[Resenha] O último dos magos

Autora: Lisa Maxwell
Editora: Plataforma 21 (V&R)
Páginas: 580
Onde comprar: Amazon
Sinopse: “Pare o mago. Roube o livro. Salve o futuro. Na Nova York dos dias atuais, a magia antiga e natural está quase extinta. Os poucos que ainda têm afinidade com ela – os mageus – vivem nas sombras, escondendo o que são. Além disso, qualquer mageus que adentre Manhattan é capturado por uma armadilha: a Beira, uma barreira invisível que os deixa permanentemente presos à ilha. Atravessar a fronteira estabelecida pela beira significa perder os poderes – e, frequentemente, a própria vida. A jovem esta é uma ladra talentosa e cresceu sendo treinada para roubar artefatos mágicos da ordem, organização misteriosa criadora da Beira. Esta também tem uma habilidade inata: manipular o tempo. A jovem é capaz de furtar objetos do passado, coletando-os antes mesmo que a ordem perceba que ela está lá. Mas todo o treinamento de esta tem sido para uma tarefa maior: viajar até o ano de 1902 para roubar um livro antigo. Acredita-se que o livro contém todos os segredos da Ordem – e da Beira. A missão de Esta é furtá-lo antes que o Mago o destrua, garantindo assim um futuro melhor a todos os que têm afinidade com magia. Mas a Nova York do início do século XX em que esta deve mergulhar é perigosa e sem leis, comandada por gangues e sociedades secretas. Um lugar em que é possível sentir magia até no ar que se respira. Nada é o que parece, nem mesmo o Mago. E, para salvar o próprio futuro, Esta deve trair a todos no passado – sem exceção.”

Sabe quando você vê um livro e sente que precisa lê-lo, sem saber bem o porquê? De repente, esse livro está no topo da sua lista de desejados e você sequer sabe a sinopse direito. Foi exatamente isso que aconteceu comigo desde que vi a capa de O último dos magos, lançado ano passado pela Plataforma 21. Ele entrou automaticamente para a minha lista de prioridades e, finalmente, consegui realizar esta leitura.
Tudo que eu sabia antes de ler era que se tratava de um livro de fantasia. Porém, para minha surpresa e alegria, O último dos magos é muito mais que isso. Ele mistura magia, ficção histórica, viagens no tempo, romance e aventura, tudo isso ambientado em uma Nova York dividida por conflitos sociais e disputas de gangues.
Nesse livro, a magia é real e faz parte da vida dos chamados mageus. Porém, a Ordem, uma misteriosa organização, vem tentando controlá-la e, para isso, desenvolveu a Beira, uma corrente que enfraquecia os mageus e impedia que eles ultrapassassem os limites da cidade. Aqueles que tentassem atravessá-la perdiam sua afinidade com a magia e, frequentemente, acabavam morrendo. No entanto, acredita-se que há um livro capaz de destruir a Beira e libertar os mageus, o Ars Arcana. O problema é que um mago capturou e destruiu este livro no ano de 1902.
“Porque a magia não está nos elementos. A magia vive nos espaços, nos vazios entre todas as coisas, conectando-as. Está ali, à espera daqueles que sabem como encontrá-la, naqueles que têm a habilidade nata de entender essas conexões: os Mageus.”
Nos dias atuais, a jovem Esta tem como afinidade a capacidade de viajar no tempo. Ela vem sendo treinada para roubar artefatos mágicos e também para conseguir voltar cada vez mais longe no tempo. Esta recebe, então, a missão de voltar ao ano de 1902 e impedir que o Mago destrua o Ars Arcana. Ela deverá trazer o livro para o presente e entregá-lo ao professor Lachlan, seu mestre, para que ele consiga libertar os mageus.
No passado, Nova York era muito diferente do que Esta imaginava, com a magia muito mais palpável e os perigos das disputas territoriais entre as diferentes gangues. Ela acaba se integrada ao grupo de Dolph Saunders, um mageu que também estava em busca do Ars Arcana, e o destino a coloca no caminho do Mago que iria roubar e destruir o livro. No entanto, Esta acaba descobrindo que nada ali é o que parece e que trair aquelas pessoas para concluir sua missão não seria tão fácil como ela esperava.


Desde as primeiras páginas, fica claro que Lisa Maxwell construiu um enredo complexo e interessante. Confesso que, no começo, tive um pouco de dificuldade para me situar na história, pois nos primeiros capítulos já são apresentados diferentes períodos do tempo e personagens chave para a história. No entanto, essa confusão inicial durou pouco e por volta da página 50 eu já estava me familiarizando com o mundo criado pela autora e entendo melhor a dinâmica daquela sociedade.
A construção do universo foi um grande acerto do livro. Para começar, o simples conceito de ver diferentes versões de Nova York ao longo dos anos e como a presença da magia ali foi se transformando já é interessante. No entanto, há ainda o conflito entre os mageus e a Ordem, aqueles que têm afinidade com a magia natural e os que querem provar que ela não existe, que permitiu à autora trabalhar questões importantes. Além disso, há ainda a própria divisão da sociedade, cheia de disputas entre gangues e conflitos de interesse, que tornam o universo apresentado bastante complexo.
"É isso que a Ordem quer. Não querem que os Mageus se deem conta de que temos muito mais coisas em comum do que diferenças. Porque, nos mantendo divididos, o poder dela continua a salvo.”
Outro aspecto positivo do livro é que a trama já começa com muita ação, o que permite ao leitor se envolver rapidamente com a leitura. Mesmo quando eu ainda estava tentando entender tudo que a autora estava apresentando, a escrita dela e o ritmo que ela usou para conduzir a trama fizeram com que em nenhum momento a leitura se tornasse arrastada ou eu sentisse vontade de largar o livro.


