituosas, retrógradas e intolerantes. Não poderia ser mais atual, não é
mesmo?
Outro aspecto que gosto muito nos livros
dela e que foi mais uma vez abordado de maneira brilhantes é a
representatividade. A autora deu espaço para diversas minorias dentro de seus
livros e isso é feito de uma maneira completamente natural. Eu adoro a
preocupação que a Cassandra tem com que as pessoas realmente se sintam
representadas nos seus livros e, mais importante, a forma como ela fala sobre a
tolerância e o respeito com as diferenças. Mesmo se passando em um universo
completamente fantástico, a mensagem que ela passa é muito necessária no mundo
em que estamos vivendo.
Mas vocês já devem estar se perguntando: e
o romance? Claro que não poderia faltar romance nesse livro e devo dizer que
amo todos os casais que se formaram. A relação entre o Julian e a Emma ocupa
uma parte significativa da trama, mas o fato de serem parabatais e as
implicações desse envolvimento deles torna isso justificável. Além disso, os
dois são tão carismáticos e enfrentam tantos problemas que para mim foi
impossível não torcer por eles.
No entanto, quem roubou meu coração mesmo
foram Mark, Cristina e Kieran. São três personagens que eu admiro muito
individualmente e que funcionam muito bem juntos. Sinceramente, todos os
momentos deles foram tão lindos que eu estava desde o livro anterior sem saber
quem eu queria que ficasse com quem. Já a Diana e o Gwyn me encantaram pelo
companheirismo e pela compreensão que um tinha pelo outro. Achei o casal mais
maduro da trilogia e adorei ver a forma como eles se amavam, com um respeito
profundo e um apoio incondicional de um para o outro.
No geral, tive apenas duas ressalvas nesse
livro. Tem uma parte do livro que senti que quebrou um pouco o ritmo da trama
por ter se estendido mais do que o necessário. É uma parte importante e que tem
momentos muito bons, mas poderia ser um pouquinho menor. Já a outra foi uma
cena da Emma e do Julian mais para o final que foi um tanto bizarra (quem leu,
vai saber qual é) e tive uma certa dificuldade de aceitar. Entendi o que a
autora quis fazer, mas... não ficou legal. Porém, nem mesmo essas questões
estragaram o livro para mim.
Rainha do Ar e da Escuridão é o desfecho
épico que a trilogia Os Artifícios das Trevas merecia e uma ótima ligação para
o que está por vir no mundo dos caçadores de sombras. Amei acompanhar a
trajetória de cada um dos personagens apresentados e, por mais difícil que seja
me despedir deles, acho que não poderiam ter um final mais apropriado. A
Cassandra Clare segue sem decepcionar e demonstra cada vez mais segurança sobre
o universo que criou. Agora, já estou aqui contando os dias para saber quais
serão as próximas aventuras dos caçadores de sombras.