Sobre personagens, dois deles conquistaram um lugar definitivo no meu coração. A primeira foi a protagonista, Esta. Ela é uma personagem inteligente, corajosa e determinada, treinada para roubar e sair das situações mais complicadas, mas que consegue conquistar o leitor não só por suas habilidades incríveis, como também por suas fragilidades, que a tornam muito humana. Por mais que tenha sido preparada para não se deixar levar pelas emoções, Esta em muitos momentos se vê em conflito e culpada pensando naqueles que deveria trair, demonstrando uma enorme capacidade de amar e de sentir empatia. 
“Esta até podia continuar sem confiar nele, mas podia entende-lo. A persistência que fazia dele quem ele era, a determinação de provar seu valor – a necessidade profundamente arraigada de se encaixar em algum lugar – eram coisas que Esta conhecia muito bem.”
Outro personagem que adorei é Harte Darrigan, um mageu que escondia sua habilidade a fim de conseguir um lugar na alta sociedade. Ele se apresentava como ilusionista e acabou atraindo a amizade do filho de um membro poderoso da Ordem. Apesar de estar bem longe de ser um mocinho, ele é um personagem complexo, que tem outras camadas além daquela que vemos a princípio. Trata-se, portanto, do clássico anti-herói, que mesmo não sendo perfeito, acaba conquistando o leitor por seu carisma e sendo de humor bastante irônico.
“Harte não se arrependia de usar contra as pessoas seus medos e suas esperanças, seus preconceitos e sua noção do que era certo. De lhes oferecer uma distração da verdade. Estava simplesmente sobrevivendo em um mundo que odiava o que ele era.”
Com relação aos demais personagens, todos eles foram bem construídos pela autora e tiveram importância no desenrolar da trama. Dolph Saunders foi um dos mais interessantes de acompanhar e tem sua própria jornada tão explorada quanto Esta e Harte, porém, os demais membros do seu bando também são suficientemente desenvolvidos e suas subtramas se mostram relevantes dentro do livro e alguns, até mesmo, surpreendentes.
Há ainda romance no livro, porém, ele aparece na medida certa e sem prejudicar o desenvolvimento da história. Acredito que em livros de fantasia, o enredo central nunca pode perder espaço para a formação de um casal e, felizmente, isso não acontece em O último dos magos. O romance se encaixa perfeitamente dentro da trama e nenhum dos personagens envolvidos perde o foco por causa do sentimento que surge entre eles. Assim, a autora acertou na dose e construiu um casal cativante e convincente, que conquista a torcida do leitor (acreditem, eu shippei muito), mas não deixa que a gente se esqueça do que realmente está em jogo nesta história.



Já com relação à trama, teve um aspecto que me incomodou um pouco. A autora soube desenvolvê-la de uma maneira dinâmica, com muitas reviravoltas e envolvendo o leitor. No entanto, confesso que algumas das revelações não chegaram a me surpreender e esse foi o único aspecto que me decepcionou um pouco. Desconfiei das intenções de um determinado personagem desde o princípio e quando uma nova revelação acontece mais para frente, foi fácil juntar os pontos. Porém, isso não prejudicou minha experiência de leitura, pois ainda há descobertas realmente inesperadas no livro e o desfecho conseguiu me deixar (muito) ansiosa pela continuação.
“Quem não tinha afinidade, temia que a magia fosse compulsão. Aqueles que conheciam seu poder sabia que esse não era um medo completamente infundado.”
Não posso deixar de mencionar também o quanto gostei da edição. A capa está maravilhosa e faz total sentido com a história. Além disso, eu achei muito o fato de que o livro conta com um mapa, que realmente ajuda o leitor a se localizar dentro da trama. Achei o tamanho da fonte confortável para leitura e as páginas amareladas também contribuíram nesse sentido. Minha única ressalva é que há alguns erros de digitação; nada que atrapalhe a leitura ou chame muita a atenção, mas que poderia ser corrigido em uma próxima edição.
Deste modo, por mais que eu tivesse altas expectativas para O último dos magos, essa leitura ainda conseguiu se mostrar uma grata surpresa. Ele traz vários temas interessantes e apresenta uma ótima combinação de fantasia, aventura, ficção e romance. A escrita de Lisa Maxwell é muito envolvente e me deixou ansiosa para ler não apenas a continuação deste livro, mas também outras obras escritas por ela. É uma leitura que recomendo muito, com um universo bem construído e personagens cativantes e complexos. A continuação será lançada ainda esse ano nos Estados Unidos e já estou torcendo para que a Plataforma 21 publique aqui rapidinho.
Agora quero saber quem aí já leu O último dos magos e o que vocês acharam. Não deixem de me contar nos comentários e, para quem ainda leu e se interessou pelo livro, vou deixar o link de compra na Amazon (livro físico: aqui / e-book: aqui).

Tag - Princesas da Disney


Quem aí também ama as princesas da Disney? Eu amo os desenhos desde criança e confesso que tem alguns que não me canso de assistir. Por esse motivo, fiquei muito feliz quando a Quel, do instagram literário @queliivro, me marcou na tag literária Princesas da Disney.
A tag é muito simples e consiste em relacionar alguns livros com as histórias das princesas dos contos de fadas. Assim, são sete perguntas, cada uma ligada a uma princesa diferente. Então, agora vamos às minhas respostas.

Branca de Neve – um livro de capa branca.
Essa foi bem fácil de escolher, porque trata-se de uma das capas mais lindas da minha estante: O príncipe leopardo, da Elizabeth Hoyt. Eu ainda não li esse livro, que é o segundo volume da Trilogia dos Príncipes, mas sou apaixonada por sua capa e espero começar a leitura em breve, pois adorei o primeiro volume desta trilogia, O príncipe corvo. 

Bela – um livro que você já leu mais de uma vez.
Já reli vários livros, mas acabei escolhendo o mais óbvio: Harry Potter. Como vocês sabem, Harry Potter é a minha série favorita, fazendo parte da minha vida desde que eu tinha 11 anos. Então, acho que não preciso explicar muito a minha escolha. Já li a série toda 2 vezes e alguns livros cheguei a ler mais de 3 e ainda sinto vontade de ler todos novamente.

Aurora – um livro que tentou ler várias vezes, mas acabou “dormindo”.
Eu nunca cheguei a dormir lendo um livro, mas cheguei bem perto com Belinda & Em. Eu tinha muitas expectativas para este livro, mas tive muita dificuldade de me conectar com a leitura, que acabou se tornando monótona e cansativa. Admito que quase desisti da leitura, porém, ainda vou fazer uma nova tentativa e pretendo retomar esse livro em breve. Quando terminar, trago a resenha para vocês.

Jasmine – um livro com um bicho de estimação muito querido.
Outra resposta que foi fácil: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Eu amo o Bichento, o gatinho da Hermione. Apesar dele aparecer em outros livros da série, é no terceiro que tem mais destaque e desempenha um papel importante na trama. Tendo como dona a bruxa mais inteligente, esse gatinho só poderia ser muito esperto né? Além dele, ainda tem o Bicuço, o hipógrifo do Hagrid.

Elsa – um livro que se passa no inverno.
Eu amo livros ambientados no inverno e poderia citar vários títulos aqui. Porém, um dos meus favoritos é Pecados no inverno, da Lisa Kleypas. Ele é o terceiro volume da série As quatro estações do amor, que eu concluí recentemente. Me encantei com a escrita da Lisa Kleypas e ainda preciso falar de todos os livros da série aqui, mas já adianto que, para mim, este foi o segundo melhor.

Rapunzel – um livro longo (em número de páginas ou história muito arrastada)
Nessa, eu resolvi citar dois livros. Acredito que o livro mais longo que li, em questão de número de páginas, foi a edição americana de Senhor das Sombras, da Cassandra Clare, que contava com 720 páginas. Por outro lado, um livro que é relativamente curto (cerca de 300 páginas), mas que foi uma leitura muito arrastada é Três coroas negras, da Kendare Blake. Pensei que não terminaria de ler nunca.

Cinderela – um livro que se perdeu no meio do caminho.
Com muita dor no coração, vou citar um livro da Julia Quinn aqui: Mais lindo que a lua. Primeiro volume de uma duologia, esse livro começou bem divertido, porém, da metade para o fim a protagonista começou a me irritar muito com sua indecisão. Apesar de ter achado um livro gostoso de ler, senti que a trama se perdeu no meio do caminho e deixou um pouco a desejar.[Resenha aqui]

E aí, gostaram da tag? Me contem aí nos comentários o que acharam das minhas escolhas e se já leram algum dos livros citados. Vou adorar saber a opinião de vocês e quais seriam suas escolhas.

E, caso tenham se interessado por algum destes livros (ou queria comprar algum outro), vou deixar o link da Amazon. Comprando através dele, vocês ajudam o Dicas de Malu.

[Resenha] O beijo traiçoeiro

Autora: Erin Beaty
Editora: Seguinte
Páginas: 440
Onde comprar: Amazon
Sinopse: "Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas. Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada.”

“Uma garota obstinada que não quer se casar. Um soldado que fará de tudo para provar seu valor. Um reino à beira da guerra.”

Há alguns dias eu estou querendo falar com vocês sobre a leitura de O beijo traiçoeiro, da autora Erin Beaty, mas não estava conseguindo encontrar as palavras para começar. Eu já tinha expectativas bem altas para esse livro, desde que ele foi lançado ano passado pela Editora Seguinte, porém, ele conseguiu superar todas elas. Agora, estou aqui pensando em mil maneiras para expressar os motivos para ter gostado tanto dessa leitura.
Primeiro volume de uma trilogia, O beijo traiçoeiro é uma boa mistura de fantasia, romance, aventura e mistério. Nessa história, a jovem Sage Fowler vive com os tios desde que ficou órfã e se dedica à educação dos primos mais novos. Porém, ela sonha com a possibilidade de um emprego que lhe garanta independência e liberdade para fazer suas próprias escolhas. O que Sage não esperava era que seu tio tivesse planos bem diferentes para ela: um casamento com algum jovem nobre.
“Desde que fosse bonita e bem-humorada, seu marido iria amá-la? Era quando as pessoas estavam em seu pior que mais precisavam de amor.”
Apesar da origem humilde de Sage, cujo pai era um homem pobre, o tio William consegue para ela uma entrevista com a casamenteira da região, Darnessa. Ela iria avaliar Sage e ver se a garota estava apta a se casar com um nobre. A entrevista é um desastre, mas acaba rendendo a Sage uma inesperada proposta de emprego: ela se tornaria assistente da casamenteira e iria ajudá-la a conseguir informações sobre as jovens da região e seus possíveis pretendentes.
Deste modo, Sage iria acompanhar a casamenteira e as jovens elegíveis ao Concordium, um evento na capital que reunia as principais famílias do país com o objetivo de conseguir os acordos de casamento. Ela iria se passar por uma das damas para poder observar a elas e aos cavalheiros e ajudar Darnessa a formar os pares adequados. Em especial, Sage precisava obter informações sobre os soldados que iriam escoltá-las durante a viagem e ver quais deles eram elegíveis.
Liderando estes soldados, estava Alexander Quinn, um jovem capitão que havia falhado em uma missão recente e, como punição, fui escolhido para cuidar da proteção das damas a caminho do Concordium. Porém, ele levava em seu grupo dois rapazes que, além de seus primos, eram bem mais que simples soldados: o príncipe herdeiro, Robert, e o filho bastardo do rei, Ash Carter. Durante a viagem, Alex começa a desconfiar de uma conspiração contra o rei e teme pela segurança dos primos e de todo o grupo que estava viajando com eles.


Um dos aspectos que mais gostei em O beijo traiçoeiro foi a forma como a trama foi desenvolvida. Inicialmente, a autora faz uma apresentação dos protagonistas e do universo, permitindo ao leitor conhece-los melhor e entender como funcionava aquela sociedade. Há quem considere esse começo mais lento, pois não há grandes acontecimentos, porém, achei que o carisma dos personagens e a habilidade da autora em ambientar o leitor foram o suficiente para prender minha atenção e fazer com que eu me envolvesse com a leitura.
A Sage é uma das heroínas mais cativantes e admiráveis que já li, e a simpatia que senti por ela foi o que me levou a me conectar rapidamente com a leitura. Ao contrário da maioria das jovens daquela sociedade, Sage não sonha em se casar: ela quer estudar, trabalhar e ter sua independência. No entanto, isso não significa que ela não deseje se apaixonar e até mesmo construir uma família, apenas que esta não é uma prioridade para ela.
“Ela sorriu quando seu olhar vagou para o mapa pendurado na parede oposta. Montanhas que tocavam as nuvens. Oceanos que não tinham fim. Cidades que zumbiam feito colmeias. Qualquer lugar. Tio William queria se livrar de Sage tanto quanto ela queria partir.”

Assim, me surpreendi ao ver em Sage uma personagem muito humana, com a qual é fácil se identificar, pois não se trata de uma heroína perfeita. Ela é teimosa, impulsiva, tem uma língua muito afiada e uma grande dificuldade de confiar nas pessoas. Por outro lado, é impossível ler este livro e não admirar a inteligência, a coragem e a determinação dessa protagonista. 


No entanto, não foi só a Sage que conquistou minha admiração. Os soldados também têm um peso importante na trama e, cada um à sua maneira, conquistam a confiança e o carinho do leitor. Em especial, o capitão Alexander Quinn, Ash Carter e o tenente Casseck são peças fundamentais na trama e conseguiram me cativar desde o início da leitura pelo vínculo forte existente entre eles, marcado pela lealdade e confiança.
“Representamos vários papéis ao longo da vida... isso não faz com que todos sejam mentira.”
É claro que o romance faz parte de O beijo traiçoeiro e acaba ganhando destaque na trama. Porém, não se engane pensando que este será o foco, pois ele só começa a ganhar forma da metade para frente. Tudo acontece de maneira gradual e natural dentro da história, sem amores instantâneos ou muitas cenas com declaração de amor. Mas, acredite em mim: quando o romance finalmente acontece no livro, é impossível não torcer e se apaixonar junto.
Agora, você deve estar se perguntando qual é o ponto central dessa história, já que o romance fica em segundo plano. Toda a trama gira em torno da descoberta de uma conspiração contra o rei e os planos para impedir que ela fosse bem-sucedida. Com isso, o leitor é envolvido em uma leitura dinâmica, na qual a cada capítulo mais informações vão sendo reveladas e o clima de urgência aumenta gradualmente. 



Assim, O beijo traiçoeiro me surpreendeu por ser um livro repleto de aventura. Ao longo da leitura, vemos os personagens se envolvendo em planos, espionagem e estratégias políticas e militares, o que tornou a leitura ainda mais interessante para mim. Além disso, gostei de ver como essa parte não fica limitada aos personagens masculinos. Não apenas a Sage tem um papel importante em muitos desses planos e na ação, como vamos descobrindo que as casamenteiras têm um papel fundamental na formação das alianças e, consequentemente, na política do reino.
“Ser casamenteira é basicamente um trabalho de interpretar pessoas, coletar informações e tentar entendê-las, e você tem talento para isso.”
Confesso que a grande reviravolta do livro não foi tão surpreendente para mim e eu já desconfiava há algum tempo. Porém, isso não chegou a estragar a leitura, pois eu já estava tão cativada pelos personagens e pela trama, que essa revelação acabou sendo apenas um detalhe. Além disso, o último terço do livro não deixou de ser impactante, pois há acontecimentos importantes, e um deles, em especial, acabou com meu coração.
A escrita da Erin Beaty é fluida e direta, revelando ao leitor exatamente o que ele precisa saber e sem exagerar em descrições que quebram o ritmo da leitura. Fiquei surpresa ao saber que este é o primeiro livro dela, pois achei que ela demonstrou muita habilidade na construção da trama e no desenvolvimento dos personagens, e ainda conseguiu um raro equilíbrio entre fantasia, romance, aventura e mistério, colocando todos esses elementos na trama no momento apropriado.
Com relação à edição, a Editora Seguinte caprichou em todos os detalhes. A capa em soft touch é linda e totalmente condizente com a trama, e há um mapa que ajuda o leitor a entender melhor a ambientação daquele universo. Além disso, as páginas são amareladas e o tamanho da fonte deixa a leitura bastante confortável.
O que me resta dizer sobre O beijo traiçoeiro é que, se você espera um romance de época, talvez irá se decepcionar. Porém, se você tem interesse em uma leitura que combine ação, aventura e fantasia, mas que ainda tem espaço para um romance apaixonante, tenho certeza que irá se encantar por este livro. Erin Beaty não poderia ter começado essa trilogia de um jeito melhor e já estou ansiosa pela continuação, que será lançada em maio nos EUA e deve chegar ao Brasil ainda esse ano.

Lançamentos desejados de março



Todo mês as editoras trazem novidades que fazem com que a nossa lista de desejados nunca acabe, não é mesmo? Então, como são muitos lançamentos chegando nas livrarias agora em março, fiz uma lista com alguns dos que chamaram mais a minha atenção.
Podem preparar o papel e a caneta, porque tem livros para todos os gostos. A lista de lançamentos incluiu thriller, fantasia, Young Adult, romance de época e, até mesmo, ficção científica. Então, duvido que a wishlist de vocês não vá crescer depois de ver essas novidades.

A heroína da alvorada, da Alwyn Hamilton
Esse é o lançamento que aguardo mais ansiosamente, pois ele encerra a trilogia A Rebelde do Deserto (resenha do primeiro livro aqui e do segundo aqui). Sinopse: “No último volume da trilogia A Rebelde do Deserto, Amani vai se deparar com a escolha mais difícil que já teve que fazer: entre si mesma e seu país. Quando a atiradora Amani Al-Hiza escapou da cidadezinha em que morava, jamais imaginava se envolver numa rebelião, muito menos ter de comandá-la. Depois que o cruel sultão de Miraji capturou as principais lideranças da revolta, a garota se vê obrigada a tomar as rédeas da situação e seguir até Eremot, uma cidade que não existe em nenhum mapa, apenas nas lendas — e onde seus amigos estariam aprisionados. Armada com sua pistola, sua inteligência e seus poderes, ela vai atravessar as areias impiedosas para concluir essa missão de resgate, acompanhada do que restou da rebelião. Enquanto assiste àqueles que ama perderem a vida para soldados inimigos e criaturas do deserto, Amani se pergunta se pode ser a líder de que precisam ou se está conduzindo todos para a morte certa.”

Felicidade para humanos, P. Z. Reizin
Eu estou com a prova antecipada desse livro aqui em casa (muito obrigada, Grupo Editorial Record!) e não vejo a hora de começar a ler, pois parece ser uma história muito original e divertida. O lançamento está previsto para o dia 26 de março. Sinopse: “Não conte para ninguém, mas Jen é uma das minhas pessoas favoritas. (Máquinas não devem ter favoritos. Não me pergunte como isso aconteceu.) Jen está triste. Aiden quer que ela seja feliz. Formou? Não necessariamente. É que Jen é uma mulher de trinta e poucos anos cujo namorado acabou de trocá-la por outra e Aiden é um programa de computador muito caro e complexo.”

O dueto sombrio, da Victoria Schwab.
Eu ainda nem li Melodia Feroz, mas já quero essa continuação. Afinal, essa duologia é escrita Victoria Schwab, a mesma autora da trilogia Um tom mais escuro de magia, que já está na minha lista de favoritos da vida (resenha do primeiro aqui e do segundo aqui). Sinopse: "Na sequência final de A Melodia Feroz, Kate Harker precisa voltar para Veracidade e se unir ao sunai August Flynn para enfrentar um ser que se alimenta do caos. Kate Harker não tem medo do escuro. Ela é uma caçadora de monstros — e muito boa nisso. August Flynn é um monstro que tinha medo de nunca se tornar humano, mas agora sabe que não pode escapar do seu destino. Como um sunai, ele tem uma missão — e vai cumprir seu papel, não importam as consequências. Quase seis meses depois de Kate e August se conhecerem, a guerra entre monstros e humanos continua — e os monstros estão ganhando. Em Veracidade, August transformou-se no líder que nunca quis ser; em Prosperidade, Kate se tornou uma assassina de monstros implacável. Quando uma nova criatura surge — uma que força suas vítimas a cometer atos violentos —, Kate precisa voltar para sua antiga casa, e lá encontra um cenário pior do que esperava. Agora, ela vai ter de encarar um monstro que acreditava estar morto, um garoto que costumava conhecer muito bem, e o demônio que vive dentro de si mesma.”

Aos dezessete anos, da Ava Dellaira
Escrito pela mesma autora de Cartas de amor aos mortos, esse livro é um dos que estou mais ansiosa para conferir. Quando li o outro livro dela, me surpreendi muito com sua escrita e fiquei realmente sensibilizada com a leitura, então, quero muito ler este novo trabalho dela. Sinopse: “Quando tinha dezessete anos, Marilyn viveu um amor intenso, mas acabou seguindo seu próprio caminho e criando uma filha sozinha. Angie, por sua vez, é mestiça e sempre quis saber mais sobre a família do pai e sua ascendência negra, mas tudo o que sua mãe contou foi que ele morreu num acidente de carro antes de ela nascer. Quando Angie descobre indícios de que seu pai pode estar vivo, ela viaja para Los Angeles atrás de seu paradeiro, acompanhada de seu ex-namorado, Sam. Em sua busca, Angie vai descobrir mais sobre sua mãe, sobre o que aconteceu com seu pai e, principalmente, sobre si mesma.”

A mulher na janela, do A. J. Finn
Confesso que não leio muitos thrillers, porém, gosto de livros surpreendentes e ando querendo variar um pouco minhas leituras. Esse livro tem sido muito elogiado e estou bastante curiosa para conferir. Sinopse: “Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. "A Mulher Na Janela" é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.”

Encarcerados, do John Scalzi.
Outro gênero que não leio com frequência é ficção científica. Porém, ano passado li Guerra do velho, do John Scalzi, e foi um dos meus livros preferidos de 2017. Gostei tanto da leitura que quero muito conferir esse novo trabalho do autor. Sinopse: Um vírus altamente contagioso, indivíduos encarcerados em suas mentes ativas e saudáveis, robôs inseridos na sociedade, um estranho assassinato em um quarto de hotel que vai revelar grandes conspirações políticas. ENCARCERADOS, escrito por John Scalzi, é excitante, divertido, tem bons personagens, traz um universo cyberpunk e distópico bem construído e verossímil, que nos transporta para um futuro assustadoramente próximo.”

Os arteiros mágicos, do Neil Patrick Harris
Vocês viram quem escreveu esse livro? Neil Patrick Harris. Acho que só isso já explica o motivo para esse ser um dos meus lançamentos desejados. Além disso, é um livro de fantasia, com aventura, amizades leais e magia. Sinopse: “Carter é mais habilidoso do que imagina, mas ele não acredita em mágica de verdade. Quando os pais do garoto desaparecem, seu tio Velhaco o obriga a viver de trapaças nas ruas – até que Carter resolve escapar. Ao fugir, porém, ele jamais esperava encontrar amigos e magia numa cidadezinha pacata da Nova Inglaterra. Mas, como num passe de mágica, tudo muda assim que o ambicioso B. B. Bosso e sua trupe de palhaços ladrões chega tocando o terror no lugar. Depois de um fatídico encontro com Dante Vernon, o provedor local de truques de mágica, Carter encontra outros cinco jovens ilusionistas. Com trabalho em equipe e muita magia, eles farão de tudo para livrar a cidade das garras de Bosso. Os seis arteiros mágicos descobrirão, juntos, a amizade, a aventura e a autoconfiança nesta nova série que vai além de qualquer truque. Sim, respeitá-veis leitores, a magia existe – e ela está nas suas mãos.”

Uma proposta e nada mais, da Mary Balogh
Claro que não ia faltar um romance de época nessa lista né? Apesar de nunca ter lido nada desta autora, estou mais do que curiosa para ler este livro. A Arqueiro mais uma vez arrasou com uma capa maravilhosa e a sinopse promete ser uma leitura apaixonante. Sinopse: “Primeiro livro da série Clube dos Sobreviventes, Uma Proposta e Nada Mais é uma história intensa e cativante sobre segundas chances e sobre a perseverança do amor. Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela. Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa. Hugo a princípio não quer cortejar Gwen, pois a julga uma típica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorável. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carícia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazê-la feliz para sempre.”

E aí, gostaram dos lançamentos deste mês? Me contem aí nos comentários se vocês se interessaram por algum desta lista ou se tem outro que vocês estão aguardando e que não apareceu. E, para quem já está ansioso para adquiri-los, aproveitem que estão tendo várias promoções essa semana devido ao Dia do Consumidor, incluindo na Amazon. Fazendo suas compras através deste link, vocês ajudam o Dicas de Malu.

[Resenha] Uma história de verão

Autora: Pam Gonçalves
Editora: Galera Record
Páginas: 304
Onde comprar: Amazon
Exemplar recebido de parceria com a editora
Sinopse: “É o último verão de Analu perto de casa antes da faculdade. Entre a dificuldade de se entender com seus pais, que queriam que ela cursasse Direito e não Cinema, e as persistentes comparações com seu gêmeo, André Luiz, o grande exemplo de filho que faz tudo para agradar, a garota está cansada de tanta hipocrisia e da cobrança de todos e só quer aproveitar suas férias com os amigos. O lugar é lindo, o clima está ideal e não faltam lembranças em cada cantinho da praia. Pena que nem todas são boas: a primeira decepção amorosa e grande paixão de Ana Luísa, Murilo, está de volta depois de dois anos com o sorriso cafajeste de sempre e novas promessas. De um lado, o futuro em uma nova e incrível cidade, São Paulo; do outro, os amigos, a família e um amor traiçoeiro que ao mesmo tempo machuca e envolve.”


Se você costuma seguir blogs e canais literários há mais tempo, com certeza, já deve conhecer a Pam Gonçalves. Eu acompanho o trabalho dela desde o tempo que ela mantinha o blog Garota It e continuo seguindo seu canal no YouTube (aqui), então, tinha muita curiosidade de conhecer o trabalho dela como escritora. Finalmente, a oportunidade surgiu quando recebi Uma história de verão, da Galera Record.
Nesse livro, a Pam conta a história de Analu, uma jovem que está prestes a começar a vida como universitárias, mas ainda pretende aproveitar o verão antes de iniciar essa nova fase de sua vida. Porém, não será tão simples assim. Para começar, Analu foi aprovada para o curso de Cinema, em São Paulo, porém, seus pais planejavam que ela fosse estudar Direito em uma universidade próxima. Esse pequeno ato de rebeldia vai abalar ainda mais sua relação com a família, que já não é das melhores.
Para quem olha de fora, a vida deles pode até parecer perfeita, mas são apenas aparências. Os pais de Analu vivem um casamento de fachada, o irmão gêmeo dela está se tornando uma versão mais jovem do pai enquanto posa de filho modelo, e ela sofre com as constantes comparações com o irmão e as cobranças por não se encaixar no modelo esperado por sua família.
E, se não bastassem os problemas dentro de casa, Analu ainda precisa lidar com o retorno de Murilo, o cara que foi seu grande amor, mas que também mais a machucou. Ele está disposto a tudo para reconquistá-la, mas será que vale a pena se arriscar novamente? Em meio a um turbilhão de sentimentos, Analu vai tentar aproveitar as últimas férias com os amigos, em um lugar muito especial, antes de se despedir de todos para começar a faculdade.


Uma das coisas que mais gostei em Uma história de verão foi a facilidade com que me envolvi com a leitura. O livro já começa em um momento muito importante da vida da protagonista, a espera pelo resultado do ENEM, o que permite ao leitor se conectar rapidamente com ela e entender o momento que ela está passando. A partir daí, vamos entendo melhor o que esse resultado representava para ela e como isso poderia abalar muito mais do que o seu futuro profissional.
A Analu é uma protagonista muito real, que conquista a empatia do leitor desde o início. Gostei de ver o quanto ela foi corajosa ao escolher o seu sonho, ao invés de tentar se encaixar nas expectativas da família, e as inseguranças que ela tem em relação ao futuro e ao início de uma nova vida em outra cidade, longe dos amigos e de tudo que ela conheceu, são muito críveis e é fácil se identificar com ela. No entanto, o que mais gostei mesmo foi como a Pam abordou a relação de Analu com os pais e o irmão.
Fica claro desde o início que, por trás da fachada de perfeição, há muitos problemas naquela família. Os pais dela têm problema seríssimos dentro do casamento, mas escondem tudo em nome das aparências. O irmão gêmeo de Analu finge não perceber o que acontece e segue à risca o modelo do pai. Enquanto isso, todos ignoram o fato de que estão sufocando Analu com as constantes comparações com o irmão e as tentativas de tentar transformá-la em alguém que ela não é. Assim, é uma relação tão tóxica e hipócrita que torna totalmente compreensível a revolta que Analu sente.


No entanto, o foco do livro não é apenas a relação da Analu com a família e as inseguranças dela quanto à faculdade. Há espaço para o romance, com o contorno de um triângulo amoroso. De um lado, acompanhamos Analu se aproximando de Nicolas, um rapaz carismático e que rapidamente mexe com ela. Por outro, tem o Murilo ressurgindo do passado e querendo reconquistá-la.
A forma como a Pam desenvolveu a relação da Analu com o Murilo foi interessante e ajudou muito a compreender as ações da protagonista. Ao mesmo tempo em que ele tenta se reaproximar dela, vai sendo explicado o que aconteceu entre eles no passado e os motivos que Analu tinha para ter medo de se envolver novamente. Já o envolvimento dela com Nicolas me incomodou um pouco. Ele é um personagem muito cativante, mas não senti que tenha acrescentado muito na história e a relação deles foi tão abrupta que não me convenceu.
O desfecho foi outro aspecto que deixou um pouco a desejar. Gostei das decisões da Analu e senti que ela e alguns personagens amadureceram bastante durante o livro. No entanto, as últimas páginas me soaram tão banais, que me deixou com uma sensação de que faltava algo. Não é um final ruim, mas não acrescentou muito e preferia que o livro tivesse terminado algumas páginas antes.
Com relação à escrita da Pam, eu achei fluida e envolvente. A trama é muito simples, mas a empatia e a nostalgia que a leitura proporcionam acabam compensando. Ela acaba conquistando o leitor tanto pela identificação de quem viveu ou está vivendo essa fase de mudanças, quanto pela solidariedade que sentimos ao ver as situações vividas pela protagonista. Assim, apesar de alguns aspectos não terem me agradado tanto, gostei da leitura e quero acompanhar os trabalhos da Pam como escritora.


Não posso deixar de mencionar também o quanto essa edição está linda. Já na capa dá para ver o quanto a Galera Record caprichou, mas dentro do livro também há detalhes que mostram o cuidado da editora. Além disso, gostei da fonte utilizada e considerei o tamanho e espaçamento muito confortáveis para leitura.
De um modo geral, Uma história de verão é uma leitura leve e envolvente, que irá agradar quem procura uma trama mais simples e despretensiosa. É um livro daqueles que a gente começa a ler e só para quando termina e que combina com uma tarde quente de verão. Apesar das minhas ressalvas em relação ao final e ao romance, me diverti enquanto estava lendo e fui tocada pela história da Analu. Foi meu primeiro contato com um trabalho da Pam Gonçalvez como escrito, mas espero que venham muitos outros ainda. 

Lidos de Fevereiro



Toda vez que um novo mês começa, eu fico ansiosa para fazer um balanço das leituras que realizei no período anterior. Em fevereiro, eu consegui manter o ritmo de leitura de janeiro e li bastante. Concluí dois livros que havia começado em janeiro, Aquilo que realmente importa (resenha aqui) e É inverno (resenha aqui), e ainda li outros sete livros.
Vocês vão reparar que houve uma tendência e um gênero predominou nas minhas leituras. A questão é que eu descobri que romances de época podem ser um vício. Foram cinco lidos em fevereiro! Mas em março eu vou me controlar e ler outros gêneros também, prometo.
Não vou falar sobre Aquilo que realmente importa e É inverno, pois eles já haviam sido citados nas minhas leituras de janeiro e ambos já têm resenha aqui no blog. No entanto, vocês poderão conferir a sinopse de todos os outros livros lidos em fevereiro aqui em baixo e, naqueles que já tiverem resenha, vou deixar o link junto.

Um de nós está mentindo, Karen M. MacManus
Sinopse: “Cinco alunos entram em detenção na escola e apenas quatro saem com vida. Todos são suspeitos e cada um tem algo a esconder. Numa tarde de segunda-feira, cinco estudantes do colégio Bayview entram na sala de detenção: Bronwyn, a gênia, comprometida a estudar em Yale, nunca quebra as regras. Addy, a bela, a perfeita definição da princesa do baile de primavera. Nate, o criminoso, já em liberdade condicional por tráfico de drogas. Cooper, o atleta, astro do time de beisebol. E Simon, o pária, criador do mais famoso app de fofocas da escola. Só que Simon não consegue ir embora. Antes do fim da detenção, ele está morto. E, de acordo com os investigadores, a sua morte não foi acidental. Na segunda, ele morreu. Mas na terça, planejava postar fofocas bem quentes sobre os companheiros de detenção. O que faz os quatro serem suspeitos do seu assassinato. Ou são eles as vítimas perfeitas de um assassino que continua à solta? Todo mundo tem segredos, certo? O que realmente importa é até onde você iria para proteger os seus.”  Resenha

Mais lindo que a lua, da Julia Quinn
Sinopse: “Foi amor à primeira vista. Mas Victoria Lyndon era a filha do vigário, e Robert Kemble, o elegante conde de Macclesfield. Foi o que bastou para os pais dos dois serem contra a união. Assim, quando o plano de fuga dos jovens deu errado, todos acreditaram que foi melhor assim. Sete anos depois, quando Robert encontra Victoria por acaso, não consegue acreditar no que acontece: a garota que um dia destruiu seus sonhos ainda o deixa sem fôlego. E Victoria também logo vê que continua impossível resistir aos encantos dele. Mas como ela poderia dar uma segunda chance ao homem que lhe prometeu casamento e depois despedaçou suas esperanças? Então, quando Robert lhe oferece um emprego um tanto incomum – ser sua amante –, Victoria não aceita, incapaz de sacrificar a dignidade, mesmo por ele. Mas Robert promete que Victoria será dele, não importa o que tenha que fazer. Depois de tantas mágoas, será que esses dois corações maltratados algum dia serão capazes de perdoar e permitir que o amor cure suas feridas?” – Resenha

Escândalos na primavera, da Lisa Kleypas
Sinopse: “Daisy Bowman sempre preferiu um bom livro a qualquer baile. Talvez por isso já esteja na terceira temporada de eventos sociais em Londres sem encontrar um marido. Cansado da solteirice da filha, Thomas Bowman lhe dá um ultimato: se não conseguir arranjar logo um pretendente adequado, ela será forçada a se casar com Matthew Swift, seu braço direito na empresa. Daisy está horrorizada com a possibilidade de viver para sempre com alguém tão sério e controlador, tão parecido com seu pai. Mas não admitirá a derrota. Com a ajuda de suas amigas, está decidida a se casar com qualquer um, menos o Sr. Swift. Ela só não contava com o charme inesperado de Matthew nem com a ardente atração que nasce entre os dois. Será que o homem ganancioso de quem se lembrava era apenas fachada e ele na verdade é tão romântico quanto os heróis dos livros que ela lê? Ou, como sua irmã Lillian suspeita, o Sr. Swift é apenas um interesseiro com algum segredo escandaloso muito bem guardado.”

Uma noite inesquecível, da Lisa Kleypas
Sinopse: “O Natal está se aproximando e Rafe Bowman acaba de chegar a Londres para uma união arranjada com Natalie Blandford. Com sua beleza estonteante e o físico imponente, ele tem certeza de que a linda aristocrata logo cairá a seus pés. No entanto, seus terríveis modos americanos e sua péssima reputação de farrista deixam Hannah, a prima da moça, chocada. Determinada a proteger Natalie, ela vai tornar a tarefa de cortejar a jovem muito mais difícil do que Rafe esperava. Hannah, porém, logo começa a se importar mais do que gostaria com o rude pretendente da prima. Rafe, por sua vez, passa a apreciar um pouco demais a companhia de Hannah, uma mulher forte e pragmática com um coração doce e gentil. E quando Daisy, Lillian, Annabelle e Evie, quatro amigas inseparáveis que já conseguiram encontrar o homem de seus sonhos, decidem agir como cupidos, quem sabe o que pode acontecer?”

Como agarrar uma herdeira, da Julia Quinn
Sinopse: “Quando Caroline Trent é sequestrada por engano por Blake Ravenscroft, não faz o menor esforço para se libertar das garras do agente perigosamente sedutor. Afinal, está mesmo querendo escapar do casamento forçado com um homem que só se interessa pela fortuna que ela herdou. Blake a confundiu com a famosa espiã espanhola Carlotta De Leon, e Caroline não vai se preocupar em esclarecer nada até completar 21 anos, dali a seis semanas, quando passará a controlar a própria herança milionária. Enquanto isso, é muito mais conveniente ficar escondida ao lado desse sequestrador misterioso. A missão de Blake era levar “Carlotta” à justiça, e não se apaixonar por ela. Depois de anos de intriga e espionagem a serviço da Coroa, o coração dele ficou frio e insensível, mas essa prisioneira se prova uma verdadeira tentação que o desarma completamente.” – Resenha

Ruína, da Amy Tintera
Sinopse: “Ninguém temia Emmelina Flores, a filha inútil da rainha mais poderosa que Ruína já viu... Até agora. O primeiro livro da trilogia Ruína. Emmelina Flores não tem nada. Ela não tem poderes como os outros habitantes de Ruína, seus pais foram assassinados, seu lar destruído e sua irmã, Olivia, levada por seus inimigos. Mas justamente por isso ela também não tem o que temer. Impulsionada por seu desejo de vingança, ela parte numa perigosa jornada para o reino inimigo de Lera, onde espera encontrar Olivia, colocando em ação um plano arriscado e ambicioso, que envolve se casar com o primeiro na sucessão ao trono, se passando por outra pessoa. Mas o príncipe talvez não seja quem ela imaginou que seria. O coração de Emmelina, endurecido pela raiva, começa a ceder. Mas com sua vida – e a da irmã – em jogo, qualquer momento de dúvida pode ser arriscado demais.” – Resenha

Uma história de verão, da Pam Gonçalves
Sinopse: “É o último verão de Analu perto de casa antes da faculdade. Entre a dificuldade de se entender com seus pais, que queriam que ela cursasse Direito e não Cinema, e as persistentes comparações com seu gêmeo, André Luiz, o grande exemplo de filho que faz tudo para agradar, a garota está cansada de tanta hipocrisia e da cobrança de todos e só quer aproveitar suas férias com os amigos. O lugar é lindo, o clima está ideal e não faltam lembranças em cada cantinho da praia. Pena que nem todas são boas: a primeira decepção amorosa e grande paixão de Ana Luísa, Murilo, está de volta depois de dois anos com o sorriso cafajeste de sempre e novas promessas. De um lado, o futuro em uma nova e incrível cidade, São Paulo; do outro, os amigos, a família e um amor traiçoeiro que ao mesmo tempo machuca e envolve”

Gostaram das minhas leituras de fevereiro? Me contem aí nos comentários o que acharam, se já leram algum desses livros e quais foram as leituras de vocês no mês que passou. E, caso tenham se interessado por algum desses livros, vocês podem adquiri-los pelo site da Amazon, neste link, e ajudar o Dicas de Malu com uma comissão.

Apaixonada por literatura desde pequena, nunca consegui ficar muito tempo sem um livro na mão. Assim, o Dicas de Malu é o espaço onde compartilho um pouco desse meu amor pelo mundo literário.




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